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Casais que desejam engravidar geralmente se preocupam bastante com a saúde feminina e com
a masculina. Endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e problemas da tireoide são
alguns dos problemas que podem dificultar a gravidez. No entanto, há outros problemas que
podem afetar o casal e levá-lo à infertilidade, como a epididimite.
Dessa forma, é igualmente importante avaliar a saúde masculina de forma geral e a reprodutiva
especificamente.
A epididimite afeta os epidídimos, ductos estreitos e bastante compridos que se ligam, em uma
extremidade, aos testículos e, na outra, aos canais deferentes, por onde os espermatozoides
passam no momento da ejaculação. É nos epidídimos que os espermatozoides ficam até
amadurecer e ganhar motilidade: a capacidade de se mover progressivamente.
Quando a epididimite também atinge os testículos, é chamada de epidídimo-orquite. Neste
texto, explicamos o que é e como tratar essa doença. Continue a leitura para saber mais!
Os epidídimos são ductos localizados na parte posterior de cada testículo, que coleta e armazena
os espermatozoides produzidos, oferecendo o ambiente propício para que eles amadureçam.
Sua compactação ocupa um espaço de poucos centímetros. No entanto, quando esticado, tem
em média de 6 a 7 metros. Esse ducto desemboca nos canais deferentes, responsáveis pelo
trajeto dos espermatozoides até a vesícula seminal.
A epididimite se caracteriza pela presença de alguma infecção dessa estrutura, causando um
processo inflamatório. É sempre importante lembrar que a maioria dos órgãos do aparelho
reprodutor masculino se apresentam em dupla, portanto, há dois testículos, dois epidídimos e
assim por diante.
Geralmente, a epididimite ocorre por infecção bacteriana. Em homens com menos de 35 anos
costuma acontecer por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a gonorreia, a sífilis
e a clamídia, IST mais comum no mundo.
Já no público mais velho, a doença é mais comum em quem sofre com anormalidades urológicas,
ficou com cateteres por muito tempo no trato urinário ou passou por procedimentos urológicos.
Porém, o problema também pode acontecer por outros fatores, como traumas no testículo e
retorno da urina aos epidídimos.
Como os epidídimos armazenam os espermatozoides, a inflamação da estrutura pode causar
infertilidade masculina.
A epididimite pode se apresentar de duas formas: aguda, em que pode haver dor e edema por
menos de seis semanas, e crônica, em que o desconforto dura mais de 3 meses e pode se
estender por anos.
Os sintomas mais comuns de epididimite são:
• dor nos testículos, algumas vezes irradiada para o abdômen;
• dor durante as relações sexuais, inclusive ao ejacular;
• líquido ao redor dos testículos (hidrocele);
• edema dos gânglios linfáticos da virilha;
• secreção peniana, se a causa for uretrite ou IST;
• sangue na ejaculação;
• necessidade frequente de urinar;
• dor ao urinar;
• sensibilidade ao toque;
• endurecimento da região;
• febre e náuseas;
• infertilidade.
O diagnóstico costuma ser feito por exame físico, mas muitas vezes ele pode não ser conclusivo.
Portanto, o médico pode optar por:
• ultrassom com Doppler dos testículos;
• exames de sangue e de urina;
• exames para detectar ISTs.
Caso a epididimite seja diagnosticada, é importante que a parceira também faça exames para
saber se não contraiu a doença, uma vez que geralmente é provocada por uma IST.
Geralmente, a epididimite é tratada com antibióticos orais. Quando a doença, no entanto, não
tem origem bacteriana, são recomendadas outras medidas.
Medidas que também podem influenciar na melhora da inflamação:
• imobilização dos testículos com suporte atlético;
• bolsas de gelo sobre a região;
• repouso;
• analgésicos.
A hospitalização pode ser considerada quando o paciente está febril ou não responde aos
medicamentos.
A infertilidade é uma condição menos frequente, mas que também pode acontecer,
principalmente em decorrência da forma crônica da doença.
A reprodução assistida, especificamente a fertilização in vitro (FIV), pode ser a melhor solução
para quem sofre com infertilidade causada pela epididimite.
A FIV é um procedimento em que a fecundação é feita em laboratório. O método de fecundação
utilizado hoje é a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
O procedimento conta com cinco etapas:
• estimulação ovariana: por meio de medicamentos, os ovários são estimulados a
promover o desenvolvimento dos folículos, o que aumenta as chances de coletar uma
boa quantidade de óvulos;
• aspiração folicular e preparo seminal: o líquido do interior dos folículos, que contém os
óvulos, é aspirado por uma agulha fina. Já o homem realiza a coleta de sêmen por
masturbação na clínica no mesmo dia, e as amostras são submetidas ao preparo seminal
para a seleção dos melhores espermatozoides;
• fecundação: etapa em que óvulos e espermatozoides previamente selecionados são
fecundados em ambiente controlado. Na ICSI, cada espermatozoide é injetado dentro
de cada óvulo com o auxílio de microscópio e uma agulha extremamente fina;
• cultivo embrionário: os embriões formados são cultivados em laboratório por alguns
dias, até que estejam prontos para serem transferidos ao útero;
• transferência embrionária: alguns dias após a fecundação os embriões são transferidos
para o útero.
Entendeu como é feito o tratamento de epididimite? Toque aqui e saiba mais sobre a doença!
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