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É possível engravidar fora do período fértil?

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Muitas mulheres sabem que o período fértil compreende alguns dias do ciclo menstrual em que as possibilidades de engravidar são maiores. Essa informação pode ser usada para aumentar as chances de engravidar, mas ao mesmo tempo se mostra imprecisa se o objetivo é evitar a gestação.

Essa falta de precisão acontece porque a duração de cada ciclo menstrual pode variar entre as mulheres e também de ciclo para ciclo, fazendo do cálculo do período fértil algo pouco preciso, quando feito sem o auxílio de ferramentas externas, como os testes de ovulação.

Mesmo assim, a tradicionalmente chamada tabelinha ainda é muito utilizada. Embora a medicina saiba que, cientificamente, não é possível engravidar fora do período fértil, muitas mulheres que utilizam a tabelinha são surpreendidas por uma gestação não planejada e podem pensar que é possível engravidar fora do período fértil.

Neste texto, vamos mostrar alguns detalhes do ciclo menstrual que podem explicar se, afinal, é possível engravidar fora do período fértil. Boa leitura!

A fertilidade das mulheres é cíclica

Entre a puberdade e a menopausa, a fertilidade das mulheres se manifesta de forma cíclica, ou seja, pela repetição de uma mesma sequência de eventos hormonais e celulares, com dois objetivos principais: disponibilizar uma célula reprodutiva (óvulo) para a fecundação e preparar o corpo da mulher para receber a gravidez.

Fase folicular

A menstruação marca o começo da fase folicular, em que o recrutamento de folículos ovarianos – estruturas que envolvem os óvulos um a um – para a ovulação é o evento principal.

O processo de recrutamento é feito pela interação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) com as células dos folículos e resulta também na produção de estradiol (o estrogênio do ciclo menstrual).

Além de participar do próprio desenvolvimento do folículo dominante, o estradiol também interage com as células do endométrio – camada de revestimento da cavidade uterina –, induzindo sua multiplicação e o espessamento gradual deste tecido.

Ovulação

Pouco tempo antes da ovulação, esses hormônios atingem suas concentrações máximas simultaneamente e o rompimento do folículo dominante para a liberação do óvulo é resultado desse pico hormonal.

Fase lútea

O óvulo encaminha-se para as tubas uterinas, onde a fecundação pode acontecer, enquanto as células foliculares se transformam no corpo lúteo, que produz progesterona, principal hormônio dessa etapa.

Entre as principais funções da progesterona estão o controle da atividade estrogênica no endométrio, finalizando o preparo endometrial, além de inibir a ocorrência de novas ovulações em um mesmo ciclo.

Nos ciclos em que não há fecundação, o corpo lúteo regride alguns dias após a ovulação e isso faz com que a concentração de progesterona caia gradualmente – assim como a concentração de estrogênio –, até atingir seus níveis mínimos e disparar a menstruação, começando um novo ciclo.

O que é período fértil?

O período fértil é um cálculo que envolve três principais variáveis: o momento da ovulação, o tempo que o óvulo permanece vivo nas tubas uterinas (por volta de 36h) e o tempo de sobrevivência dos espermatozoides no corpo da mulher, após a ejaculação (cerca de 72h).

Nos ciclos menstruais regulares – ou seja, em que o período entre uma menstruação e outra é de aproximadamente 28 dias –, a ovulação acontece perto do 14º dia após a chegada do sangue menstrual e o óvulo chega às tubas e aí permanece vivo até o 16° dia do ciclo.

Se considerarmos o tempo de sobrevivência dos espermatozoides no trajeto até as tubas, as relações sexuais sem preservativos e contraceptivos nos três dias que antecedem a ovulação podem resultar em gravidez. Nesses casos, ao chegar nas tubas, o óvulo já encontra o ambiente repleto de espermatozoides, favorecendo a fecundação.

Afinal, é possível engravidar fora do período fértil?

Se observarmos a cadeia de eventos hormonais e celulares do ciclo menstrual, fica claro que a fecundação somente pode acontecer após a ovulação, que é determinante para o período fértil – ou seja, não é possível engravidar fora do período fértil.

No entanto, o cálculo do período fértil é uma convenção baseada na regularidade dos ciclos menstruais, o que, como comentamos, não se observa de fato na realidade.

Além disso, a duração de cada fase do ciclo menstrual também pode ser diversa de mulher para mulher e entre os ciclos, na mesma mulher, deslocando o momento da ovulação e comprometendo o cálculo do período fértil, mesmo em ciclos mais regulares.

Se uma mulher com ciclos irregulares utiliza o cálculo do período fértil para engravidar ou evitar uma gestação, a precisão do método passa a ser ainda menor.

Assim, mesmo sabendo que não é possível engravidar fora do período fértil, a falta de precisão desse cálculo pode passar a falsa impressão de que é possível engravidar fora do período fértil.

Período fértil e contracepção

O uso da tabelinha como método contraceptivo é altamente desaconselhado pelos profissionais da saúde justamente por ser muito falho, devido à variação no tempo de duração dos ciclos menstruais e de cada uma de suas fases.

A contracepção hormonal é uma das formas mais seguras de evitar a gestação. A porcentagem de falhas nos diferentes métodos contraceptivos hormonais também pode variar e, entre as formas disponíveis hoje, o DIU (dispositivo intrauterino) é o mais seguro.

Ainda assim, é importante lembrar que os contraceptivos hormonais não impedem a transmissão de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), um papel exclusivo dos preservativos de barreira – as camisinhas masculina e feminina.

Encontre mais detalhes sobre como realizar esse cálculo tocando neste link.

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