220
A endometriose é uma doença crônica e estrogênio-dependente, como o mioma, que atinge principalmente mulheres em idade reprodutiva, ou seja, entre a puberdade e a menopausa. Embora saiba-se que existem fatores de hereditariedade na endometriose, a medicina não conhece claramente as causas dessa doença.
Conhecida entre as mulheres principalmente pela intensidade dos sintomas, a endometriose pode prejudicar profundamente a qualidade de vida da mulher. Essa é uma das principais consequências da doença e, portanto, também o principal alvo dos tratamentos para endometriose.
Neste texto vamos apresentar alguns detalhes importantes da endometriose para provocar a reflexão sobre a pergunta: endometriose tem cura?
Aproveite a leitura!
Em um corpo feminino sem endometriose, o endométrio é um tecido que se desenvolve exclusivamente na superfície da cavidade uterina e responde à atividade estrogênica do ciclo menstrual multiplicando-se e tornando-se mais espesso.
Na endometriose, observamos o surgimento de focos de tecido semelhante ao endométrio, mas fora da cavidade uterina, normalmente aderidos às estruturas da cavidade pélvica, como bexiga, intestinos, ovários, tubas e os ligamentos uterinos.
Assim como o endométrio original, os implantes da endometriose também respondem aos estrogênios do ciclo menstrual multiplicando-se, o que torna o implante maior e, por sua localização ectópica, também inflamado.
Os sintomas da endometriose são todos derivados desse processo inflamatório e do crescimento dos implantes, ambos impulsionados pelos estrogênios e que prejudicam as funções das estruturas às quais estão aderidos.
Entre os sintomas da endometriose, destacamos a seguir os principais:
A intensidade dos sintomas pode variar entre os casos de endometriose, mas é comum as alterações provocarem dores mais intensas, o que é uma das principais características da doença e o principal fator de prejuízo à qualidade de vida da mulher.
Além do sofrimento provocado pelos sintomas dolorosos, é comum que a mulher com endometriose também apresente quadros como ansiedade e depressão, e problemas psicossociais, como ausências profissionais, familiares e pessoais, devido às dores e alterações da endometriose.
Por ser uma doença crônica, não é verdade que a endometriose tem cura, mas os tratamentos disponíveis atualmente podem ser altamente eficazes no controle dos sintomas da doença, que são o principal problema da endometriose, devido ao sofrimento e à redução na qualidade de vida da mulher.
Os casos em que os sintomas da endometriose são mais leves e a mulher não tem planos de engravidar podem receber indicação para o tratamento hormonal, normalmente realizados com a pílula anticoncepcional, em suas diversas variações, incluindo a minipílula, e com o DIU (dispositivo intrauterino) hormonal.
Os sintomas dolorosos podem também ser controlados por anti-inflamatórios e analgésicos, especialmente nos momentos de crises mais agudas, mas sempre com resultados melhores se associados ao tratamento hormonal.
Mulheres com sintomas mais intensos da endometriose também podem receber indicação para o tratamento hormonal, mas a abordagem cirúrgica pode ser uma possibilidade de tratamento mais bem-sucedida. Nestes casos, também a localização e a profundidade dos implantes endometrióticos são aspectos decisivos para a decisão sobre a abordagem cirúrgica.
Em casos extremos, pode ser necessário realizar a retirada dos ovários (ooforectomia), suspendendo a produção de estrogênios e interrompendo definitivamente os sintomas da endometriose. A ooforectomia, no entanto, produz um quadro de infertilidade permanente e menopausa precoce e, por isso, é indicada realmente somente nos casos mais graves.
A infertilidade feminina não é um sintomas comum entre as mulheres com endometriose, estando restrito a algumas formas específicas da doença, como a endometriose ovariana que forma o endometrioma (cisto), e quando os implantes se instalam nas tubas uterinas.
Na endometriose ovariana, o endometrioma prejudica o desenvolvimento dos folículos recrutados para ovulação, que pode não acontecer (anovulação). Além disso, o crescimento deste cisto também danifica os folículos primários, que formam a reserva ovariana, oferecendo risco de infertilidade permanente.
Quando a endometriose se instala nas tubas uterinas, os implantes podem interromper o fluxo no interior dessas estruturas, impedindo que o encontro entre gametas (óvulos e espermatozoides), para a fecundação, aconteça.
Ainda que a reprodução assistida não tenha qualquer participação no controle dos sintomas dolorosos na endometriose, os tratamentos especialmente com a FIV (fertilização in vitro) e a IA (inseminação artificial) podem ser indicados para a reversão da infertilidade decorrente da doença.
Por sua metodologia, a IA somente pode ser indicada nos casos em que as tubas uterinas não estão comprometidas, ou seja, em casos mais leves de endometriose ovariana. Já a FIV pode ser uma opção para as duas situações em que a endometriose prejudica a fertilidade das mulheres portadoras.
Se interessou pelas informações sobre endometriose? Então toque neste link e leia nosso conteúdo completo sobre o assunto.
Compartilhe:
Último Post: