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Óvulos: o que são?

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Os óvulos são células análogas aos espermatozoides – ambas chamadas gametas ou células reprodutivas – por desempenharem funções muito parecidas e até mesmo complementares na reprodução humana.

No entanto, enquanto os espermatozoides são produzidos aos milhares, a cada ejaculação, todos os óvulos são produzidos antes do nascimento da mulher (reserva ovariana) e, somente após a puberdade, essas células podem se desenvolver, disponibilizando apenas um óvulo por ciclo menstrual, para fecundação.

Com a leitura deste texto você vai entender melhor o que são os óvulos e como essas células podem ser tão importantes para a fertilidade das mulheres. Aproveite!

Cada óvulo ficar armazenado em um folículo ovariano

Os óvulos são células únicas, arredondadas e com alguns componentes principais, como um pronúcleo contendo metade do material genético da mulher, organelas para o funcionamento da célula e duas camadas de proteção e controle na periferia da célula – a zona pelúcida e a membrana plasmática, respectivamente.

Formados ainda no período embrionário, antes do nascimento da mulher, os óvulos ficam armazenados nos ovários, envolvidos um a um por uma estrutura multicelular que chamamos folículo ovariano.

Os folículos são formados por dois tipos celulares específicos, as células da teca – com receptores para LH (hormônio luteinizante) – e as células da granulosa – com receptores para FSH (hormônio folículo-estimulante).

Esses hormônios são chamados gonadotrofinas, produzidos e liberados pela hipófise e cujo controle fica a cargo do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), de origem hipotalâmica.

A interação entre as gonadotrofinas e as células foliculares têm como objetivo a produção dos hormônios sexuais que coordenam os eventos do ciclo menstrual, especialmente a ovulação e o preparo uterino.

O que acontece com os óvulos no ciclo menstrual?

A cada ciclo reprodutivo ou menstrual, a menstruação marca o primeiro dia do ciclo, quando o endométrio (camada de revestimento da cavidade uterina) descama e é expelido como sangue menstrual. Nesse momento, os níveis hormonais gerais são os menores de todo o ciclo.

Ao longo da fase folicular, que se segue à menstruação, a produção de GnRH é retomada gradualmente – assim como a liberação das gonadotrofinas. Nesse momento, um grande número de folículos ovarianos, contendo óvulos pequenos, é recrutado para participar da ovulação em alguma medida.

A maior parte desses folículos e óvulos, no entanto, participa somente dos processos pré-ovulatórios da fase folicular, interagindo com FSH e LH para a produção de estrogênio. O folículo dominante é o único, entre os recrutados, que cresce e se desenvolve o suficiente para participar da ovulação efetivamente.

Isso acontece porque os folículos desempenham dois papéis interligados: ao individualizar os óvulos, isolando-os uns dos outros, faz com que a interação com as gonadotrofinas FSH e LH seja específica para cada complexo folículo-óvulo, permitindo que um folículo seja dominante e os outros sejam apenas parte da produção dos hormônios sexuais.

O auge do crescimento do folículo dominante acontece ao mesmo tempo que o pico máximo de concentração das gonadotrofinas e estrogênio – o que provoca o rompimento do folículo e a liberação de um óvulo maduro em direção às tubas uterinas – onde a fecundação pode acontecer naturalmente.

Se a mulher não mantém relações sexuais sem preservativos de barreira nesse período, não há fecundação e o óvulo é reabsorvido pela parede tubária por volta de 36h a 48h após a ovulação.

O que acontece com o óvulo na fecundação?

Para a fecundação, os espermatozoides devem disputar a entrada no meio intracelular do óvulo uns com os outros – e este é um processo particularmente complexo porque o óvulo é uma célula protegida pela zona pelúcida, uma barreira altamente seletiva, que controla a entrada do espermatozoide no óvulo durante essa disputa.

O espermatozoide que consegue entrar no interior do óvulo utiliza para isso principalmente o acrossomo, uma pequena vesícula na cabeça desta célula, preenchida por substâncias capazes de interagir com a zona pelúcida, abrindo espaço no controle realizado por ela.

Nesse momento, a zona pelúcida se fecha e impede a entrada de um segundo espermatozoide, e o corpo celular do espermatozoide que conseguiu entrar o óvulo se desfaz, liberando o DNA espermático para encontrar seus pares cromossômicos no DNA do óvulo e formar o DNA embrionário, um código genético inteiramente novo e completo.

As primeiras etapas do desenvolvimento embrionário formam células que permanecem envoltas pela zona pelúcida até a nidação, quando o embrião chega ao útero e deve romper a zona pelúcida para fixar-se no endométrio, dando início à gestação propriamente dita.

Óvulos, reserva ovariana e a fertilidade da mulher

Como comentamos, todos os óvulos são formados antes do nascimento da mulher, com o desenvolvimento e migração das células germinativas para a região abdominal, formando o que futuramente serão os ovários.

Isso significa que, ao nascer, a mulher já tem todos os óvulos com os quais poderá contar para ser mãe até o final de sua vida. Esse estoque é, portanto, limitado e chamado reserva ovariana.

Após a puberdade, a reserva ovariana vai sendo consumida pelo mecanismo dos ciclos menstruais, especialmente pelo recrutamento de óvulos antes da ovulação, e começa a chegar ao fim por volta dos 40 anos, se esgotando totalmente por volta dos 50 anos, com a menopausa.

Os óvulos são um dos focos de atenção da reprodução assistida, seja pela estimulação ovariana, que induz a dinâmica hormonal da ovulação e está presente em todas as técnicas de reprodução assistida, seja quando falamos dos tratamentos que utilizam a FIV (fertilização in vitro) com ovodoação e com preservação da fertilidade (congelamento de óvulos).

Leia mais sobre infertilidade feminina tocando neste link.

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