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O sistema reprodutor feminino é formado por diversos órgãos. Ao trabalhar em conjunto, eles garantem o correto funcionamento do ciclo menstrual da mulher durante seu período reprodutivo. Quando ocorrem problemas como a obstrução das tubas uterinas, pode-se ter uma falha no funcionamento desse ciclo.
Os ovários, útero, vagina e tubas uterinas, antigamente denominadas trompas de Falópio, exercem funções específicas que garantem, sob a regulação do eixo hipotálamo-hipófise, que o organismo da mulher possa liberar um óvulo maduro para ser fecundado e também esteja preparado para receber o embrião formado pela fecundação.
A obstrução das tubas uterinas pode levar a mulher à infertilidade. Quer saber mais sobre essa condição? Continue a leitura.
As tubas uterinas são responsáveis por ligar os ovários ao útero, possibilitando a comunicação entre ambos os órgãos. São dois tubos de cerca de 10 cm de comprimento localizados um em cada lado do útero.
Enquanto o óvulo é captado por uma extremidade, os espermatozoides são transportados por outra, e o encontro entre eles acontece na ampola, parte mais longa e calibrosa das tubas uterinas.
A cada mês, os ovários liberam um óvulo maduro para ser fecundado durante o processo de ovulação. Esse óvulo permanece nas tubas por cerca de 24h para que possa ser fecundado pelo espermatozoide.
O embrião formado pela fecundação, nas primeiras etapas de desenvolvimento, também é transportado pelas tubas até o útero, implantando no endométrio e iniciando a gestação.
Portanto, torna-se fácil perceber que as tubas exercem importante papel na fertilidade. A obstrução nas tubas uterinas é uma causa de infertilidade. Uma vez obstruídas, não será possível conduzir o óvulo, nem permitir a passagem do espermatozoide ou o transporte do embrião.
Pode até acontecer de apenas uma das tubas estar obstruída e a engravidar ocorrer, mas as chances são bem menores.
Diversos fatores podem levar a uma obstrução das tubas uterinas, como abortos, prática proibida no Brasil e muitas vezes realizada de forma inadequada, em condições precárias.
A endometriose, doença crônica que acomete mulheres durante seu período reprodutivo, também pode causar obstrução das tubas uterinas. Isso porque nessa doença o tecido endometrial, cuja função é revestir a parede uterina e facilitar a implantação do embrião, desenvolve-se em outros órgãos, o que é inadequado.
Ao desenvolver-se ao redor dos ovários ou das tubas uterinas, ele pode levar a uma obstrução que impeça o correto funcionamento desses órgãos.
A salpingite, uma inflamação que ocorre nas tubas uterinas, também pode levar à sua obstrução, por aderências formadas como consequência do processo inflamatório. Essa inflamação é mais comum em mulheres sexualmente ativas.
Outras infecções na região do útero e das tubas uterinas, geralmente causadas por infecções sexualmente transmissíveis( ISTs), podem, da mesma forma, resultar em aderências e obstrução.
Além disso, a apendicite também é um fator de risco, uma vez que, quando há o rompimento do apêndice, a infeção pode espalhar para as tubas uterinas.
Além de constituir uma causa de infertilidade, a obstrução das tubas uterinas também pode levar à gravidez ectópica, que ocorre quando o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, principalmente em uma das tubas uterinas, nesse caso, recebe o nome de gravidez tubária.
Ela também pode ocorrer na cavidade abdominal, no ovário ou colo do útero. Quando o óvulo fecundado é por algum motivo impedido de chegar até o útero, pode passar a se desenvolver fora dele.
Uma gravidez ectópica deve ser interrompida em virtude do risco para a mãe e também da impossibilidade de desenvolvimento do feto. O não tratamento desse tipo de gravidez pode implicar em hemorragias, muitas vezes fatais.
O principal exame para a detecção da obstrução das tubas uterinas é a histerossalpingografia (HSG). Esse exame ginecológico de imagem (raio-X) pode ser solicitado para a avaliação e diagnóstico de patologias ou condições uterinas e tubárias que afetem a cavidade e as tubas uterinas.
Entre elas pode-se citar malformações e obstruções. Esse exame é geralmente solicitado após a análise clínica realizada pelo médico, quando se detecta a infertilidade no casal e permite verificar com maiores detalhes as causas de possíveis obstruções tubárias.
A HSG é feita com contraste, iodado ou fluorado, que preenche a cavidade uterina e delimita sua anatomia quando o raio-X é emitido, pois o contraste impede a passagem dos raios, demarcando a anatomia de cada órgão.
A obstrução das tubas uterinas pode ser tratada cirurgicamente. Esse tratamento consiste na remoção da parte danificada ou do tecido que está bloqueando a tuba. Isso permitirá a passagem do óvulo e a gravidez de forma natural.
Se a obstrução for bilateral ou não puder ser resolvida por cirurgia, o médico pode sugerir alternativas para a paciente que deseja engravidar.
Uma delas é a realização de tratamentos hormonais, geralmente realizados quando apenas uma das tubas encontra-se obstruída. Esse tratamento estimula a ovulação e, dessa forma, aumenta as chances de gravidez por meio da tuba saudável.
Também é possível recorrer a técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). Nela, a fecundação acontece em laboratório e os embriões são transferidos ao útero, assim, as tubas uterinas não possuem nenhuma função.
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