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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

Endometriose e adenomiose: quais são as diferenças?

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É comum que as pessoas confundam algumas doenças, principalmente condições com nomes semelhantes ou que apresentam sintomas parecidos, como é o caso da adenomiose e da endometriose.

Durante algum tempo a própria medicina acreditou que essas doenças eram uma única condição, mas estudos mais aprofundados tanto sobre o funcionamento do útero, do endométrio e da dinâmica hormonal, como das próprias doenças, evidenciaram diferenças primordiais nessas condições.

Neste texto vamos falar mais profundamente sobre as diferenças entre a endometriose e a adenomiose, mas também suas formas de tratamento e as indicações da reprodução assistida, em caso de infertilidade.

Entenda melhor como é o útero e seu papel na fertilidade feminina

Localizado no centro da cavidade pélvica, o útero é um órgão oco que se conecta ao exterior do corpo pelo colo do útero, ligado ao canal vaginal, e às tubas uterinas no fundo do útero, bilateralmente.

Por ser oco, o útero é formado basicamente pelas camadas de tecido que compõem sua parede: endométrio, miométrio e perimétrio, com funções próprias, mas interdependentes e determinantes ao papel do útero na fertilidade.

Enquanto o perimétrio delimita o útero em relação aos demais órgãos da cavidade pélvica, o endométrio e o miométrio atuam mais diretamente na fertilidade, com funções que incluem:

A cada ciclo menstrual, principalmente em resposta à atividade dos estrogênios e da progesterona, as células do endométrio se multiplicam e tornam esse revestimento mais espesso, com objetivo de tornar o útero receptivo a um possível embrião.

Quando a fecundação não acontece, também em resposta à dinâmica hormonal da segunda fase do ciclo, o endométrio interrompe o espessamento e descama, sendo expelido em forma de sangue menstrual.

O que é endometriose?

A mulher com endometriose normalmente recebe o diagnóstico após a realização de uma bateria de exames em que se observa a formação de nódulos de tecido endometrial fora da cavidade uterina – o que chamamos endométrio ectópico.

Os implantes endometrióticos podem ser encontrados na cavidade pélvica, aderidos ao peritônio (camada de preenchimento abdominal, em contato com todos os órgãos aí localizados), bexiga, intestinos, tubas uterinas e aos ovários.

A gravidade da doença, bem como os sintomas manifestados pelas mulheres com endometriose e algumas características morfológicas dos implantes endometrióticos variam de acordo com o tipo de endometriose e o tempo de existência das lesões.

Existem hipóteses para as origens da endometriose e sabe-se que a doença pode se manifestar desde a primeira menstruação até a menopausa, embora seja mais comum em mulheres que nunca tiveram filhos e com histórico de endometriose na família.

O que é adenomiose?

Já a adenomiose é uma doença uterina, em que a zona juncional – como chamamos a fronteira entre o endométrio e o miométrio – torna-se fluida, permitindo que o tecido endometrial invada o miométrio.

Esse mecanismo normalmente é disparado por lesões no endométrio, que podem inclusive ser resultado de processos naturais, como a gestação.

Entre os principais sintomas da adenomiose, podemos destacar os mais frequentes:

Endometriose e adenomiose já foram consideradas a mesma doença, mas hoje sabemos que são diferentes

A principal semelhança entre o funcionamento da endometriose e da adenomiose é o aparecimento de focos de tecido endometrial fora da superfície da cavidade uterina, que crescem e tornam-se inflamados sob ação dos estrogênios do ciclo menstrual.

As semelhanças, no entanto, não passam dessas. As estruturas afetadas pelas duas doenças já não são as mesmas: enquanto na endometriose os implantes de endométrio ectópico surgem principalmente região extrauterina da cavidade pélvica, na adenomiose o endométrio invade o miométrio, ficando justamente restrita ao útero.

Os contextos em que cada uma dessas doenças se desencadeia, como a presença ou não de gestações pregressas, é outro fator de diferença entre a endometriose e a adenomiose.

A endometriose pode se manifestar já na adolescência por ser também uma doença metabólica, com pré-disposição genética. Inclusive por isso, normalmente a endometriose ocorre também em mulheres nulíparas, ou seja, que nunca tiveram filhos.

Ao mesmo tempo, a adenomiose está associada à ocorrência de lesões no endométrio e justamente por isso é mais frequente em mulheres que já tiveram filhos (multíparas) – o crescimento do bebê pode gerar essas lesões –, não se manifestando na adolescência e ocorrendo mais frequentemente após a gestação.

Endometriose, adenomiose: a infertilidade e o papel da reprodução assistida

A infertilidade feminina, no entanto, pode ser uma consequência em comum para a adenomiose e a endometriose, embora por motivos diferentes.

A adenomiose altera o ambiente uterino e com isso desfavorece o preparo endometrial, essencial para a nidação. A doença pode por isso estar associada à quadros de aborto de repetição e dificuldade para engravidar.

Já a endometriose pode provocar infertilidade, mais especificamente quando afeta os ovários (endometriomas), provocando anovulação, e a região das tubas, obstruindo a passagem em seu interior e impedindo a fecundação.

A reversão da infertilidade por adenomiose e endometriose também pode ser abordada pela reprodução assistida, principalmente com a FIV (fertilização in vitro), que oferece os procedimentos mais avançados.

Leia mais sobre endometriose tocando neste link.

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