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FIV e embriões excedentes: o que é?

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No universo da busca pela maternidade, a tecnologia tem se revelado uma aliada valiosa. Para muitas mulheres, a concepção natural pode não ser uma opção viável, o que torna os avanços na área da reprodução assistida um raio de esperança ainda mais importante.

Entre as diversas técnicas disponíveis, a FIV (fertilização in vitro) merece destaque por oferecer oportunidades promissoras mesmo para os casos mais complexos.

Neste artigo, vamos explorar mais profundamente a metodologia da FIV para discutir um aspecto muitas vezes negligenciado: os embriões excedentes.

Aproveite a leitura!

Como a FIV é feita?

O ponto de partida na FIV é a estimulação ovariana controlada, fundamental para aumentar a produção de óvulos. Para isso, a mulher recebe uma medicação hormonal diária que estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos, enquanto esse processo é monitorado de perto por ultrassonografias sequenciais, mais ou menos de 2 em 2 dias.

O objetivo aqui é estimular o crescimento de vários óvulos, não apenas um, aumentando assim as chances de sucesso do procedimento como um todo, mas principalmente da etapa de fertilização em laboratório.

Quando os óvulos estão prontos para serem colhidos, o próximo passo é a coleta – realizada com cuidado e precisão, geralmente sob sedação leve, por uma agulha fina, usada para acessar os folículos ovarianos e aspirar os óvulos. Neste momento, a coleta de múltiplos óvulos é fundamental, pois nem todos respondem positivamente à fertilização e se desenvolvem em embriões saudáveis.

Simultaneamente à coleta de óvulos, os espermatozoides são coletados do parceiro masculino ou de um doador, dependendo da situação do casal. Os espermatozoides são preparados em laboratório para garantir que apenas os mais saudáveis e ativos sejam utilizados na fecundação.

A fertilização propriamente dita é normalmente feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que um único espermatozoide é injetado diretamente no interior do óvulo maduro. Essa técnica, assim como a obtenção de múltiplos óvulos maduros após a estimulação ovariana, também melhora sensivelmente a taxa de sucesso na etapa de fertilização.

Quando os óvulos fertilizados se tornam embriões, passam a ser cultivados em laboratório por alguns dias. Durante esse período, os embriões são cuidadosamente monitorados quanto ao seu desenvolvimento e estabilidade genética, favorecendo a fase de seleção pré-implantacional.

Isso significa que após o cultivo, alguns dos embriões saudáveis são selecionados para a transferência para o útero – feita com um cateter especial, de forma semelhante a um exame ginecológico –, enquanto os demais embriões obtidos são chamados embriões excedentes e podem ser criopreservados ou descartados (caso não sejam viáveis).

A quantidade de embriões transferidos varia principalmente de acordo com a idade da mulher e é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece limites principalmente para evitar uma gravidez múltipla, que é mais arriscada.

Após a transferência embrionária, espera-se que ao menos um dos embriões consiga realizar a nidação, dando início à gestação – que pode ser constatada cerca de 20 dias após o procedimento, por um teste de gravidez comum.

É comum que os tratamentos com a FIV produzam embriões excedentes

Na jornada da FIV, é bastante comum que, além dos embriões transferidos para o útero, ocorra a produção de embriões excedentes, como um reflexo da abordagem estratégica adotada para maximizar as chances de sucesso do tratamento, reconhecendo que a fecundação e a implantação bem sucedidas nem sempre podem ser garantidas.

No início da FIV, a estimulação ovariana controlada é realizada para induzir o desenvolvimento de múltiplos folículos ovarianos, com o objetivo de produzir vários óvulos maduros.

A lógica por trás dessa estratégia é que, ao coletar mais óvulos, há uma maior probabilidade de pelo menos um deles ser fertilizado com sucesso. Essa abordagem visa superar as possíveis falhas na fertilização, que podem ocorrer mesmo sob condições ideais, devido à natureza complexa do processo de reprodução.

É importante destacar que a FIV, embora altamente eficaz, não oferece garantias absolutas de que um embrião transferido para o útero resultará em gravidez. A implantação bem-sucedida do embrião no útero depende de vários fatores, incluindo a qualidade do embrião e a receptividade do útero da mulher.

Além disso, os embriões excedentes se tornam também uma espécie de segurança, já que, se o primeiro ciclo de tratamento não for bem-sucedido, não é necessário repetir todas as etapas do tratamento para as próximas tentativas, contando com os embriões excedentes.

Entenda melhor como é possível lidar com os embriões excedentes

Uma vez compreendido o contexto dos embriões excedentes na FIV, é importante explorar as alternativas disponíveis para lidar com eles. Afinal, o processo da fertilização in vitro não se limita à etapa de criação dos embriões e sua transferência para o útero, envolvendo também decisões significativas sobre o destino dos embriões excedentes.

Uma das opções mais proeminentes para lidar com embriões excedentes é a criopreservação – realizada hoje por vitrificação ou congelamento rápido, permite que embriões excedentes saudáveis sejam armazenados em temperaturas muito baixas, por tempo indeterminado.

Como comentamos, isso preserva a viabilidade desses embriões excedentes para uso futuro, eliminando a necessidade de repetir todo o processo de FIV; caso haja desejo de engravidar novamente, realiza-se a transferência dos embriões congelados.

Outra alternativa ética e impactante é a doação de embriões excedentes. Se você decide que não deseja mais usar esses embriões para sua própria concepção, eles podem ser doados para pesquisa médica ou para casais que também enfrentam dificuldades em conceber. A doação de embriões para a pesquisa pode contribuir para o avanço da medicina reprodutiva e beneficiar futuras gerações.

No caso de doação para casais, é fundamental entender as condições e regulamentações estabelecidas pelo CFM, que geralmente envolvem o consentimento informado bem como a preservação do anonimato de todas as partes envolvidas, entre outros detalhes.

Em última instância, também é possível descartar os embriões excedentes, após um período mínimo de 3 anos de criopreservação – segundo a regulamentação mais atualizada do CFM sobre a reprodução assistida no Brasil.

Se você quer saber mais sobre a FIV, toque neste link para encontrar nosso conteúdo mais completo sobre o assunto.

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