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A infertilidade masculina é responsável por cerca de 30% dos casos de infertilidade conjugal e pode ser causada por diversos fatores, como doenças, distúrbios hormonais e hábitos de vida prejudiciais, por exemplo tabagismo e alto consumo de bebidas alcóolicas. Muitos homens optam por fazer a cirurgia de vasectomia quando não querem mais ter filhos, levando a uma condição chamada azoospermia obstrutiva, que impossibilita que os espermatozoides se juntem ao líquido seminal durante a ejaculação. Entretanto, essa técnica não afeta a libido e a atividade sexual nem a produção dos espermatozoides nos testículos.
Essas condições podem afetar a produção ou o transporte de espermatozoides, reduzindo sua quantidade e qualidade e prejudicando sua motilidade e morfologia.
Um fator que tem sido muito discutido recentemente é a idade do homem. As mulheres são muito afetadas pelo passar do tempo em sua capacidade reprodutiva, o que não ocorre de forma tão evidente com os homens. No entanto, pesquisas têm mostrado que, a partir dos 50 anos, os homens também sofrem uma redução do potencial reprodutivo, pois a quantidade e a qualidade dos gametas após essa idade diminuem.
Hoje, a medicina oferece muitos recursos para reverter quadros de infertilidade, mas, dependendo da situação, apenas técnicas de reprodução assistida podem viabilizar a gravidez.
O sistema reprodutor masculino é o responsável por produzir o líquido seminal, que contém os espermatozoides e é ejaculado durante a relação sexual para que haja a fecundação. Cada órgão do sistema reprodutor masculino, como a próstata, as vesículas seminais, os testículos, os epidídimos, a uretra e os canais deferentes, tem uma função na produção ou no transporte dos espermatozoides. Dessa forma, certos problemas, como doenças infecciosas, distúrbios hormonais ou obstruções nesse trajeto, assim como hábitos de vida prejudiciais à saúde, podem levar o homem ao quadro de infertilidade.
Muitos homens não têm o costume de fazer, como as mulheres, acompanhamento médico periódico, portanto geralmente descobrem que são inférteis quando tentam engravidar suas parceiras e não conseguem. Casais homoafetivos ou homens solteiros, mesmo sem infertilidade, também podem se valer das técnicas de reprodução assistida para gerarem seus filhos.
Existem muitos fatores que podem levar o homem à infertilidade, portanto é importante investigar profundamente as possíveis causas.
Muitas doenças podem afetar o sistema reprodutor masculino, como varicocele, uretrite, orquite, epididimite, prostatite, assim como algumas infecções sexualmente transmissíveis (IST) e alterações genéticas.
Uma condição especial é a azoospermia ou ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado. A azoospermia pode ser obstrutiva, quando o transporte de espermatozoides está bloqueado, ou não obstrutiva, mais grave, quando o problema está na produção dos gametas, não no transporte. Na azoospermia obstrutiva, pode-se tentar, por meio de cirurgia, a reconstrução do trajeto bloqueado, como em casos de reversão de vasectomia, e, em ambos os casos, obstrutivos e não obstrutivos, pode-se utilizar as técnicas de reprodução assistida.
A varicocele é caracterizada por um problema nas válvulas das veias que estão presentes na região do cordão espermático. Isso leva a uma elevação da temperatura local e da toxicidade, prejudicando a produção de espermatozoides. Nem sempre a varicocele requer cirurgia, mas ela pode causar infertilidade.
A criptorquidia é uma condição em que os testículos não estão posicionados adequadamente na bolsa testicular, podendo estar no abdômen ou no canal inguinal. Nesses casos, a correção do posicionamento dos testículos é muito importante e, quanto mais tempo os testículos ficam fora da localização correta, mais afetada será a produção dos espermatozoides.
Condições genéticas, como alterações no cariótipo e microdeleções no cromossomo Y, podem levar à infertilidade masculina e, nesses casos, muitos pacientes podem se beneficiar das técnicas de reprodução assistida.
O homem também pode apresentar infertilidade devido a desequilíbrios hormonais, hábitos de vida prejudiciais, como tabagismo e consumo de bebida alcóolica, contato frequente com substâncias tóxicas, uso de medicamentos anabolizantes e a realização da cirurgia de vasectomia.
Para investigar a fertilidade masculina, o principal exame é o espermograma, que fornece informações sobre as condições do sêmen do paciente. Os valores de volume, concentração, motilidade, vitalidade e morfologia encontrados são comparados aos parâmetros seminais considerados normais pela Organização Mundial da Saúde (OMS):
Volume (ml) ≥ 1,5
Concentração (x106/ml) ≥ 15
Motilidade (a+b ou móveis progressivos) ≥ 32%
Motilidade total (a+b+c) ≥ 40%
Vitalidade ≥ 58%
Morfologia (critério de Kruger) > 4%
A análise seminal é feita em duas etapas: macroscópica e microscópica. Na primeira etapa, são analisados a viscosidade, a liquefação, o volume, a coloração e o pH do sêmen. Já na segunda são analisadas a concentração, a motilidade total e progressiva, a vitalidade e a morfologia.
O índice de fatores idiopáticos de infertilidade masculina, ou seja, de fatores que não são descobertos, é muito alto, portanto o médico pode pedir outros exames, como testes de função espermática, dosagens hormonais em exames de sangue, ultrassom dos testículos, avaliação genética e teste de fragmentação do DNA espermático.
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