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A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a infertilidade como a ausência de gravidez após um ano ou mais de atividade sexual regular e sem uso de medidas contraceptivas. Estima-se que anualmente sejam diagnosticados 2 milhões de novos casos de infertilidade, dos quais de 40% a 50% são por fatores masculinos.
Considerada uma doença multifatorial, a infertilidade masculina pode ser transitória ou permanente, mas na grande maioria dos casos há a possibilidade de gravidez com a reprodução assistida.
Entre as causas mais comuns estão a varicocele e infecções que afetam o sistema reprodutor masculino, que quando curadas podem ou não deixar de causar a infertilidade. Porém, se as causas forem genéticas nem sempre o diagnóstico pode ser revertido.
O principal exame para identificação da infertilidade masculina de qualquer origem é o espermograma, que avalia a quantidade e a qualidade dos espermatozoides e do sêmen. Já os tratamentos variam caso a caso.
Continue a leitura deste texto e conheça as principais doenças que podem afetar a fertilidade masculina. Confira!
Além das tentativas de engravidar sem sucesso durante cerca de um ano, o que define a infertilidade de modo geral, quando se trata de infertilidade masculina outros fatores devem ser observados conjuntamente.
Sintomas como dor na bolsa testicular ou no pênis, disúria (ardência ao urinar), presença de corrimento uretral, incômodo ao ejacular ou ao manter relações sexuais podem ser indícios de doenças que levam, ainda que secundariamente, ao quadro de infertilidade.
Nesses casos, a busca por atendimento médico é urgente e pode ser a única forma de prevenir consequências mais graves. Durante a investigação das causas de infertilidade normalmente são solicitados exames de sangue, urina e o espermograma. Caso haja suspeita de alguma doença genética torna-se necessário avaliar paralelamente o histórico familiar do homem.
A interfertilidade masculina normalmente está associada a outros problemas de saúde, cujas origens podem ser genéticas ou consequentes de doenças adquiridas ao longo da vida. A maior parte das doenças genéticas que causam infertilidade promove o que chamamos hipogonadismo hipogonadotrófico, ou seja, deficiências na produção e liberação de hormônio do crescimento (gonadotrofinas) causando um desenvolvimento insuficiente do aparelho reprodutivo.
O tratamento com hormônios sexuais que visam reequilibrar essa produção hormonal deficiente pode ser feito, porém nem sempre a fertilidade pode ser restaurada. As anomalias genéticas que afetam os cromossomos sexuais normalmente causam infertilidade, tanto em homens quanto em mulheres.
Nos homens, as doenças genéticas que causam infertilidade mais comuns são a síndrome de Klinefelter, em que os cromossomos sexuais se apresentam em trio com um X a mais (XYY), e a Talassemia, uma espécie de anemia crônica que pode causar infertilidade, pois os homens com esse diagnóstico apresentam complicações endócrinas relacionadas ao hipogonadismo hipogonadotrófico.
A fibrose cística é uma doença genética que merece destaque quando o assunto é infertilidade masculina. Apesar de atingir homens e mulheres, tem taxas relevantes de infertilidade somente em homens portadores, que apresentam, além das tradicionais complicações pulmonares, também ausência ou obstrução dos ductos que levam os espermatozoides dos testículos para a uretra.
A varicocele, no entanto, que pode ou não ter fator genético envolvido, é considerada a principal causa de infertilidade masculina, atingindo de 10% a 15% da população. É uma doença muitas vezes silenciosa, já que a maior parte dos portadores são assintomáticos. Quando apresenta sintomas, os mais comuns são dor e sensação de peso nos testículos.
É uma doença que se caracteriza pela dilatação do sistema que drena o sangue dos testículos, resultante de defeitos nas válvulas que controlam o retorno venoso, provocando a dilatação dos vasos e aumento da pressão interna, prejudicando a formação dos espermatozoides.
Nos casos mais graves é possível ver as veias azuladas e dilatadas a olho nu, em volta da bolsa testicular. O tratamento pode ser feito por intervenção cirúrgica, porém aconselha-se aos portadores com alterações no espermograma que procurem também as técnicas de reprodução assistida.
Além das causas genéticas, a infertilidade masculina também pode se manifestar em decorrência de danos posteriores ao nascimento, como infecções (caxumba, prostatite, epididimite, orquite), ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), como gonorreia ou clamídia, e hábitos cotidianos prejudiciais à saúde, incluindo o consumo exagerado de álcool, tabagismo, estresse e uso crônico de entorpecentes e substâncias tóxicas.
Outra causa de infertilidade que merece destaque é a azoospermia, ausência de espermatozoides no sêmen. Ela pode ser provocada por doenças como varicocele e infecções.
Os casos em que a impossibilidade de gerar filhos se deve a causas reversíveis, o tratamento das doenças que originaram a condição de infertilidade geralmente corrige o problema com sucesso.
Porém, os tratamentos devem ser prescritos de forma individual, acompanhando as especificidades de cada caso.
Algumas dessas doenças demandam procedimentos menos invasivos, como administração de antibióticos ou a regulação das concentrações hormonais, no entanto, outras doenças, como a varicocele, podem exigir intervenções cirúrgicas para sua completa reversão.
Quando as causas da infertilidade masculina são genéticas e irreversíveis, assim como nos casos em que outros tratamentos não foram capazes de reverter o quadro, a fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida de alta complexidade, pode ajudar a ter filhos biológicos.
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