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Mulheres e homens possuem sistemas reprodutores próprios, que funcionam de maneira independente, mas a fertilidade é na realidade um aspecto conjugal, ou seja, que deve ser observado como resultado da associação dos fatores masculinos e femininos.
Ainda que a maior parte dos processos envolvendo a fecundação e a gestação dependam mais do bom funcionamento do sistema reprodutor feminino, tanto homens como mulheres podem ser inférteis.
Neste texto, vamos falar sobre as principais estruturas do sistema reprodutor feminino, suas funções sobre a fertilidade de um casal e os fatores que podem afetar cada órgão, provocando infertilidade.
Todos os órgãos do sistema reprodutor feminino desempenham funções cujos objetivos são viabilizar a fecundação – recepcionando os espermatozoides e proporcionando seu encontro com o óvulo – e permitir o desenvolvimento embrionário e fetal do bebê, da nidação ao parto.
De forma geral, podemos dizer que o sistema reprodutor feminino é formado por 4 estruturas principais, com funções específicas, porém, interligadas.
Os ovários são as glândulas sexuais femininas, formadas pela migração das células germinativas – precursoras dos óvulos – ainda nas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário, antes do nascimento da mulher.
Esse processo de formação mostra que os ovários são constituídos principalmente pelos óvulos que, envoltos individualmente pelos folículos, formam o que chamamos reserva ovariana.
Como a criação das células reprodutivas femininas somente acontece nesse momento, a reserva ovariana é limitada – e consumida principalmente entre a puberdade e a menopausa.
A puberdade marca o início da vida reprodutiva da mulher, quando o sistema reprodutor feminino amadurece e os caracteres sexuais secundários, como mamas e pelos pubianos e axilares, se desenvolvem. É na puberdade que ocorre a menarca (primeira menstruação).
Dando início aos ciclos menstruais, a menarca marca o momento em a interação entre o cérebro e os ovários se modifica e a mulher passa a apresentar uma nova dinâmica hormonal, que resulta na ovulação e na possibilidade de engravidar.
Os hormônios produzidos nos ovários coordenam todas as transformações que os órgãos do sistema reprodutor feminino passam ao longo de cada ciclo, trabalhando especificamente nos próprios ovários, para disponibilizar um óvulo para a fecundação, e preparando o útero para receber uma possível gestação.
As doenças que afetam os ovários frequentemente provocam infertilidade porque prejudicam os processos que envolvem a ovulação e a produção de hormônios. Nesse sentido, as principais causas de infertilidade feminina por fator ovariano são:
Com exceção da SOP, a maior parte das causas de infertilidade por fator ovariano pode oferecer risco de danos à própria reserva ovariana, além de interferir na ovulação, o que provoca consequências permanentes à fertilidade feminina.
Também formadas nas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário da mulher, as tubas uterinas são dois ductos que saem do útero, bilateralmente, e estendem-se até as proximidades de cada um dos ovários, formando uma conexão entre esses dois órgãos.
Por isso, as duas principais funções das tubas uterinas estão associadas a seu papel de trânsito: sediar a fecundação – por receber o óvulo após a ovulação, vindo dos ovários, e os espermatozoides, após a ejaculação e sua passagem pelo útero – e conduzir o embrião até o útero – onde a gestação acontece.
A infertilidade por fator tubário acontece quando alterações nas tubas provocam a obstrução da passagem em seu interior, impedindo a fecundação e dificultando a saída do embrião para o útero. As principais causas de obstrução tubária podem ser encontradas na lista a seguir:
As principais causas de salpingite e hidrossalpinge são infecciosas e sexualmente transmissíveis e, entre elas, a clamídia é um dos microrganismos mais frequentes.
Com formato semelhante a uma pera invertida e oco, a formação embrionária do útero é a mesma que origina as tubas uterinas. Por ser oco, o útero é formado principalmente pelos tecidos que compõem a parede da cavidade uterina: endométrio, miométrio e perimétrio.
Destes, o endométrio é o tecido que mais sofre modificações ao longo do ciclo menstrual, respondendo ativamente aos estrogênios da fase folicular e à progesterona da fase lútea, num processo que chamamos preparo endometrial.
A receptividade endometrial permite ao útero receber adequadamente o embrião favorecendo a nidação, quando a fecundação acontece.
O miométrio é importante principalmente durante a gestação, por ser formado de células musculares que permitem a distensão do útero, para acompanhar o crescimento do bebê, e também sua contração, imprescindível no parto.
Nos ciclos menstruais em que a fecundação não acontece e a mulher não engravida, o endométrio descama quando as taxas de estrogênio e progesterona são mínimas, sendo expelido pelo canal vaginal, como sangue menstrual.
As dificuldades reprodutivas por fator uterino podem ser associadas a problemas na receptividade endometrial, como resultado de alterações no ambiente uterino, fazendo com que o endométrio rejeite o embrião, e problemas para manter a gestação, levando a perdas gestacionais precoces.
Os principais diagnósticos por trás da infertilidade por fator uterino podem ser listados a seguir:
As três técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente – coito programado, IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) – podem atender às mais diversas demandas associadas à infertilidade feminina.
A indicação é feita de acordo com os diagnósticos por trás dos quadros de infertilidade.
Leia mais sobre infertilidade feminina tocando neste link.
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