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Sangramento durante a relação: tem relação com a infertilidade?

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Qualquer tipo de sangramento, incluindo o sangramento durante a relação sexual, é sinal de algo pode estar errado com nosso corpo. A única exceção é a menstruação, um sangramento vaginal normal e cuja ocorrência estável e cíclica é justamente um dos sinais de saúde reprodutiva.

O sangramento durante a relação frequentemente é acompanhado de dispareunia (dor durante a relação) e pode acontecer como resultado de diversas alterações, incluindo infecções, inflamações e doenças de origem genética.

Neste texto, vamos falar um pouco mais sobre a relação entre o sangramento durante a relação e as possibilidades de infertilidade feminina que podem estar associadas a este quadro.

Boa leitura!

A menstruação é o único sangramento vaginal normal

A única situação em que o sangramento durante a relação sexual é considerado normal acontece quando a mulher mantém relações sexuais durante o período da menstruação – que é um evento natural do ciclo.

Após a puberdade, com o amadurecimento do aparelho reprodutivo e o início dos ciclos menstruais, a mulher passa a conviver periodicamente com a menstruação – usada inclusive para marcar o final de um ciclo reprodutivo e o início de outro.

A menstruação é resultado da descamação do endométrio – camada de revestimento da cavidade uterina –, expelido em forma de sangue menstrual. Esse processo é induzido pelo rebaixamento na concentração de dois hormônios sexuais, no final da fase lútea: estrogênio e progesterona.

Nos momentos do ciclo menstrual em que estes dois hormônios são mais abundantes – o estrogênio na fase folicular e a progesterona no início da fase lútea –, a camada basal do endométrio se modifica profundamente, tornando-se mais espessa e vascularizada.

Esse processo é chamado preparo endometrial e é fundamental para que o útero consiga auxiliar o embrião na nidação – que dá início à gestação –, caso a fecundação aconteça, logo após a ovulação.

Nos ciclos em que não há fecundação, as concentrações de estrogênio e de progesterona começam a cair na metade da fase lútea, diminuindo gradualmente os efeitos desses hormônios sobre o endométrio.

Por isso, no momento em que as concentrações desses hormônios atingem suas taxas mais baixas, o endométrio produzido nesse processo descama e é expelido em forma de sangue menstrual – como comentamos inicialmente.

É interessante lembrar que somente com a chegada da menopausa a mulher deixa de menstruar e produzir os hormônios sexuais, tornando-se permanentemente infértil.

Como o sangramento durante a relação se diferencia da menstruação?

Na menstruação, especialmente aspectos como volume e consistência do sangue, além da duração do período menstrual, podem variar entre mulheres e entre ciclos, na mesma mulher. No entanto, ainda assim o sangramento da menstruação guarda semelhanças que permitem caracterizá-la da seguinte forma:

O primeiro dia da menstruação pode coincidir com o momento da relação sexual, levantando falsas suspeitas sobre problemas associados ao sangramento durante a relação.

Por isso é importante observar alguns aspectos que podem ajudar a diferenciar o sangramento durante a relação da menstruação normal:

No entanto, mesmo na ausência destes sintomas, o sangramento durante a relação sexual como sintoma único é sinal de problemas de saúde e deve ser suficiente para motivar a busca por atendimento médico e diagnóstico.

O que pode provocar sangramento durante a relação?

O sangramento durante a relação normalmente é resultado do atrito da penetração em tecidos fragilizados por doenças e condições, que podem ser brevemente listadas a seguir:

Os sangramentos podem se dar em episódios esporádicos ou de forma crônica – e estes são fatores que também estão associados a quais doenças e condições podem estar por trás do sangramento durante a relação, identificadas por um processo diagnóstico acurado.

Infertilidade e sangramento durante a relação

De forma geral, podemos dizer que a maior parte das doenças e condições que afetam o útero e o canal vaginal podem prejudicar as possibilidades de engravidar porque alteram, ainda que momentaneamente, o ambiente dessas estruturas e com isso afetam a vitalidade dos espermatozoides e a receptividade endometrial.

Entretanto, algumas condições podem provocar alterações mais profundas e persistentes, que podem mesmo comprometer a capacidade reprodutiva da mulher.

Entre os diagnósticos listados anteriormente, o sangramento durante a relação pode estar relacionado à infertilidade feminina principalmente em algumas ISTs, nos casos de mioma submucoso, pólipo endometrial, endometrites, neoplasias e como consequências de procedimentos cirúrgicos.

A infertilidade nessas situações deve-se às alterações no preparo endometrial provocadas pelas doenças mencionadas, que podem prejudicar a nidação e fazendo com que a mulher não consiga engravidar ou apresente quadros de aborto de repetição.

Diagnóstico, tratamento e o papel da reprodução assistida

Os diagnósticos das causas do sangramento durante a relação dependem das causas deste sintoma e podem lançar mão tanto de exames laboratoriais, como os que identificam as ISTs e infecções em geral, como de exames de imagem, que localizam miomas, pólipos e neoplasias.

Os tratamentos para o sangramento durante a relação podem ser medicamentosos ou cirúrgicos, mas assim como os processos diagnósticos, também variam de acordo com as causas desse sintoma.

Como a dificuldade para engravidar pode também ser um sintoma que acompanha o sangramento durante a relação, em algumas situações, a reprodução assistida pode ser indicada para o tratamento da infertilidade feminina.

Entre as técnicas disponíveis atualmente, a FIV (fertilização in vitro) é o procedimento mais indicado para infertilidade feminina por fator uterino, que inclui todos os diagnósticos mencionados anteriormente, associados ao sangramento durante a relação.

Leia mais sobre infertilidade feminina tocando neste link.

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