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Realizar o sonho da chegada de um novo membro da família é algo desejado por muitos casais. No entanto, esse objetivo, às vezes, pode temporariamente ser adiado por uma situação que causa muitas dúvidas: a infertilidade masculina ou feminina.
A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) aponta a infertilidade como uma doença do sistema reprodutor caracterizada pelo insucesso de conseguir uma gestação após 1 ano de tentativas sem o uso de métodos contraceptivos.
Cerca de 100 a 150 milhões de pessoas no mundo enfrentam problemas desse tipo. Segundo pesquisas do Ministério da Saúde, a infertilidade pode impactar a vida de até 20% dos casais brasileiros. Desse número total, 30% dos casos são originados por fatores masculinos, levando ao diagnóstico da infertilidade masculina.
A infertilidade masculina pode ser causada por baixa produção de espermatozoides, função anormal do esperma/sêmen ou bloqueios que impedem a liberação de esperma/sêmen. Doenças, lesões, problemas crônicos de saúde, hábitos de vida e outros fatores também podem contribuir para a infertilidade masculina.
Para saber mais sobre o que está por trás desse problema e descobrir como a reprodução assistida pode ajudar na resolução, continue a leitura deste artigo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde e o Comitê Internacional de Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida (ICMART), não engravidar é definido como infertilidade clínica se a gravidez não for estabelecida após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares sem proteção.
Embora um ou ambos os parceiros possam contribuir para os desafios reprodutivos do casal, a infertilidade masculina, assim como a infertilidade feminina, é um diagnóstico clínico que só pode ser determinado após avaliação e testes formais.
Entre esses, podem ser utilizados contagem de esperma e análise do sêmen, exames de sangue, biópsia testicular, exames de imagem (como o ultrassom), entre outros.
Como mencionado anteriormente, as causas da infertilidade masculina são bastante variadas. A idade do homem também pode estar entre elas. Após os 50 anos, o sexo masculino pode sofrer redução do potencial reprodutivo devido à diminuição da qualidade e quantidade dos gametas, células responsáveis pela reprodução. No entanto, nunca vão deixar de ser férteis completamente por causa da idade.
Entre os fatores frequentemente relacionados ao quadro de infertilidade masculina, estão:
A varicocele é uma dilatação anormal das veias que drenam o testículo. É a causa reversível mais comum de infertilidade masculina. Embora a razão exata pela qual as varicoceles causem infertilidade seja desconhecida, ela pode estar relacionada ao fluxo sanguíneo anormal, que pode levar a um aumento na toxicidade local, por exemplo. Varicoceles levam à redução da quantidade e qualidade do esperma.
Em alguns homens, durante o desenvolvimento fetal, um ou ambos os testículos não descem do abdômen para a bolsa que normalmente contém os testículos (bolsa testicular). A diminuição da fertilidade é mais provável em homens que já tiveram essa condição.
Algumas infecções podem interferir na produção ou na qualidade dos espermatozoides ou podem causar cicatrizes que bloqueiam a passagem dos espermatozoides. Elas incluem inflamação do epidídimo (epididimite) ou testículos (orquite) e algumas infecções sexualmente transmissíveis, incluindo gonorreia. Embora algumas infecções possam resultar em dano testicular permanente, na maioria das vezes os espermatozoides ainda podem ser recuperados.
A azoospermia refere-se à ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado.
Existem dois tipos de azoospermia:
Desordens hereditárias, como a síndrome de Klinefelter – na qual o homem nasce com dois cromossomos X e um cromossomo Y (em vez de um X e um Y) –, podem causar o desenvolvimento anormal dos órgãos reprodutivos masculinos. Outras síndromes genéticas associadas à infertilidade incluem fibrose cística e síndrome de Kallmann.
A infertilidade pode resultar de distúrbios dos próprios testículos ou de uma anormalidade que afeta outros órgãos do sistema hormonal, incluindo o hipotálamo, a hipófise, a tireoide e as glândulas suprarrenais. Baixa testosterona (hipogonadismo masculino) e outros problemas hormonais têm várias causas subjacentes possíveis.
A ejaculação retrógrada ocorre quando o sêmen entra na bexiga, em vez de ser ejaculado. Vários problemas de saúde podem causar ejaculação retrógrada, incluindo diabetes, lesões na coluna, medicamentos e cirurgia da bexiga, próstata ou uretra.
Cânceres e tumores não malignos podem afetar diretamente os órgãos reprodutivos masculinos, por meio das glândulas que liberam hormônios relacionados à reprodução, como a hipófise, ou por causas desconhecidas. Geralmente, o tratamento contra câncer com rádio ou quimioterapia levam o homem à infertilidade permanente.
A superexposição a certos elementos ambientais, como calor, toxinas e produtos químicos, pode reduzir a produção ou função do espermatozoide.
Por exemplo, a exposição prolongada a certos produtos químicos, pesticidas, herbicidas, solventes orgânicos e materiais de pintura pode contribuir para baixas contagens de espermatozoides.
Certos hábitos e condições associadas ao estilo de vida podem também afetar a fertilidade masculina.
Isso inclui o uso de drogas, consumo excessivo de álcool e tabagismo. Ainda, a obesidade pode prejudicar a fertilidade de várias maneiras, seja prejudicando a qualidade dos espermatozoides, seja causando alterações hormonais que reduzem a fertilidade masculina.
Caso seja feito o diagnóstico de infertilidade masculina, há muitas possibilidades de tratamento. Em situação de desregulação de hormônios, o tratamento é de estabilização. Em caso de infecção, esta será tratada.
Com os avanços atuais da medicina, há muitas formas de reverter e tratar boa parte dos quadros de infertilidade masculina para que, posteriormente, a gravidez ocorra naturalmente.
Caso essa não ocorra ou, mesmo como forma de tratamento para elevar as chances do casal em determinadas situações, a reprodução assistida, incluindo a fertilização in vitro (FIV), pode ser indicada.
Esses métodos podem não curar efetivamente a infertilidade masculina, mas podem ser uma solução eficiente (às vezes a única solução) para muitos casais. Assim, mesmo que a contagem de espermatozoides esteja muito baixa, o tratamento de reprodução assistida oferece a melhor chance para se ter filhos biológicos.
A melhor e mais indicada técnica de reprodução assistida para a infertilidade masculina é a fertilização in vitro (FIV).
Para saber mais sobre a infertilidade masculina, confira o guia completo que preparamos.
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