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Reversão de laqueadura e tentativas de gravidez: reversão ou FIV

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Apesar da existência de diversos métodos contraceptivos reversíveis, muitas mulheres ainda recorrem à laqueadura tubária para evitar a gestação, principalmente quando já têm filhos e não desejam mais viver outras experiências de maternidade.

A laqueadura é um método contraceptivo definitivo, em que as tubas uterinas são obstruídas, impedindo o encontro do óvulo com o espermatozoide e promovendo um quadro de infertilidade feminina.

Contudo, o arrependimento algum tempo após a laqueadura é comum – especialmente quando as mulheres entram em novos relacionamentos e passam a desejar filhos dessa união, ou quando os filhos mais velhos crescem e a mulher sente novamente o desejo de engravidar.

Dependendo dos métodos utilizados para a laqueadura e de outros fatores, como a idade da mulher, é possível realizar a reversão da laqueadura, porém muitas vezes a melhor indicação é a FIV (fertilização in vitro).

O texto a seguir apresenta mais detalhadamente o que é a reversão da laqueadura e a FIV, mostrando como avaliar as duas possibilidades, para uma melhor tomada de decisão.

Boa leitura!

O que é reversão da laqueadura?

Como mencionamos, a laqueadura é uma cirurgia voluntária, realizada pelas mulheres que não desejam mais ter filhos, em que as tubas uterinas são obstruídas – o que pode ser feito por cauterização, remoção de parte das tubas uterinas ou pela colocação de grampos e anéis elásticos.

A regulamentação de parte dos direitos reprodutivos da mulher é feita pelo artigo 226 da Constituição Brasileira, que prevê regras para o planejamento familiar. Desde 1996, com a aprovação da Lei nº 9.263, que complementa esse artigo constitucional, a laqueadura tubária deve seguir alguns preceitos para ser autorizada.

Um desses preceitos é ter mais de 25 anos ou dois filhos vivos, especialmente porque a taxa de arrependimento após a cirurgia é alta e a reversão pode não ser bem-sucedida em muitos casos.

A reversão da laqueadura é um procedimento cirúrgico cujo objetivo é restabelecer a anatomia e funcionalidade das tubas uterinas, permitindo que seja novamente possível o encontro entre gametas, para a fecundação.

A indicação da cirurgia depende de alguns fatores, entre eles a idade da mulher e a forma como a laqueadura foi realizada. Os procedimentos que utilizam grampos e anéis elásticos são os mais fáceis de reverter, enquanto os demais, que exigem a religação ou a reconstrução das tubas uterinas, mais complexos e com menos chance de sucesso.

A cirurgia é feita por videolaparoscopia, na maior parte dos casos, um procedimento minimamente invasivo que demanda ambiente hospitalar e anestesia, mas tem um pós-operatório relativamente rápido e tranquilo.

O que é FIV (fertilização in vitro)?

A FIV é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade – e por isso também muito abrangente, podendo ser indicada para quase todos os casos de infertilidade. A FIV é dividida em cinco etapas maiores: estimulação ovariana, coleta de gametas, fertilização in vitro, cultivo embrionário e a transferência dos embriões para o útero.

Na primeira etapa, a estimulação ovariana é feita com medicamentos hormonais, administrados no início do ciclo menstrual e cujos efeitos são monitorados por ultrassonografia pélvica transvaginal.

A intenção da estimulação ovariana na FIV é induzir o recrutamento e amadurecimento de um número maior de folículos do que o que acontece normalmente no ciclo reprodutivo, melhorando as possibilidades da seleção de gametas, e também dos embriões posteriormente.

Quando o acompanhamento ultrassonográfico da ovulação indica que os folículos atingiram seu auge de amadurecimento, tem início a segunda etapa da FIV, a coleta de gametas.

A coleta de gametas masculinos e femininos deve ser feita simultaneamente. Enquanto as células reprodutivas da mulher são coletadas por aspiração folicular, diretamente dos ovários, os espermatozoides podem ser conseguidos com uma amostra de sêmen, obtida por masturbação ou por recuperação espermática.

Após a coleta e a seleção de gametas, a fecundação é realizada em ambiente laboratorial, com a união de óvulo e espermatozoide por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide). Como a fecundação é feita em laboratório, as tubas uterinas não são necessárias. A FIV pode ser indicada até para mulheres que não têm as tubas uterinas. Os embriões formados na fecundação são encaminhados para a próxima etapa, o cultivo embrionário.

Durante o cultivo embrionário, que dura alguns dias, o desenvolvimento dos embriões é observado. Ao final do cultivo embrionário, o útero deve estar pronto para receber os embriões, contudo se há atraso no preparo endometrial – o que pode acontecer como consequência da estimulação ovariana – os embriões podem ser criopreservados e a transferência dos embriões congelados só é feita quando o útero mostra-se receptivo.

Após a transferência embrionária, espera-se que ao menos um embrião consiga realizar a nidação ou implantação embrionária, dando início à gestação.

O que deve ser avaliado na decisão sobre a reversão da laqueadura ou FIV direto?

A idade da mulher e o tempo decorrido entre a laqueadura e a reversão são dois dos principais fatores que influenciam a decisão pela FIV ou pela reversão da laqueadura. A existência de outros fatores de infertilidade, como infertilidade masculina ou outras comorbidades do sistema reprodutivo da mulher, também deve ser considerado no processo de escolha.

Embora a idade da mulher também influencie nas taxas de sucesso da FIV, principalmente na proximidade da menopausa, quando a fertilidade decai naturalmente, é possível que a mulher não consiga chegar à gestação por vias naturais em virtude da diminuição da reserva ovariana.

Nos casos em que muito tempo se passou entre a laqueadura e o desejo pela reversão, as próprias tubas uterinas podem mostrar-se menos receptivas ao procedimento cirúrgico, com maiores dificuldades de cicatrizar de forma adequada, aumentando as chances de a cirurgia não dar certo.

Se existem outros fatores de infertilidade, além da laqueadura, é mais comum que a mulher ou o casal receba indicação direta para a FIV, já que a técnica tem altas chances de sucesso e não precisa das tubas uterinas.

Leia mais sobre FIV tocando o link.

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