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Endometrite e falhas de implantação: qual é a relação?

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A capacidade reprodutiva das mulheres, assim como acontece no corpo masculino, depende de uma série de fatores, normalmente associados entre si e coordenados por uma dinâmica hormonal que atua na disponibilização de células reprodutivas para a fecundação.

A função feminina na reprodução, no entanto, vai além dos eventos que antecedem a fecundação.

Como a união dos gametas acontece no interior das tubas e toda a gestação se desenvolve no útero ‒ órgãos femininos ‒, a fertilidade das mulheres também depende da saúde dessas estruturas.

Nesse sentido, as doenças que prejudicam o papel uterino na reprodução, como a endometrite, podem levar a dificuldades normalmente associadas a falhas de implantação embrionária ou nidação.

Neste texto você encontra informações que explicam com mais profundidade a relação entre a endometrite e as falhas de implantação e sua associação com quadros de infertilidade.

Boa leitura!

O endométrio é essencial para a implantação embrionária

O endométrio é a camada de revestimento da cavidade uterina e responde ativamente a alguns dos hormônios sexuais que participam do ciclo reprodutivo, modificando-se de diversas formas nesse período.

O sangue expelido na menstruação é resultado da descamação de uma camada extra de endométrio, formada sob estímulo dos estrogênios (na fase folicular) e da progesterona (na fase lútea).

Enquanto o espessamento do endométrio acontece com o aumento gradual da produção dos estrogênios e da progesterona, cada um em seu momento específico, a descamação deste tecido e a saída do sangue menstrual são disparados quando as concentrações desses mesmos hormônios atingem seus patamares mínimos ‒ o que, neste caso, acontece simultaneamente.

Em cada ciclo reprodutivo, as alterações morfológicas e celulares do endométrio têm como objetivo preparar este tecido para receber um possível embrião, antes da ovulação, e auxiliar este embrião na nidação ou implantação embrionária, após a ovulação.

Assim, problemas nesses eventos hormonais e celulares podem prejudicar a fertilidade da mulher, dificultando a implantação do embrião e o início da gravidez.

O que é endometrite?

Chamamos endometrite a todos os processos inflamatórios que podem atingir o endométrio. Assim como acontece em qualquer outro tecido inflamado, a endometrite pode ser disparada por três tipos principais de lesões: mecânicas, químicas e infecciosas.

O uso de espermicidas está entre as principais causas de endometrite por lesões químicas, enquanto as cirurgias uterinas ‒ como curetagens ‒ são a causa mais frequente de endometrite por lesão mecânica.

A endometrite infecciosa, porém, é a origem mais recorrente desse tipo de quadro inflamatório e, nesses casos, muito frequentemente causada por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), como a clamídia.

As manifestações da endometrite de origem infecciosa podem ser muito diversas, variando de quadros totalmente assintomáticos, até casos em que a mulher já apresenta sintomas para as infecções que normalmente antecedem a endometrite ‒ como vaginites e cervicites.

Entre os principais sintomas produzidos pela endometrite, estes são os mais frequentes:

A endometrite pode estar associada a falhas de implantação embrionária

A infertilidade pode ser um sintoma bastante comum nas mulheres com endometrite, já que a atividade microbiana e o próprio processo inflamatório, disparado para defender o corpo dessas lesões, alteram a composição e o funcionamento do endométrio.

A inflamação é uma resposta natural do organismo, disparada quando o corpo identifica agentes agressores que produzem lesões ‒ como os microrganismos que causam a endometrite. Esse processo induz alterações físicas que favorecem sangramentos e edemas (inchaços), normalmente associados aos sintomas dolorosos e sangramentos típicos da doença.

O processo inflamatório também convoca grupos de células imunológicas que buscam identificar e erradicar os agentes causadores das lesões ‒ neste caso, normalmente bactérias ‒, como leucócitos e células NK (natural killer).

Todas essas alterações modificam o endométrio e interferem nos processos de espessamento e descamação deste tecido ‒ que são fundamentais principalmente para o preparo uterino que torna o endométrio receptivo a um possível embrião.

Assim, mesmo quando a fecundação acontece nas tubas uterinas, o útero da mulher com endometrite tende a rejeitar ou não reconhecer o embrião, que acaba morrendo sem que a mulher sequer saiba.

Além disso, tanto as mudanças físicas como a atuação de algumas células imunológicas podem danificar os espermatozoides e impedi-los de percorrer o trajeto em direção às tubas uterinas, para realizar a fecundação.

Outras causas da falha de implantação embrionária

As falhas de implantação acontecem mais frequentemente em decorrência de quadros de endometrite, principalmente infecciosa, mas também em outras situações, como em mulheres portadoras de mioma submucoso e pólipo endometrial.

Além dos problemas uterinos propriamente ditos, as falhas de implantação também podem ser causadas pela formação de embriões inviáveis, normalmente resultado de problemas na formação das células reprodutivas dos pais.

Endometrite também pode provocar falhas de implantação na reprodução assistida

O tratamento para endometrite é essencial não somente para a recuperação da saúde global da mulher ‒ principalmente nos casos infecciosos, que oferecem risco de sepse ‒, mas também para restaurar a receptividade endometrial e a fertilidade.

Mesmo quando o casal tem indicação para reprodução assistida, inclusive por outros fatores de infertilidade além da endometrite, é importante que a mulher realize o tratamento o quanto antes, buscando preservar ao máximo as funções endometriais.

Isso porque mesmo as técnicas de alta complexidade, como a FIV (fertilização in vitro), têm pouco controle sobre os processos reprodutivos que acontecem após a transferência dos embriões para o útero, começando precisamente pela implantação embrionária.

A endometrite é somente uma das causas de infertilidade feminina. Leia mais sobre as dificuldades reprodutivas da mulher tocando neste link.

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