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Atualmente, são muitos os recursos que a medicina oferece para avaliar e tratar a infertilidade, considerada uma doença e um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 15% dos casais no mundo são inférteis e hoje sabemos que essa condição pode ser desencadeada por fatores femininos, masculinos, por ambos ou por causas que ainda são desconhecidas à medicina.
Para avaliar a fertilidade do homem, o exame mais solicitado é o espermograma, que analisa as condições macroscópicas, como viscosidade, cor, liquefação, volume e pH, e microscópicas do sêmen, como concentração de espermatozoides, motilidade total e progressiva, vitalidade e morfologia.
O espermograma consegue identificar cerca de 95% dos problemas masculinos que podem causar infertilidade. As condições que não são identificadas pelo espermograma geralmente são encontradas nos testes de função espermática.
Os resultados são comparados aos parâmetros seminais determinados pela OMS como normais. É nessa comparação que o médico encontra as possíveis causas da infertilidade masculina e indica o melhor tratamento para o caso.
Todas essas características do sêmen são comparadas a valores estabelecidos pela OMS. Estes são os números:
Volume por ml ≥ 1,5
Concentração (M/ml) ≥ 15
Concentração total (M) ≥ 39
Motilidade total (%) ≥ 40
Motilidade (A+B) (%) ≥ 32
Vitalidade (%) ≥ 58
Morfologia (%) ≥ 4
Dessa forma, quando o médico recebe os resultados do exame, ele consegue verificar quais podem ser os problemas que estejam prejudicando a fertilidade do homem.
O espermograma é indicado para todos os casais que estão investigando possíveis causas de infertilidade. Assim como os exames femininos, faz parte da avaliação básica do casal infértil. As alterações seminais podem ter causas infecciosas, genéticas, obstrutivas e hormonais. Caso o sêmen não atinja os parâmetros de normalidade, as causas devem ser pesquisadas.
Existem casos de homens que têm um filho e se tornam inférteis mais tarde por alguma razão, portanto ter um filho não é garantia de fertilidade futura.
Como pode haver variação entre as diversas amostras seminais, é comum que os médicos peçam mais de um espermograma para ter uma avaliação mais acurada. Recomenda-se um intervalo mínimo de 15 dias entre as coletas.
A preparação para o espermograma é simples: o homem deve manter abstinência sexual por 3 a 5 dias e fazer o procedimento de coleta como orientado pelo laboratório, pois algumas condições podem afetar os resultados.
Chegando ao laboratório, o homem recebe as orientações relacionadas ao exame, um recipiente especialmente para a coleta e um material para fazer a higienização do órgão genital. Depois disso, ele é encaminhado para uma sala reservada preparada para o exame, onde ele faz a coleta por masturbação.
O recipiente com o sêmen é deixado no laboratório para análise, que tem duas etapas: a macroscópica e a microscópica.
Nessa etapa da análise, são avaliadas viscosidade, cor, liquefação, volume e pH do sêmen. A viscosidade pode ser normal ou alterada. A cor normal é branca opalescente. Qualquer outra cor pode indicar algum problema nos órgãos que produzem os espermatozoides ou o líquido seminal. A liquefação deve ser completa dentro de 60 minutos. Volumes muito baixos ou muito altos, assim como pH abaixo de 7,2, podem indicar alterações.
Na análise microscópica, são avaliadas a concentração, a motilidade total e progressiva, vitalidade e morfologia de espermatozoides. Dessa forma, a análise microscópica é realizada para verificar as condições dos espermatozoides em si, inclusive sua ausência do sêmen, condição chamada de azoospermia.
Todas as características microscópicas do sêmen também são comparadas aos valores preconizados pela OMS para que seja possível identificar algum problema de fertilidade no homem. O médico compara os resultados encontrados com os valores de referência e, se encontrada alguma anormalidade, propõe exames complementares e o tratamento mais adequado.
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