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A infertilidade conjugal é definida, basicamente, como a doença do sistema reprodutor que impossibilita o casal de engravidar naturalmente após 12 meses de tentativas sem o uso de métodos contraceptivos.
Estima-se que um em cada 6 casais no mundo apresente algum problema de fertilidade, podendo ter causas diversas. Essas causas podem ser femininas, masculinas ou a combinação de ambas. Além disso, a infertilidade também pode não ter causa aparente, quando não há alterações nos exames que investigam as possíveis causas.
No texto de hoje, falarei sobre a sinéquia uterina, uma dessas alterações femininas que surge como sequela de algum trauma, infecção ou cirurgia na cavidade uterina. Acompanhe o texto para saber mais!
A sinéquia uterina é a condição na qual o útero da mulher apresenta junções em seu revestimento interno, que se assemelham a cicatrizes. A presença dessas áreas de acolamento entre as paredes uterinas reduz a superfície do endométrio, a parte interna do útero. No geral, ela é classificada em três estágios.
O primeiro corresponde às aderências leves, cujas membranas são constituídas de tecido endometrial, mais frouxas e fáceis de serem ressecadas. Já o segundo estágio apresenta aderências moderadas, cujas membranas são formadas por tecido fibromuscular (presente na camada muscular do útero) revestido pelo endométrio, que obstruem parcial ou totalmente a cavidade uterina. O terceiro estágio abrange as aderências graves, cujas membranas são formadas por tecido conectivo denso (tecido conjuntivo rico em fibras colágenas), que também obstrui o útero total ou parcialmente.
Em grande parte das vezes, as sinéquias são assintomáticas. Quando os sintomas se manifestam, os mais comuns são:
As principais causas da sinéquia uterina incluem:
A presença das aderências e cicatrizes no útero pode estar relacionada à infertilidade, por diferentes fatores.
As alterações que elas causam na parede do endométrio e a diminuição da sua superfície podem impedir a implantação do embrião na cavidade uterina. Além disso, pode haver uma dificuldade de expansão uterina com o crescimento do feto.
Outra possibilidade é que, dependendo do local da cicatriz, haja um impedimento físico da passagem dos espermatozoides para o útero ou tuba uterina, quando as sinéquias obstruem a junção das tubas com a cavidade uterina.
É comum que o diagnóstico da sinéquia uterina demore para ser fechado, pois a condição muitas vezes não apresenta sintomas. O aborto de repetição costuma ser o principal sinal da necessidade de investigação de alterações uterinas.
O médico realiza o diagnóstico por meio da história clínica da paciente e de exames de imagem específicos para a avaliação do útero. O exame principal é a vídeo-histeroscopia, que permite a visualização direta do interior do útero, garantindo a identificação da extensão e localização exata da sinéquia.
O tratamento da sinéquia uterina também é feito por histeroscopia. Dependendo da gravidade do caso, pode ser associado com procedimentos mais complexos e o uso de hormônios para restabelecimento do endométrio.
Agora que você sabe o que é sinéquia uterina, fica mais fácil entender qual é a sua relação com a infertilidade! Ela é uma das possíveis causas desse problema.
Então, se você gostou do texto e quer continuar lendo sobre infertilidade, aproveite para conferir também o texto que preparei sobre doença inflamatória pélvica (DIP)!
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