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A infertilidade é tratada hoje como um problema de saúde pública em todo o mundo. A OMS
(Organização Mundial da Saúde) aponta que cerca de 1 em cada 10 casais é considerado infértil
e as causas da infertilidade conjugal podem ser variadas.
Para solucionar esse grave problema, a medicina vem desenvolvendo há décadas diferentes
técnicas de reprodução assistida, que variam desde orientar o casal quanto ao melhor dia para
manter relações sexuais que resultem em gestação, como na relação sexual programada (RSP),
até promover a fecundação fora do corpo da mulher, introduzindo o embrião já em
desenvolvimento no útero.
Essas técnicas são divididas em baixa e alta complexidade. Nas técnicas de baixa complexidade,
a fecundação ocorre naturalmente nas tubas uterinas. Já a de alta complexidade envolve
intervenções maiores, como a manipulação laboratorial de gametas e do processo de
fecundação.
A fertilização in vitro (FIV) é a técnica de alta complexidade e a mais procurada hoje por seus
altos índices de sucesso, embora isso dependa de alguns fatores, como a idade da mulher e as
causas da infertilidade conjugal.
O cultivo embrionário é uma das etapas mais importantes da FIV, quando é possível
acompanhar o desenvolvimento dos embriões e investigar a existência de anomalias genéticas.
Quer saber mais sobre essa fase decisiva da FIV? Acompanhe a leitura do texto!
De forma geral, a FIV pode ser dividida em 5 etapas: estimulação ovariana, aspiração folicular
e preparo seminal depois da coleta do sêmen, fecundação, cultivo dos embriões e transferência
embrionária.
A estimulação ovariana é feita pela administração de gonadotrofinas que promovem um
desenvolvimento e amadurecimento folicular aumentado e acelerado nos ovários para a
obtenção de uma quantidade maior de óvulos, já que durante o ciclo menstrual só há a liberação
de um óvulo. Encerra-se a estimulação com a indução da ovulação, em que medicamentos
promovem o processo final de amadurecimento dos folículos.
Cerca de 36 horas após a indução da ovulação o líquido folicular pode ser coletado por punção.
Simultaneamente o homem faz a coleta do sêmen por masturbação, que é enviado ao laboratório
para o preparo seminal. Nesse procedimento, os melhores espermatozoides são separados de
todos os outros componentes do sêmen para aumentar as chances de gravidez.
Quando ambos os gametas estão preparados, é feita a fecundação. Cada espermatozoide é
injetado dentro do óvulo para a formação do embrião.
A etapa seguinte à fecundação é a de cultivo embrionário, que dura de 2 a 6 dias. Vamos
detalhar essa etapa adiante.
A última etapa é a transferência embrionária, quando os embriões já selecionados são
delicadamente depositados no útero.
O cultivo embrionário é uma etapa importantíssima para o sucesso da FIV. Todo o processo
pode ser muito delicado e é imprescindível que os parâmetros ideais para o cultivo sejam
observados.
O desenvolvimento dos embriões cultivados in vitro acontece em etapas semelhantes às
encontradas na fecundação natural, com acontecimentos que ocorrem diariamente. Vamos
acompanhar o dia a dia do embrião em desenvolvimento obtido por FIV:
• dia zero: o procedimento que antecede o cultivo embrionário é a fecundação;
• dia um: o dia seguinte marca a fecundação em si, quando é possível visualizar os
pronúcleos feminino e o masculino em processo de fusão, formando uma célula
primordial chamada zigoto;
• dia dois: no 2º dia após a junção do óvulo com o espermatozoide começam as clivagens,
ou seja, as primeiras divisões celulares que resultam em embriões possivelmente
viáveis, nesse momento compostos por 2 a 4 células idênticas;
• dia três: esse é um dia bastante importante no monitoramento do desenvolvimento
embrionário laboratorial. O embriologista pode observar por volta de 8 células.
Dependendo da indicação, já nesse momento os embriões podem ser transferidos ao
útero. São chamados D3;
• dia quatro: assim como o dia 3, o embrião permanece mais ou menos estável, e as
clivagens continuam;
• dias cinco e seis: finalmente, o 5º e o 6º dias são os últimos que geralmente acontecem
em laboratório e marcam o processo de formação da blastocele, por isso o embrião nessa
etapa é chamado de blastocisto. Também nessa fase eles podem ser transferidos ao
útero.
Normalmente, o 5º dia de cultivo embrionário é também o momento ideal para a aplicação
do teste genético pré-implantacional (PGT), que analisa os embriões em busca de possíveis
anomalias genéticas, hereditárias ou não
Após todo o processo de cultivo e seleção dos melhores embriões eles são transferidos para o
útero e espera-se que ocorra a gravidez.
Alguns dias depois da transferência embrionária os exames de gravidez podem ser feitos,
confirmando ou não o sucesso da implantação.
O sucesso da FIV é alto, principalmente quando comparado a outras técnicas menos complexas.
Alguns fatores, no entanto, podem influenciar positiva ou negativamente os resultados.
Porém, de forma geral as taxas de sucesso são em média de 40%, podendo ultrapassar esse
percentual geralmente quando a mulher tem menos de 35 anos.
Leia mais sobre a fertilização in vitro (FIV) tocando aqui.
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