Dra. Fernanda Valente | Reprodução Humana SP | WhatsApp
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O potencial de fertilidade tanto na mulher como no homem tende a cair com a passagem do tempo, porém isso acontece de forma muito diferente em homens e mulheres – e essa diferença começa já no período embrionário.
Entre as mulheres, a formação de todos os óvulos que estarão disponíveis ao longo de sua vida acontece durante o desenvolvimento embrionário, portanto a reserva ovariana é um estoque limitado de células reprodutivas.
Nos homens, porém, a produção de espermatozoides começa na puberdade e novas células sempre serão produzidas até o final de suas vidas, a não ser que alguma doença ou condição cause algum problema.
Embora o tempo também afete a fertilidade masculina, o envelhecimento apenas faz com que o potencial reprodutivo diminua, ao contrário das mulheres, para quem a menopausa significa o fim da vida reprodutiva.
É importante lembrar que a fertilidade masculina não depende apenas da produção de espermatozoides, mas também de que essas células sejam geneticamente estáveis, dotadas de motilidade e com uma morfologia normal. Além disso, os líquidos que compõem o sêmen, cuja função é conduzir, nutrir e proteger os espermatozoides, devem estar íntegros.
A insuficiência androgênica parcial do homem idoso, antigamente chamada andropausa em analogia à menopausa das mulheres, é o conjunto de mudanças hormonais pelas quais os homens passam, especialmente após os 50-60 anos, e que provocam a diminuição do seu potencial de fertilidade, entre outras alterações.
Muitos homens não sentem essas alterações fisicamente, mas alguns podem apresentar sintomas mais claros.
Este texto busca esclarecer a relação entre a infertilidade masculina e o envelhecimento.
Boa leitura!
Chamamos de sêmen ou esperma o conjunto de elementos que compõem o líquido ejaculado: espermatozoides, líquido prostático, líquido seminal e líquido bulbouretral.
As células reprodutivas masculinas são produzidas, a partir da puberdade, nas paredes internas dos túbulos seminíferos, com a ação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) e da testosterona, sobre as células germinativas primordiais, as células de Leydig e de Sertoli.
A formação do flagelo acontece nos epidídimos, onde os espermatozoides são também reservados desde o momento em que seu desenvolvimento é disparado, até que a ejaculação aconteça.
A partir desse momento, os espermatozoides são dotados de motilidade e podem se locomover dentro do aparelho reprodutor feminino, para que a fecundação aconteça.
No momento da ejaculação, os espermatozoides são expelidos acompanhados de um líquido viscoso e esbranquiçado, que se liquefaz em pouco tempo.
Esse líquido é produzido pelas glândulas anexas – próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais – e seu papel inclui lubrificar e limpar o canal da uretra durante a relação sexual, nutrir os espermatozoides e proteger os gametas contra a acidez vaginal e danos em geral.
O líquido prostático, ainda, tem a propriedade de liquefazer-se após a ejaculação, tornando-se menos viscoso e favorecendo a motilidade espermática.
Para que o sêmen seja considerado normal, é preciso que alguns parâmetros estejam dentro da normalidade, com especial atenção para a concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides, o pH dos líquidos glandulares e a ausência de alterações na composição química desses líquidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu parâmetros para definir a normalidade da composição do sêmen. O espermograma e o teste de função espermática são exames que avaliam a qualidade do líquido ejaculado, e o primeiro é realizado pela análise de uma amostra obtida por masturbação, e posteriormente analisado tendo esses parâmetros como perspectiva:
A infertilidade masculina corresponde a cerca de 40% dos casos de infertilidade conjugal e pode ser causada por diversos fatores, como azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado.
A azoospermia é classificada em obstrutiva e não obstrutiva. A obstrutiva é caracterizada pela falta de espermatozoides no sêmen em decorrência de obstruções do trajeto dos espermatozoides no aparelho reprodutor masculino. Já a não obstrutiva é caracterizada por alterações na produção de espermatozoides.
As principais causas da infertilidade masculina são:
Estudos mostram que o termo insuficiência androgênica parcial do homem idoso substitui o uso de “andropausa”, que é inadequado para descrever o quadro clínico encontrado em pelo menos 20% dos homens com idade entre 60 e 70 anos: o declínio progressivo da produção androgênica e a diminuição do potencial reprodutivo desses homens.
Esse período, em que alterações hormonais principalmente relacionadas à testosterona diminuem o potencial fértil dos homens, não é, porém, sentido por muitos.
A testosterona no corpo do homem pode existir na sua forma livre (ativa) ou ligada a substâncias como a albumina e globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), sendo esta última a mais recorrente.
A partir dos 40 anos, os homens apresentam em média uma diminuição de 1,2% da testosterona livre (TL) e um aumento de 1,2% de SHBG, que se liga à maior parte da testosterona circulante.
Isso faz com que a concentração de testosterona livre e ativa diminua progressivamente com o tempo, enquanto a porção ligada principalmente à HSGB, que é inativa, aumente, resultando no rebaixamento da resposta à testosterona e, consequentemente, sua ação no corpo e na fertilidade do homem.
É importante lembrar que a diminuição da testosterona não determina o fim da produção de espermatozoides, mas afeta as chances de engravidar a parceira.
É possível que os espermogramas colhidos nesse período demonstrem uma diminuição da produção e concentração de espermatozoides e um aumento na taxa de fragmentação do DNA espermático, além de as dosagens hormonais muitas vezes serem capazes de detectar a redução da testosterona.
Entenda melhor o que é a infertilidade masculina tocando neste link.
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