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Algumas das informações mais difundidas sobre a SOP incluem os danos que essa doença metabólica pode trazer à autoestima das mulheres portadoras, especialmente pelos sintomas associados à infertilidade feminina e o hirsutismo.
De forma geral, a autoestima é um conjunto de sensações e opiniões que temos a respeito de nós mesmos (psicológicas) e de nossas relações com as pessoas (social).
Em palavras mais simples, a autoestima é um balanço de pontos positivos e negativos, que resultam da fusão do que sentimos e pensamos sobre nós mesmos e o que achamos que as outras pessoas sentem e pensam sobre nós.
Nesse sentido, a manifestação de sintomas visíveis, como a virilização, acne e obesidade, provocadas pelo hirsutismo da SOP, é um dos principais fatores de prejuízo à autoestima das mulheres portadoras.
Quer entender melhor quais podem ser as consequências da SOP para a autoestima das mulheres que convivem com a doença? Neste texto, vamos falar mais sobre o assunto – continue a leitura e aproveite!
A SOP é uma doença metabólica crônica, de difícil diagnóstico, porque sua origem ainda não é clara para a medicina e por provocar conjuntos variados de sintomas, embora todos associados ao aumento anormal da concentração de androgênios, como a testosterona.
As teorias mais aceitas para a origem da SOP apontam para um desequilíbrio na secreção das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), com uma hipersecreção de LH simultânea a uma hipossecreção de FSH.
As gonadotrofinas são os principais hormônios a interagir com os ovários – mais especificamente com as células dos folículos ovarianos primários, que compõem a reserva ovariana – e são essenciais à produção dos hormônios sexuais, que orquestram a ovulação e o preparo e endometrial.
Por seus papéis nos processos pré e pós-ovulatórios, o desequilíbrio provocado pela SOP resulta em uma hiperprodução de testosterona, que não é suficientemente convertida em estrogênio (uma das funções do FSH), acumulando-se na corrente sanguínea da mulher.
Além do aumento na concentração de testosterona, por excesso de LH, acontece também um déficit na conversão deste hormônio pelo FSH, e a concentração de estrogênio diminui também de forma anormal, sendo insuficiente para os processos pré-ovulatórios que resultam na ovulação.
Assim, a cada ciclo menstrual, os folículos ovarianos são recrutados para a ovulação, mas não nenhum conclui o processo e o folículo dominante permanece retido no ovário, acumulando-se cronicamente em cistos esbranquiçados.
O diagnóstico da SOP é feito com base nos sintomas apresentados pela mulher, complementado pelos resultados dos exames de imagem que avaliam a presença ou não dos cistos.
No entanto, por ser uma doença metabólica com consequências para diversos aspectos do metabolismo, convencionou-se considerar como protocolo para o diagnóstico inicial da SOP a presença de dois dos três principais sintomas da doença:
As manifestações físicas de sintomas da SOP, especialmente o hirsutismo e o comportamento da menstruação associado à anovulação, podem variar muito entre as mulheres portadoras, mas muitas vezes podem incidir especificamente em aspectos psicossociais importantes para a autoestima.
Entende-se por hirsutismo as alterações físicas decorrentes da interação da testosterona com seus receptores em tecidos periféricos, ou seja, fora do aparelho reprodutivo, tais como a pele, o complexo entre pele e folículo piloso, os folículos capilares, as glândulas sebáceas e os tecidos adiposo e muscular.
A hiperestimulação desses tecidos, pelo excesso de testosterona, resulta nos sintomas associados ao hirsutismo, entre os quais podemos destacar os mais frequentes:
Considerando que a autoestima é uma avaliação que fazemos de nós mesmos, com implicações internas (autoavaliação) e externas (a avaliação que os outros fazem de nós), os sintomas de hirsutismo estão entre as principais causas de prejuízo à autoestima das mulheres com SOP.
Os sinais de virilização mais visíveis (como pelos faciais, acne e queda de cabelo) podem alterar a autoimagem e provocar constrangimentos diversos às portadoras de SOP, que têm mais chance de desenvolver condições psicológicas secundárias à síndrome, como depressão e ansiedade.
Além do hirsutismo, a SOP também pode trazer prejuízos à autoestima associados às possibilidades de infertilidade.
É comum que a gestação seja um evento desejado e aguardado, tanto pelo casal, como pela família e amigos, e as dificuldades para engravidar decorrentes da SOP podem trazer o constrangimento das cobranças familiares, além da sensação de frustração pela demora em conseguir engravidar.
Assim, da mesma forma que o hirsutismo, o quadro psicossocial associado à infertilidade também afeta a autoestima e o casal pode se culpar pelas dificuldades reprodutivas, aumentando também a chance de depressão e ansiedade.
O grau de comprometimento das funções reprodutivas nas mulheres com SOP depende do grau de gravidade da doença – que também está associada à intensidade dos sintomas de hirsutismo.
Enquanto o hirsutismo só pode ser abordado por tratamentos que utilizam medicação hormonal e muitas vezes demoram para fazer efeito, a infertilidade decorrente da SOP normalmente recebe indicação para reprodução assistida.
Nesse sentido, todas as técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas porque, na SOP, a infertilidade é decorrente de um quadro de anovulação e a estimulação ovariana, que induz a ovulação, é parte de todos os tratamentos.
Neste link você encontra mais informações sobre a SOP. Toque e aproveite!
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