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O que são embriões excedentes? Como podem ajudar outros casais?

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A fertilização é definida como o processo em que o gameta masculino (espermatozoide) e o feminino (óvulo) se unem para formar um embrião. Tanto o espermatozoide quanto o óvulo contêm um conjunto de 23 cromossomos, que, quando juntos, formam o embrião com os 46 cromossomos.

Em um ciclo de fertilização in vitro (FIV), um embrião se forma pela aplicação da injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), em que o espermatozoide é injetado, com o auxílio do micromanipulador de gametas, no citoplasma do óvulo. Para que isso possa ser feito, os óvulos são retirados dos ovários da paciente e o sêmen é coletado por masturbação e preparado por técnicas de processamento seminal previamente.

Não existe um número específico de embriões que são formados na etapa de fecundação da FIV. No entanto, só podem ser transferidos ao útero, no máximo, dependendo das características do casal, especialmente da mulher, três. Dessa forma, se tiverem sido formados mais do que três embriões, haverá embriões excedentes. Isso é muito importante para casais inférteis.

Hoje, vamos explorar esse tema: embriões excedentes: o que é e o que pode ser feito com eles? Confira!

Primeiro vamos entender quando a FIV é indicada

A fertilização in vitro (FIV) é uma opção de tratamento para a fertilidade e tem altas taxas de sucesso. A FIV pode ser indicada, hoje, para praticamente qualquer caso de infertilidade e quando tratamentos de baixa complexidade falharam (relação sexual programada ou coito programado e inseminação artificial ou inseminação intrauterina). Alguns deles são:

Também pode ser indicada quando o casal tiver indicação de fazer o teste genético pré-implantação (PGT) de embriões. Só na FIV a análise genética é possível.

Como funciona a fertilização in vitro?

São cinco as principais etapas da FIV:

1. Estimulação ovariana

Para iniciar um ciclo de FIV, primeiro é necessário realizar a estimulação ovariana para coletar uma quantidade adequada de óvulos. O número de óvulos pode variar muito, principalmente dependendo da idade da mulher e das condições da reserva ovariana.

Para realizar essa estimulação, a mulher utiliza injeções diárias por 10 a 12 dias. O objetivo é fazer muitos folículos se desenvolverem para que os óvulos possam ser coletados. Isso é que vai aumentar as chances de sucesso do tratamento.

Quando o ultrassom mostrar vários folículos com diâmetro de 18 mm na superfície dos ovários, a ovulação é induzida com hCG.

2. Coleta de óvulos

Cerca de 35 horas depois da injeção de hCG, os folículos são aspirados. No interior dos folículos, há um líquido e nesse líquido fica o óvulo (cada folículo tem um único óvulo – pode não ter nenhum).

Um pouco antes de a ovulação acontecer, todos os folículos são aspirados por punção, com o auxílio de uma agulha. O líquido coletado segue para o laboratório para que os óvulos maduros sejam selecionados e preparados para a fecundação.

Durante a coleta de óvulos, o parceiro da paciente coleta o sêmen por masturbação. Isso é feito nesse momento porque os espermatozoides não têm uma vida muito longa fora do sistema reprodutor feminino. A coleta precisa ser praticamente no momento da fecundação. Caso contrário, o sêmen precisa ser congelado para ser utilizado em outro momento.

3. Fecundação

Após a seleção dos melhores gametas, é feita a fecundação por ICSI. Cada um dos espermatozoides é injetado, com o auxílio de um equipamento chamado micromanipulador de gametas, no interior de cada óvulo (um espermatozoide por óvulo), no citoplasma. Os embriões formados são colocados em incubadoras.

O número de embriões formados é o fator determinante se haverá embriões excedentes ou não. Por isso, a fecundação é planejada. Dependendo do caso, é mais indicado congelar alguns óvulos, não fecundar todos.

Se houver mais do que 2 embriões, já pode haver embriões excedentes.

4. Cultivo embrionário

Os embriões formados são mantidos na incubadora em meio de cultivo para que se desenvolvam por alguns dias. O período de desenvolvimento depende de alguns fatores, mas pode variar de 2 a 5 dias.

5. Transferência do embrião

A última etapa da FIV é a transferência embrionária, em que os embriões formados, no máximo 3, são transferidos ao útero para que se implantem no endométrio e comecem a se desenvolver, dando início à gestação.

Se depois da transferência restarem embriões, eles devem ser congelados e o casal precisa definir o que fazer com eles.

Embriões excedentes: o que são?

Embriões excedentes, portanto, são aqueles que não foram transferidos ao útero e que precisam ser congelados.

O que pode ser feito com os embriões excedentes?

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), os embriões excedentes devem ser criopreservados e eles podem ter dois principais desfechos: utilização pelo próprio casal ou doação, seja para outros casais, seja para pesquisas.

O casal que gerou os embriões pode manter os embriões congelados até que queiram ter outro filho. Como não há prazo para esses embriões ficarem congelados, o casal pode recorrer a eles quando quiserem.

A doação também é uma possibilidade e, como a doação de gametas, tem regras bastante específicas que devem ser obedecidas, como não ter caráter lucrativo ou comercial, entre outras. A doação de embriões é uma técnica que ajuda casais inférteis, que não estão conseguindo ter filhos com seu próprio material genético, a realizar o sonho da maternidade.

Pronto para descobrir mais? Convidamos você para ler também o artigo sobre fertilização in vitro (FIV).

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