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Nem sempre o espermograma identifica a causa da infertilidade masculina. Como ele avalia apenas as características do sêmen e a quantidade e condições dos espermatozoides, essa não é a análise completa. O espermatozoide, depois de ejaculado, passa por uma série de barreiras dentro do corpo feminino e suas condições devem estar adequadas para aguentar essas condições adversas.
Os testes de função espermática oferecem a análise do espermatozoide diante dessas barreiras impostas pelo sistema reprodutor feminino, desde o muco cervical, na entrada do canal vaginal, até as barreiras que devem ser rompidas para a fecundação do óvulo, portanto são testes desenvolvidos recentemente e extremamente específicos.
O espermatozoide precisa estar em perfeitas condições para conseguir alcançar o óvulo e fecundá-lo. Qualquer alteração pode representar o insucesso da tentativa de gravidez.
Cada vez mais os homens têm compreendido a importância de investigar seu potencial fértil quando começam a tentar engravidar sua parceira e não conseguem. Atualmente, há muitas formas de avaliar a fertilidade e isso é fundamental na busca de constituir uma família. Os testes de função espermática são novos recursos que abrem possibilidades ao longo dessa jornada.
Os testes de função espermática podem ser considerados exames complementares ao espermograma e são importantes porque raramente é possível fechar diagnóstico com base em um único exame.
Quanto mais dados da fertilidade tanto do homem como da mulher o médico tiver, melhor, pois mais fácil e exato é o diagnóstico. Portanto, quando o espermograma tem resultado normal e o casal não tem fatores identificados de infertilidade, a função espermática deve ser avaliada.
Os testes de função espermática são realizados em laboratório, que consegue simular as condições que os espermatozoides vão encontrar no trajeto até o óvulo para identificar o possível problema. Os testes disponíveis hoje são:
(1) Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, fazem parte do sistema imunológico do corpo humano, e sua função é combater micro-organismos e eliminá-los. Se os leucócitos estiverem presentes no sêmen em grande quantidade, pode haver uma infecção e esta deve ser tratada.
(2) As espécies reativas de oxigênio são radicais livres que podem reduzir a motilidade dos espermatozoides se estiverem em grandes quantidades. Em muitos casos, isso impede que os gametas cheguem ao óvulo e o fecundem.
(3) Assim como acontece com os leucócitos e com as espécies reativas de oxigênio, uma quantidade grande de anticorpos ligada aos espermatozoides pode prejudicar sua motilidade e impedir a fecundação.
(4) O teste hiposmótico avalia as condições da membrana plasmática do espermatozoide, que também é fundamental para a fecundação.
(5) Os danos no DNA espermático como o aumento da fragmentação do DNA também dificultam a fecundação, portanto é um teste relevante para alguns casos.
O médico deve avaliar a indicação da realização desses testes e solicitá-los quando achar necessário.
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