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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

ISTs: o que e quais são?

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Antigamente, chamávamos DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) as infecções com sintomas, provocadas por microrganismos cuja via de transmissão principal é o ato sexual sem preservativos de barreira – como as camisinhas masculina e feminina.

Essa nomenclatura foi alterada recentemente, e agora chamamos aos mesmos grupos de doenças de ISTs – ou infecções sexualmente transmissíveis.

A mudança na nomenclatura tem a ver com o fato de que muitas vezes essas infecções são ativas, mas assintomáticas, e o termo doença é mais utilizado para se referir às condições que provocam alterações patológicas perceptíveis – ou seja, sintomas.

Neste texto vamos, portanto, falar das ISTs, o que são e quais as principais infecções encontradas em homens e mulheres em idade fértil – e com potenciais riscos de infertilidade.

Boa leitura!

O que são ISTs?

Como comentamos, as ISTs são doenças agrupadas em uma categoria incluindo todas as infecções que têm no ato sexual desprotegido sua principal via de transmissão.

É muito comum, no entanto, que além da via sexual, as ISTs também possam possuir vias de transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê no momento do parto ou durante a gravidez.

Pelos mesmos motivos, embora algumas ISTs possam prejudicar diversos órgãos e estruturas externos à cavidade pélvica, na maior parte das vezes os primeiros tecidos afetados são parte do sistema reprodutor, como:

Como identificar uma IST?

As ISTs podem ser assintomáticas, mas também podem provocar o aparecimento de sintomas específicos para cada tipo de infecção, além de produzir sinais mais genéricos, comuns à maior parte das ISTs, tanto em homens quanto nas mulheres.

Entre os principais sintomas gerais e específicos das ISTs, destacamos:

A testagem laboratorial das secreções, da urina e do sangue são as principais formas de identificar as ISTs e, em alguns casos, determinando com especificidade quais microrganismos estão envolvidos nas infecções.

Após o resultado dos exames, o tratamento indicado para ISTs é feito com antibióticos e antivirais, para infecções bacterianas e virais, respectivamente, e os exames devem ser repetidos após o fim dos tratamentos, para confirmar a erradicação dos agentes infecciosos.

Conheça as principais ISTs encontradas na população em idade fértil

Atualmente, acredita-se que uma grande parcela da população sexualmente ativa possa ser portadora de ISTs, mesmo sem o conhecimento de sua condição – o que acontece principalmente nos estágios iniciais das doenças, que tendem a ser assintomáticos.

Os microrganismos mais frequentemente associados às ISTs podem ser encontrados na relação a seguir:

Como as ISTs podem estar associadas à infertilidade?

De forma geral, dividimos as ISTs em dois grupos principais: as infecções gonocócicas – causadas exclusivamente pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, causadora da gonorreia, e não-gonocócicas, causadas por todos os demais microrganismos infecciosos mencionados.

A gonorreia e a clamídia são as duas ISTs mais frequentemente associadas a quadros de infertilidade, sejam eles decorrentes dos estados em que a infecção está ativa, sem tratamento, mas também em algumas situações, mesmo após a conclusão do tratamento.

Essas bactérias normalmente começam seu ciclo de infecção nas estruturas mais externas do aparelho reprodutivo, como os genitais, o canal vaginal e o colo do útero, além da uretra masculina. Nesse período, a infecção é frequentemente assintomática.

Como a ausência de sintomas não motiva a busca por diagnóstico e tratamento, é comum que essas bactérias ascendam para órgãos e estruturas do aparelho reprodutivo superior, como o endométrio e as tubas uterinas, além dos epidídimos.

Ao se instalar no endométrio, a infecção pode provocar endometrite – prejudicando a receptividade do endométrio e dificultando a gravidez, além de aumentar os riscos de aborto espontâneo – e, ao atingir as tubas, induzir o desenvolvimento de salpingite – que inclusive causa a obstrução das tubas.

Da mesma forma, nos homens essas doenças podem afetar inicialmente a uretra, causando uretrite, mas ao ascender estão associadas a quadros de epididimite – que também causa um tipo de obstrução, mas aqui dos epidídimos.

Além da infertilidade associada à endometrite, a obstrução das tubas e dos epidídimos impedem a fecundação, por prejudicar a disponibilização plena das células reprodutivas de homens e mulheres.

A reprodução assistida pode ajudar casais cuja fertilidade foi afetada por ISTs

Como comentamos, é comum que os casos de ISTs em que os portadores demoram para buscar diagnóstico e tratamento, a infertilidade pode ser persistente, mesmo após a erradicação dos microrganismos envolvidos nas infecções.

Para esses casos, indica-se a reprodução assistida, mais especificamente a FIV (fertilização in vitro), que permite a coleta de óvulos diretamente dos ovários – dispensando o papel das tubas na fecundação –, que são fertilizados em laboratório com espermatozoides obtidos por recuperação espermática – que dispensa o papel dos epidídimos disponibilização dos espermatozoides.

A recuperação espermática também pode ser utilizada pela IA (inseminação artificial), mas esta técnica não é indicada para os casos de infertilidade feminina por obstrução tubária, provocada por ISTs, como a clamídia.

Toque neste link e leia mais sobre a clamídia e seus efeitos sobre a fertilidade das mulheres.

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