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Alguns termos médicos associados à fertilidade feminina podem ser pouco conhecidos da maior parte das mulheres, embora refiram-se a eventos vividos cotidianamente – como é o caso da palavra menacme, que representa toda a vida reprodutiva feminina.
Neste texto vamos falar mais profundamente da menacme, sua importância para a fertilidade da mulher e o contexto reprodutivo em que essa fase acontece.
A nomenclatura médica utiliza termos específicos para referir-se às três principais fases do ciclo de vida fértil da mulher – menarca, menacme e menopausa –, vamos entender melhor seus significados:
Cada etapa é permeada por transformações e dinâmicas próprias, controladas pela associação de diferentes hormônios e com eventos celulares específicos que permitem às mulheres preparar seu corpo para os ciclos reprodutivos, a fecundação e toda a gravidez – processos fundamentais da reprodução humana.
A reserva ovariana é o conjunto de todas as células reprodutivas femininas (óvulos), produzido uma única vez, durante o desenvolvimento embrionário da mulher. Os óvulos são resultado de divisões celulares especiais, pelas quais uma quantidade restrita de células embrionárias passa somente nesse momento da vida da mulher.
Isso significa que a reserva ovariana é um estoque limitado de células reprodutivas com as quais a mulher pode contar durante toda sua vida. Ao final do desenvolvimento embrionário e fetal, a mulher nasce com essa reserva completa.
Cada óvulo da reserva ovariana, envolto em uma estrutura multicelular chamada folículo ovariano, fica armazenado nos ovários. As células dos folículos possuem receptores para gonadotrofinas, fundamentais para a produção dos hormônios sexuais (estrogênio, testosterona e progesterona) e que, por isso, participam diretamente dos ciclos menstruais.
O termo puberdade refere-se a todo um processo de transformações físicas e comportamentais na passagem de uma vida ainda não fértil para uma vida fértil. A puberdade acontece na adolescência e é marcada pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias e a possibilidade de ter filhos, em homens e mulheres.
Nas mulheres, os caracteres sexuais secundários incluem o surgimento e crescimento das mamas, crescimento de pelos pubianos e axilares e a menarca, como chamamos a primeira menstruação.
A menarca resulta de um processo que começa no hipotálamo, com mudanças na frequência pulsátil da produção de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), que reverberam sobre a hipófise, modificando a produção das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), cujo papel central é interagir com os ovários.
Com a menarca, a mulher passa a menstruar regularmente e disponibilizar ao menos uma célula reprodutiva por ciclo menstrual, que pode ser fecundada – marcando por isso o início da vida fértil.
A menacme é uma das principais fases da vida reprodutiva da mulher e compreende todos os ciclos menstruais desde a menarca até a menopausa. A fertilidade feminina encontra seu auge na menacme.
A cada ciclo menstrual, uma série de eventos hormonais e celulares permitem a produção dos hormônios sexuais para induzir o crescimento do folículo dominante e preparar o útero para uma possível gravidez.
Na fase folicular, entre a menstruação e a ovulação, a produção de gonadotrofinas é crescente e induz o recrutamento de parte da reserva ovariana para interagir com FSH e LH, produzindo estrogênio – o que favorece o crescimento do folículo dominante e o espessamento do endométrio (útero).
Na ovulação, que marca o auge da fertilidade em cada ciclo menstrual (período fértil), o folículo dominante se rompe e libera um óvulo pronto para a fecundação, em direção às tubas.
As células foliculares que restam aderidas aos ovários são induzidas pelo LH a transformar-se no corpo lúteo, cuja função central é produzir progesterona, hormônio sexual predominante da fase lútea. A progesterona controla a atividade estrogênica no endométrio e torna este tecido receptivo a um possível embrião, caso a fecundação tenha acontecido.
Nos ciclos em que não há fecundação – que compõem a maior parte da menacme para as mulheres atualmente –, os níveis de estrogênio e progesterona caem e a parte espessa do endométrio, formada ao longo do ciclo, descama, sendo expelida como sangue menstrual.
Os ciclos menstruais ou ciclos reprodutivos da menacme se repetem por aproximadamente quatro décadas, entre a menarca e o início do climatério, quando a reserva ovariana está sensivelmente reduzida e a produção dos hormônios sexuais pode começar a diminuir.
Assim como a puberdade é um processo de passagem de uma vida não fértil para uma vida fértil – e tem na menarca um marco temporal –, o climatério é também um processo de passagem de um estado fértil para um estado não mais fértil – marcado pela menopausa, que é o último ciclo menstrual.
Com o fim da reserva ovariana, a produção dos hormônios sexuais fica comprometida, reduzindo gradualmente – o que pode provocar sintomas como alterações de humor, calores, fogachos e mudanças físicas – e, com isso, a própria fertilidade, pelo esgotamento dos óvulos disponíveis para ovulação.
Embora a menopausa seja um evento que marca o início de um quadro natural de infertilidade feminina, a função reprodutiva das mulheres também pode ser prejudicada precocemente por doenças e condições específicas que oferecem riscos à capacidade reprodutiva da mulher.
Alguns sintomas específicos podem indicar quadros de doenças associadas à infertilidade feminina:
Algumas condições podem ser abordadas por tratamentos primários, mas a reprodução assistida pode ser indicada para casos específicos. Entre os tratamentos mais indicados para diversos tipos de infertilidade feminina é a FIV (fertilização in vitro).
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