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O termo vasectomia significa “corte de vasos”; vaso no sentido de conduto que transporta os líquidos do corpo. No caso da vasectomia, é feita a obstrução dos dutos deferentes, que ligam os epidídimos à uretra e permitem o transporte dos espermatozoides depois da sua maturação. Por isso, a cirurgia pode ser chamada também de deferentectomia. Os dutos deferentes ficam dentro do cordão espermático e têm um comprimento aproximado de 30 cm a 40 cm.
Portanto, a vasectomia leva à infertilidade, mas pela impossibilidade de transporte dos espermatozoides, não por algum problema de produção dos gametas, uma vez que os testículos não são afetados, que são os órgãos responsáveis pela produção dos espermatozoides. Após a cirurgia, o homem apresenta quadro de azoospermia obstrutiva, condição em que não se encontram espermatozoides no sêmen ejaculado em decorrência de obstrução dos ductos.
Com isso, a vasectomia é considerada um método contraceptivo masculino definitivo de baixa complexidade e é indicado para homens que não desejam ter mais filhos.
No entanto, por diversas razões, homens que se submeteram à vasectomia às vezes gostariam de reverter esse resultado. Nesses casos, eles devem procurar auxílio médico para verificar a possibilidade da realização da reversão da vasectomia, pois nem sempre ela é o procedimento mais indicado, principalmente se a cirurgia inicial foi feita há muito tempo.
O procedimento de reversão de vasectomia é indicado, de modo geral, a homens que fizeram a vasectomia e querem recuperar sua fertilidade, mas algumas condições devem ser analisadas, no intuito de verificar se o procedimento será bem-sucedido.
Uma dessas condições é o tempo da cirurgia de vasectomia. Não existem pesquisas que determinem qual é o prazo máximo para a realização da reversão, embora, como ocorre em muitos procedimentos realizados no corpo humano, quanto mais tempo tiver passado, menor as chances de sucesso. Casos em que a vasectomia foi realizada há menos de 8 anos têm mais de 80% de taxas de sucesso.
O homem que quer recuperar a fertilidade geralmente tem uma parceira, que também deve passar por uma consulta, já que a idade da mulher e suas condições de saúde também são importantes para a gravidez. Se ela tiver algum problema relacionado à fertilidade, inclusive idade acima de 35 anos, na maioria dos casos a reversão da vasectomia não será indicada, pois as chances de gravidez já serão reduzidas.
Nessas circunstâncias, é estudada a possibilidade da realização de fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida em que é possível a obtenção de espermatozoides diretamente dos testículos ou do epidídimo.
A cirurgia também é indicada em casos raros de homens que sofreram outros tipos de danos nos dutos deferentes e são inférteis pela mesma razão. A técnica pode, de modo geral, reconstruir os ductos deferentes e aumentar as chances de o homem ejacular espermatozoides viáveis à fecundação.
Na vasectomia, os ductos deferentes são cortados para que seja interrompida a ligação dos epidídimos com a uretra, impedindo a ejaculação de espermatozoides durante a relação sexual.
A reversão de vasectomia, portanto, recanaliza os dutos deferentes, possibilitando novamente que os espermatozoides sejam ejaculados e possam fecundar o óvulo. Diferentemente da vasectomia, a reversão não é um procedimento tão simples. Trata-se de uma técnica microcirúrgica que reconstitui os ductos. Para isso, o cirurgião precisa, principalmente, de microscópio especializado e fios cirúrgicos utilizados propriamente para essa reconstituição.
O procedimento é feito após anestesia do paciente e leva entre 2 e 4 horas para ser finalizado, a depender das condições em que estarão os ductos deferentes seccionados e da experiência do cirurgião.
A reversão de vasectomia pode demorar a gerar resultados e o sucesso do procedimento depende do tempo de vasectomia e da técnica utilizada.
Para verificar o sucesso do procedimento, o primeiro passo é a realização de espermograma depois de algum tempo. Para avaliar o resultado final, pode-se esperar por até 6 meses a 1 ano após a cirurgia de reversão. No entanto, mesmo se encontrados espermatozoides no sêmen, o casal pode ter dificuldades de engravidar. Por isso, é importante que tenha sido feita a investigação da fertilidade do casal antes do procedimento cirúrgico, para descartar outros possíveis fatores de infertilidade.
Se a técnica não for bem-sucedida, o casal pode procurar técnicas de reprodução assistida, como a FIV, que hoje oferece taxas de sucesso elevadas e poucos riscos à saúde do casal.
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