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O sêmen, ou líquido seminal, é o nome dado ao líquido ejaculado pelo homem durante uma relação sexual ou masturbação e está diretamente relacionado com a fertilidade masculina, especialmente por conter os espermatozoides.
Os espermatozoides, que são as células reprodutivas masculinas, são produzidos a partir de células especializadas, localizadas nas paredes dos túbulos seminíferos, e seguem para o epidídimo, onde desenvolvem a cauda e ganham motilidade, que é a capacidade de se mover. A cada ejaculação, espermatozoides são expelidos em uma solução produzida pelas vesículas seminais, glândulas bulbouretrais e próstata.
Essas células são então transportadas até o útero nesse líquido, que também tem a função de nutrir os espermatozoides e protegê-los de danos gerais, garantindo que cheguem saudáveis e aptos para a fecundação.
O líquido produzido pelas vesículas seminais é pouco viscoso e constitui o veículo e meio de nutrição dos espermatozoides.
Já o líquido prostático é mais viscoso e tem a propriedade de liquefazer-se após a ejaculação, diminuindo bastante a viscosidade total do sêmen e assim garantindo que os espermatozoides possam se movimentar com liberdade através dele até o útero.
A avaliação da integridade do sêmen é feita pelo espermograma, que, associado ao teste de função espermática, fornece um quadro bastante completo das condições em que se encontra a função reprodutiva no homem.
O espermograma é um exame simples, em que o líquido ejaculado é coletado normalmente por masturbação e analisado em ambiente laboratorial.
Essa é uma boa ferramenta para avaliar a fertilidade masculina, já que observa variáveis como número de espermatozoides, sua morfologia e motilidade, identificando uma série de doenças e condições, como varicocele, azoospermia e oligozoospermia.
Quer entender melhor o que é e como é feito o espermograma? É só continuar a leitura.
O espermograma é o exame que avalia a qualidade do líquido expelido pelo homem durante a ejaculação. A partir de uma metodologia de amostragem, esse exame é capaz de analisar variáveis macroscópicas e microscópicas do sêmen.
Entre as variáveis macroscópicas estão o volume do líquido ejaculado, cor, viscosidade e pH, além do tempo de liquefação, que é o tempo necessário para o sêmen sair do seu estado viscoso de gel para o estado líquido.
Já os aspectos microscópicos avaliam o número, a morfologia e a motilidade dos espermatozoides, que podem indicar problemas como azoospermia e oligozoospermia, e também a presença de agentes infecciosos que possam estar afetando os testículos (orquite), o epidídimo (epididimite) e até mesmo a próstata (prostatite).
A preparação para fazer o espermograma é bastante simples e demanda apenas que o homem se abstenha de relações sexuais por no mínimo 2 dias e no máximo 7 dias antes do exame, que é colhido por masturbação no laboratório de análises clínicas.
Essa janela de tempo para a abstinência sexual deve ser respeitada, já que tanto a atividade sexual excessiva quanto sua ausência por mais de 5 dias podem alterar o volume do líquido seminal e a contagem dos espermatozoides.
No momento da coleta, é importante que o homem tome alguns cuidados para evitar a contaminação do líquido ejaculado e, consequentemente, distorções nos resultados do espermograma.
Para isso, deve lavar suas mãos e o órgão genital com água e sabão, secando-os e higienizando especialmente a glande com antisséptico fornecido pelo laboratório. O uso de lubrificantes também pode alterar os resultados do espermograma, sendo proibido.
O homem deve ejacular dentro de um tubo com tampa, que armazena inicialmente esse material biológico, para que seja enviado para análise imediatamente.
A análise do sêmen é feita em algumas etapas. A primeira é a climatização da amostra em 37 ºC, para que o líquido prostático se torne líquido e os espermatozoides possam ser analisados.
O tempo de liquefação é registrado e, após esse procedimento, uma parte da amostra coletada é submetida a uma sequência de etapas que incluem solubilizações, esfregaços e testagens, em busca de evidenciar alterações nos componentes do líquido ejaculado.
Outra amostra do líquido ejaculado é centrifugada e enviada para análise microbiológica, que busca agentes infecciosos e sinalizadores imunológicos que indiquem alterações.
Quando um casal busca auxílio da reprodução assistida para ter filhos, independentemente dos motivos iniciais que os levaram ao consultório, é importante que a fertilidade masculina seja analisada antes da escolha do tratamento mais adequado.
Por isso, o espermograma é um exame que deve ser solicitado em todos os casos, inclusive porque muitas doenças que afetam a composição do líquido ejaculado podem ser assintomáticas.
Isso é importante porque algumas técnicas não podem ser indicadas para casais com infertilidade conjugal por fator masculino, como é o caso da RSP (relação sexual programada), indicada exclusivamente para infertilidade leve por fator feminino.
A IA (inseminação artificial), que, como a RSP, promove a fecundação in vivo, pode ser indicada para infertilidade masculina leve, porém a FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais aconselhada para os casos de infertilidade por fator masculino, incluindo os casos mais graves.
Isso porque algumas técnicas associadas à FIV, como o preparo seminal, permitem contornar as causas de alterações no líquido ejaculado que refletem problemas de infertilidade.
O preparo seminal é feito com uma amostra de sêmen e tem como objetivo selecionar os melhores espermatozoides criando subamostras com uma concentração maior dessas células, com auxílio de uma centrífuga e métodos de cultivo e seleção celular.
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