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O endométrio é o tecido de revestimento interno do útero, no qual o embrião se implanta para dar início à gestação. Durante o ciclo menstrual da mulher, o corpo passa por mudanças promovidas pela ação hormonal para que ela esteja pronta para a gravidez.
Uma dessas alterações inclui o espessamento do tecido endometrial, que precisa estar na espessura ideal para que possa acontecer a implantação embrionária. Quando a fecundação não acontece, ocorre a descamação do tecido, que é eliminado na menstruação.
Um aspecto importante a ser observado no processo de reprodução é a receptividade endometrial, caracterizada pelo momento em que o endométrio se encontra em dimensão ideal para receber o embrião. Este período acontece em cada ciclo e dura poucos dias.
Durante o tratamento de reprodução assistida, principalmente com a fertilização in vitro (FIV), é possível aplicar técnicas que avaliam as condições uterinas e aplicam os procedimentos no momento mais adequado para a fixação do embrião, mas nenhuma técnica de reprodução assistida faz a implantação do embrião. A última etapa da FIV é a transferência embrionária, que é o posicionamento dos embriões perto do endométrio.
Algumas doenças ou alterações no organismo podem afetar a fertilidade da mulher e dificultar a caminhada até a gravidez. Algumas delas, como a endometrite, podem alterar este tecido e interferir em sua funcionalidade.
Na leitura do texto a seguir, entenda o que é a endometrite e saiba qual a sua relação com a infertilidade feminina.
A endometrite é caracterizada pela inflamação do endométrio, causada por uma infecção no útero, resultante principalmente de bactérias originadas de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como a clamídia e a gonorreia.
Pode ser uma inflamação aguda e, quando não tratada adequadamente, tende a se tornar crônica. Muitas das vezes pode ser assintomática, o que acaba dificultando o seu diagnóstico e ocasionando algumas complicações para a saúde da mulher.
Entre os sintomas encontrados em pessoas com esta patologia, temos:
A endometrite crônica pode provocar a formação de aderências no endométrio, que podem interferir no processo de implantação embrionária e no desenvolvimento saudável da gestação.
Em casos mais graves, é possível que ocorram complicações, como as infecções na cavidade pélvica, formação de abscessos e um tipo de infecção generalizada que pode ser muito perigosa.
Por se tratar muitas vezes de uma doença silenciosa, é possível que a paciente só a identifique quando encontrar dificuldades para engravidar, uma vez que as alterações na fertilidade são um dos principais sintomas.
O endométrio é parte fundamental do processo de reprodução, pois é onde o embrião se fixa para iniciar a gestação. Para que a gestação tenha início, ele deve estar saudável e com boa espessura, ou seja, receptivo. O espessamento do tecido acontece durante o ciclo menstrual por meio da ação de hormônios.
Quando ele está inflamado, a receptividade fica prejudicada e o embrião formado após a fecundação pode não conseguir se implantar, inviabilizando a gravidez. Quando a implantação acontece, a endometrite pode provocar aborto ou mesmo abortos de repetição.
A endometrite precisa ser tratada antes das tentativas naturais de engravidar e mesmo antes da reprodução assistida porque ela pode prejudicar a receptividade endometrial e mesmo com o auxílio das técnicas pode dificultar a gravidez.
Devido ao fato de a infecção ser causada por bactérias, são recomendados antibióticos orais e injetáveis, variando de acordo com o tipo e gravidade da infecção. Quando resultante de ISTs, os parceiros também devem ser tratados para evitar a reinfecção.
Situações mais graves, em que existe a formação de abscessos, necessitam de intervenção cirúrgica, normalmente feita por videolaparoscopia ou vídeo-histeroscopia cirúrgica.
Após este tratamento, a fertilidade pode ser restaurada e as tentativas de engravidar podem retornar. Quando a mulher encontra dificuldades, pode procurar auxílio na medicina reprodutiva, que conta com técnicas muito avançadas neste contexto.
É importante que os procedimentos nessa busca pela gravidez sejam realizados apenas quando não houver mais a inflamação, pois ela pode afetar os resultados.
Existem técnicas especializadas para ajudar mulheres com problemas de infertilidade. Nesse caso, a mais indicada é a FIV, principal método utilizado atualmente.
A FIV é considerada a mais complexa forma de tratamento, pois a maioria dos seus procedimentos é feita em laboratório, incluindo a fecundação. Sua realização acontece em cinco etapas principais: estimulação ovariana, coleta dos gametas, fecundação, cultivo embrionário e transferência dos embriões.
A micromanipulação dos gametas utilizada neste método permite um controle maior da situação e aumenta as possibilidades de sucesso na gravidez. Existem ainda técnicas complementares que podem ser indicadas em casos específicos.
Ainda que alterem a fertilidade da mulher, doenças como a endometrite podem ser tratadas adequadamente, permitindo que ela engravide em algum momento. Se este assunto é interessante para você, leia também sobre a infertilidade feminina e conheça outras alterações que afetam este processo.
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