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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

Anticoncepcional e infertilidade

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Quando a mulher decide utilizar métodos efetivos para evitar uma gestação não planejada, é comum que a escolha seja feita entre as diversas opções de anticoncepcionais hormonais – como a pílula e o DIU (dispositivo intrauterino).

Os anticoncepcionais hormonais estão entre as formas de contracepção mais seguras e podem ser administrados por via oral (como a pílula), intramuscular e pelo DIU. Cada método, no entanto, deve ser indicado de forma individualizada, já que cada mulher responde de forma própria aos diferentes métodos.

É comum que as mulheres tenham dúvidas sobre qual método anticoncepcional escolher e essas dúvidas são frequentemente alimentadas por uma confusão sobre os possíveis efeitos colaterais dos anticoncepcionais, como a possibilidade de infertilidade permanente – que é um mito.

No entanto, a associação entre anticoncepcionais e infertilidade realmente existe, mas está associada ao mecanismo de ação dos anticoncepcionais hormonais, que provoca um quadro de infertilidade, temporário e reversível, porém.

Neste texto, você vai entender melhor como os anticoncepcionais funcionam e como é sua relação com a infertilidade – temporária e permanente.

Boa leitura!

O que são anticoncepcionais?

Anticoncepcionais são medicamentos ou tratamentos com objetivo contraceptivo – ou seja, de evitar que a mulher fique grávida –, normalmente utilizando medicamentos hormonais que interferem no ciclo menstrual, inibindo a ovulação e, em alguns casos, aumentando a produção de muco cervical.

Como comentamos, os anticoncepcionais podem ser administrados por via oral – como a pílula anticoncepcional –, injetável mensal, injetável trimestral e no DIU hormonal – o método mais seguro atualmente.

A pílula anticoncepcional também é um método contraceptivo bastante seguro, mas também acessível e simples: a mulher só precisa ingerir um comprimido diariamente, interrompendo o uso na última semana, ao final da cartela, e retomando cerca de 7 dias depois.

Além dos efeitos contraceptivos, o anticoncepcional também pode ser indicado para equilibrar a dinâmica dos hormônios sexuais em alguns casos específicos, como diagnósticos iniciais de SOP (síndrome dos ovários policísticos) e endometriose, para mulheres que não desejam engravidar em breve.

Entenda melhor como funcionam as pílulas anticoncepcionais

As pílulas anticoncepcionais interferem na dinâmica hormonal do ciclo menstrual, com objetivo direto de impedir a ovulação e, em alguns casos, de também aumentar o muco cervical, dificultando o trajeto dos espermatozoides.

A ovulação é um dos momentos mais importantes do ciclo menstrual, diretamente ligada à fertilidade por ser o processo que resulta no crescimento do folículo dominante e seu rompimento, para a liberação de um óvulo maduro em direção às tubas, onde a fecundação pode acontecer.

Tanto o crescimento do folículo dominante, como seu rompimento e todo o preparo uterino – que incide principalmente sobre o endométrio, que se torna espesso antes da ovulação, pelos efeitos dos estrogênios, e mais complexo após a ovulação, pelos efeitos da progesterona.

Esses hormônios (principalmente a progesterona), no entanto, também regulam a secreção do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) e das próprias gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) – e as pílulas anticoncepcionais atuam principalmente nesse mecanismo, como veremos a seguir.

A pílula anticoncepcional produz um quadro de infertilidade temporário e reversível

As pílulas anticoncepcionais podem ser medicamentos à base de estrogênio e progesterona ou somente à base de progesterona. Seu uso contínuo estabelece um novo patamar de concentração para esses hormônios, mais alto do que se observa no ciclo menstrual natural.

No ciclo menstrual sem anticoncepcional, a fase folicular (que começa com a menstruação e termina na ovulação) é caracterizada pelo aumento gradual na produção de GnRH pelo hipotálamo e consequentemente o aumento também gradual da liberação de FSH e LH, pela hipófise. As gonadotrofinas são lançadas na corrente sanguínea e ao atingir os ovários, iniciam a produção de estrogênio e o recrutamento dos folículos que poderão participar da ovulação.

Após a ovulação, as células do folículo rompido formam o corpo-lúteo, que passa a produzir progesterona, um hormônio que finaliza o preparo uterino, mas também inibe a produção de GnRH (e consequentemente de FSH e LH), impedindo que uma nova ovulação aconteça antes do término do ciclo menstrual em curso.

A pílula anticoncepcional atua mantendo estáveis (e mais altos que o normal) os níveis de progesterona e, em alguns casos, também de estrogênio – o que resulta na inibição constante da produção de GnRH, FSH e LH, fazendo com que a ovulação não aconteça.

Além de impedir a ovulação, a progesterona dos anticoncepcionais também interfere na produção de muco cervical: concentrações mais altas desse hormônio aumentam a produção desse muco, dificultando a passagem dos espermatozoides até as tubas.

O que acontece quando a mulher para de tomar o anticoncepcional?

Como comentamos, os efeitos contraceptivos da pílula anticoncepcional são temporários, ou seja, acontecem somente no período em que a mulher está tomando o anticoncepcional. Além disso, os efeitos da pílula também são reversíveis, isto é, a fertilidade pode ser restabelecida assim que a mulher interrompe o tratamento anticoncepcional.

Entretanto, nem sempre esse processo é imediato.

Como o tratamento anticoncepcional mantém mais altos os níveis de estrogênio e principalmente de progesterona, o organismo pode levar algum tempo para restabelecer a secreção normal de GnRH e das gonadotrofinas, imprescindíveis para a retomada dos processos ovulatórios.

Esse período, contudo, pode variar entre as mulheres – o que não varia é o fato de que o quadro artificial de infertilidade produzido pelo anticoncepcional é revertido e a mulher pode iniciar as tentativas para engravidar no máximo alguns meses após a interrupção da pílula.

A infertilidade feminina propriamente dita é um quadro complexo, que pode ser provocado por diversas doenças e condições. Toque neste link e saiba tudo sobre a infertilidade feminina!

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