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O ciclo menstrual é um sistema cuidadosamente regulado por hormônios, que desencadeiam uma série de mudanças cíclicas no corpo, preparando-o para uma possível gravidez.
Isso porque esses hormônios desempenham funções específicas no ciclo menstrual e a interação entre eles é cuidadosamente equilibrada, para que a ovulação ocorra no momento adequado.
Entender o papel desses hormônios no ciclo menstrual é importante para ajudar a identificar possíveis problemas de fertilidade, além de ser útil para mulheres que desejam evitar a gravidez.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes os principais hormônios envolvidos no ciclo menstrual, analisando sua dinâmica e como eles interagem para regular a fertilidade feminina. Continue lendo e não perca a chance de entender melhor o seu corpo!
A reserva ovariana – conjunto de todos os óvulos da mulher até o fim de sua vida – é formada antes do nascimento e, por ser finita, passa a ser consumida mais intensamente com a puberdade e o início dos ciclos menstruais.
A cada ciclo menstrual, um óvulo é liberado pelo ovário e segue pelas tubas uterinas, onde pode ser fecundado por um espermatozoide. Se o óvulo é fertilizado, ele se torna um embrião e é conduzido até o útero para se implantar na parede uterina, em um processo chamado nidação – que dá início à gestação propriamente dita.
Quando a fecundação não ocorre – o que acontece na maior parte dos ciclos –, o revestimento do útero é descamado e expelido do corpo, dando início a um novo ciclo menstrual.
Os eventos do ciclo menstrual acontecem em fases – folicular, ovulação e lútea –, determinadas pela dinâmica dos hormônios sexuais, que se regulam por um processo chamado feedback, que inclui mecanismos de regulação positivos e negativos.
No feedback negativo, um hormônio inibe a produção de outro hormônio, especialmente quando este atinge uma concentração mais alta, como mecanismo de controle para evitar níveis excessivos de determinadas substâncias no corpo.
Já no feedback positivo um hormônio estimula a produção de outro hormônio, um mecanismo menos comum, mas importante em situações específicas, como na regulação da ovulação durante o ciclo menstrual.
As relações de feedback entre os hormônios sexuais são fundamentais para o controle do ciclo menstrual, como veremos.
A fase folicular é a primeira fase do ciclo menstrual e começa no primeiro dia da menstruação.
Nessa fase, a gonadotrofina FSH (hormônio folículo-estimulante) é produzida pela hipófise e recruta uma quantidade específica de folículos ovarianos a se desenvolverem e produzirem estrogênio.
Em alguns dias, o aumento na concentração de estrogênio inibe a produção de FSH por feedback negativo, mantendo apenas um folículo em crescimento e amadurecimento para a ovulação – que chamamos folículo dominante.
Boa parte do estrogênio produzido nessa fase é consumida no preparo uterino, que faz o endométrio mais espesso gradualmente, até a ovulação.
A ovulação é o evento mais importante do ciclo menstrual: quando o óvulo é liberado do folículo e pode ser fertilizado.
Ao atingir também o estágio ideal de maturação, o rompimento do folículo dominante para a liberação do óvulo maduro é desencadeado por um pico hormonal de FSH, LH (hormônio luteinizante) e estrogênio – que passam a ter papéis diferentes na próxima fase do ciclo menstrual.
Após a ovulação, o folículo que liberou o óvulo se transforma no corpo-lúteo, sob ação do LH, responsável pela produção de progesterona – outro dos hormônios sexuais.
Assim, a fase lútea começa imediatamente após a ovulação, quando a progesterona produzida pelo corpo-lúteo passa a preparar o útero para a implantação do óvulo fertilizado. Além disso, a progesterona também controla a produção de FSH e LH, por feedback negativo, evitando que uma nova ovulação aconteça.
Se a fertilização não ocorrer, o corpo-lúteo se degenera e os níveis de progesterona caem, e a mulher menstrua – já que essa diminuição funciona como feedback positivo para a retomada da produção de gonadotrofinas FSH e LH, iniciando um novo ciclo menstrual.
Como mencionamos anteriormente, os hormônios sexuais femininos têm um papel crucial no ciclo menstrual e na fertilidade – o que significa que, quando há um desequilíbrio hormonal, pode haver impacto na fertilidade feminina.
A SOP (síndrome dos ovários policísticos) é uma das condições mais comuns que afetam o equilíbrio hormonal e a fertilidade. Na SOP, há um aumento na produção de androgênios, como a testosterona, que pode levar a irregularidades menstruais, ausência de ovulação e infertilidade.
Outra doença associada ao desequilíbrio hormonal e que pode causar infertilidade é a endometriose ovariana. Neste caso, o tecido do endométrio cresce fora do útero, mais especificamente nos ovários, levando à formação de cistos que podem afetar a ovulação e, consequentemente, a fertilidade. Além disso, a endometriose pode causar inflamação e cicatrizes nos ovários, afetando a reserva ovariana permanentemente.
O tratamento para essas condições varia de acordo com a causa e a gravidade do problema. Em alguns casos, podem ser indicados medicamentos para regular o ciclo menstrual e estimular a ovulação.
A estimulação ovariana é uma técnica em que são administrados hormônios para estimular os ovários e induzir a ovulação. Além disso, ao longo da estimulação ovariana, é possível determinar com exatidão o período fértil da mulher, pelo acompanhamento frequente da ovulação por ultrassonografia e testes de ovulação.
Dessa forma, é possível identificar o momento ideal para a RSP (relação sexual programada) ou a realização de técnicas de reprodução assistida, como a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro).
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