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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

Endometrite: o que é?

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Endometrite: o que é?

O endométrio é uma das três camadas que formam o útero. Composto basicamente por células glandulares e estromáticas, o endométrio reveste a cavidade uterina e é o tecido que, na gestação, está em contato direto com a placenta.

Antes da concepção, o ciclo reprodutivo das mulheres prepara hormonalmente o útero para receber o embrião proliferando as células do endométrio, que se torna espesso. Quando a fecundação ocorre, esse tecido é responsável pela irrigação sanguínea da placenta. Quando não ocorre a fecundação, o endométrio descama em forma de menstruação.

O útero é anatomicamente um órgão central no sistema reprodutivo feminino e está situado na extremidade mais interna do canal vaginal e ligado aos dois ovários pelas tubas uterinas.

Durante a relação sexual, fluidos que incluem a lubrificação feminina e masculina entram no útero através do colo uterino, um orifício contrátil, situado entre este órgão e o canal vaginal.

Isso faz com que o útero e especificamente o endométrio estejam mais expostos aos conteúdos externos ao corpo e por isso vulneráveis à entrada de agentes microbianos e tóxicos, que podem causar infecções e inflamações locais, como as endometrites.

Este texto explica o que é endometrite, seus principais sintomas e tratamentos. Aproveite a leitura!

O que é endometrite?

A endometrite é uma doença do espectro da DIP (doença inflamatória pélvica), que também inclui a salpingite (quando afeta as tubas uterinas), pelviperitonite (quando afeta o peritônio) e ooforite (quando afeta os ovários), doenças que muitas vezes têm início nos quadros de endometrite e se espalham para os outros órgãos.

A endometrite pode ser infecciosa ou não, e os sintomas variam pouco entre os dois tipos de endometrite.

Os agentes causadores da doença incluem bactérias e fungos, mas também danos mecânicos ao endométrio, como problemas na colocação do DIU, abortos, curetagens e o próprio parto. A endometrite puerperal é uma das formas mais comuns da doença, ao lado das endometrites causadas por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), como a clamídia e a gonorreia.

Quando o endométrio sofre danos mecânicos, o tecido local desencadeia um processo inflamatório clássico, com aumento nas prostaglandinas, que leva ao acúmulo de líquidos no local, aumento da vascularização e da temperatura.

Essa forma de endometrite costuma ser crônica e não necessariamente infecciosa, apesar de o processo inflamatório tornar o endométrio mais vulnerável à ação de patógenos.

Bactérias como a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae, assim como alguns tipos de E. coli, ureaplasma e micoplasma, podem alcançar o endométrio em virtude do contato sexual desprotegido, causando sérias infecções locais, que comprometem o funcionamento do endométrio e podem contaminar outras estruturas, levando, nos casos mais extremos e raros, à sepse (infecção generalizada).

Quais são os sintomas da endometrite?

Os sintomas da endometrite são bastante semelhantes aos sintomas das doenças do espectro da DIP em geral, variando somente em relação à cronicidade e etiologia bacteriana ou não bacteriana.

A febre e os variados tipos de corrimento vaginal são dois dos poucos sintomas diferenciais, presente nos casos agudos e ausente nos crônicos.

A mulher com endometrite pode apresentar sintomas decorrentes da própria irritação uterina: inchaço abdominal, dor nas relações sexuais (dispareunia) e durante a menstruação (dismenorreia), em decorrência do aumento na sensibilidade local causada pela inflamação.

Nos casos mais graves, pode haver episódios de hemorragias vaginais (sangramentos anormais).

Especialmente a endometrite aguda, que é sempre infecciosa, a mulher pode apresentar também febre e corrimento vaginal em forma de secreção com cheiro desagradável, podendo estar acompanhada de sangramento ou não.

Em alguns casos de endometrite crônica, as mulheres podem ser assintomáticas e não apresentar sinais mais relevantes da endometrite, descobrindo sua condição somente quando tentam engravidar e não conseguem.

Endometrite causa infertilidade?

A maior parte das doenças do espectro da DIP causa algum grau de infertilidade. Isso acontece porque mesmo os processos inflamatórios mais simples alteram a composição química do ambiente daquele órgão e muitas vezes também sua anatomia.

Na endometrite, a infertilidade é decorrente de falhas na implantação, já que o tecido em que esse processo ocorre, o endométrio, está alterado.

Em linhas gerais, podemos dizer que o aumento local de prostaglandinas gera uma reação de ataque do endométrio à qualquer coisa que se aproxime dele, inclusive os embriões.

Nos casos de endometrite infecciosa, a infertilidade é temporária e acontece no decorrer da doença, mas a falta de tratamento pode levar a quadros mais graves.

Como é feito o tratamento?

A avaliação ginecológica deve sempre partir da análise dos sintomas relatados pela mulher, porém os tratamentos para a endometrite devem ser escolhidos de acordo com o agente causador da doença, que deve ser tratado diretamente.

Para isso, normalmente realiza-se uma coleta das células endometriais afetadas para que possa ser identificadas as bactérias causadoras da endometrite e direcionar o tratamento.

Exames de imagem, como a histeroscopia, e laboratoriais, que incluem exame de sangue e urina, são bastante úteis não somente para aumentar a precisão na identificação do agente causador da endometrite, mas também para identificar possíveis aderências provocadas pelo quadro geral inflamatório, que eventualmente precisem ser retiradas.

Normalmente, esses procedimentos de retirada mecânica do tecido inflamado ou infeccionado são recomendados apenas nos casos mais graves – e que podem chegar à necessidade de retirada do útero (histerectomia), caso a endometrite coloque em risco outros órgãos da cavidade abdominal.

Como a reprodução assistida pode ajudar as mulheres com endometrite?

A reprodução assistida oferece auxílio para praticamente todas as mulheres com infertilidade. Em alguns casos, porém, é fundamental que as doenças sejam tratadas antes de dar início aos procedimentos, já que podem prejudicar inclusive as chances de sucesso das técnicas.

Dependendo do grau de acometimento do sistema reprodutivo após os episódios de endometrite, algumas técnicas de reprodução assistida serão mais bem-sucedidas que outras.

Nos casos em que a endometrite deixou aderências no útero e especialmente próximas às tubas, pode ser necessário recorrer à FIV (fertilização in vitro). Isso porque a coleta de óvulos pode ser feita direto nos ovários e a fecundação não depende da passagem dos espermatozoides pelo útero e tubas uterinas, já que estão obstruídos.

Leia mais acessando o link.

 

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