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Quando o diagnóstico da infertilidade é confirmado, o casal recebe a indicação do método de reprodução assistida mais adequado para ter um filho, definido por um médico especialista de acordo principalmente com a idade da mulher e a causa da infertilidade.
Entre as opções estão a relação sexual programada (RSP), a inseminação artificial (IA) e a FIV (fertilização in vitro).
A principal diferença entre elas está no método de fecundação. Na FIV, ocorre em um laboratório, após a coleta e seleção dos óvulos e espermatozoides. Por isso, esse método é considerado o mais complexo e o mais efetivo para os casais que desejam engravidar.
O número de ciclos de FIV está crescendo no Brasil, uma vez que a técnica é indicada para vários casos de infertilidade, tanto feminina como masculina. Além disso, também pode ser realizada por doação de gametas (óvulos e espermatozoides), caso seja necessário.
Ao final da leitura, você vai saber o que é a FIV, quando ela é indicada, assim como o seu passo a passo e taxas de sucesso.
A FIV é a técnica mais avançada para o tratamento da infertilidade atualmente. A fecundação, processo em que o espermatozoide encontra o óvulo, ocorre em laboratório. Isso possibilita uma estimulação ovariana mais intensa do que nas outras técnicas, obtendo um número maior de óvulos e, consequentemente, de embriões formados.
Os embriões se desenvolvem em um ambiente que simula as condições do organismo feminino antes de serem transferidos para o útero da paciente. Esse processo de desenvolvimento é monitorado diariamente.
A FIV tem duração média de 30 dias e consiste em 5 etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação, aspiração folicular e preparo seminal, fecundação, cultivo embrionário, finalizando com a transferência dos embriões para o útero.
A FIV é indicada em muitos diagnósticos de infertilidade masculina e feminina, assim como nos casos em que não há uma causa aparente (ISCA).
Quando falamos de fatores masculinos, a FIV é recomendada quando existe algum problema na qualidade e/ou na quantidade de espermatozoides no sêmen e quando obstruções em dutos importantes impedem o transporte ou saída deles para fecundar o óvulo. As doenças que afetam a fertilidade masculina prejudicam esses parâmetros.
Com relação à infertilidade feminina, esse método de reprodução assistida é indicado em diagnósticos de infertilidade por fatores tubários ou uterinos, ovulatórios, baixa reserva ovariana processo comum ao envelhecimento, e se os tratamentos de baixa complexidade não obtiverem êxito.
A FIV também pode ser utilizada por casais férteis com doenças genéticas, que podem ser transmitida ao filho. O teste genético pré-implantacional (PGT), uma das técnicas complementares ao tratamento, permite identificar a doença no embrião e evitar sua transferência ao útero.
A FIV (fertilização in vitro) consiste em 5 etapas principais. Conheça cada uma delas:
A estimulação ovariana é a primeira etapa de todas as técnicas. Um procedimento que utiliza medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, bolsas que armazenam o óvulo primário.
A cada ciclo menstrual, a mulher libera um óvulo. A estimulação ovariana é realizada para a coleta de um número maior de óvulos.
É feita com medicamentos hormonais. Durante o processo, o crescimento dos folículos ovarianos é controlado por ultrassonografias até atingirem cerca de 18 mm. Nesse momento, é aplicado o hormônio hCG para induzir o amadurecimento final e rompimento dos folículos, o que ocorre em aproximadamente 36 horas.
Os folículos maduros são aspirados individualmente por punção folicular, procedimento guiado por ultrassonografia que utiliza uma agulha fina e um aparelho de sucção, encaminhados para o laboratório para a coleta e seleção dos óvulos.
No mesmo dia, o homem também faz a coleta do sêmen. Esse processo pode ser feito por masturbação, por procedimento cirúrgico (em que os espermatozoides são retirados diretamente dos testículos ou dos epidídimos, dutos ligados aos testículos pelos quais os gametas passam durante o processo de maturação) ou doação de sêmen.
Após a coleta, a amostra passa pelo preparo seminal para que sejam usados na fecundação apenas os espermatozoides de melhor qualidade.
A fecundação na FIV é feita por injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). Os óvulos e os espermatozoides são colocados em meio de cultura e o embriologista injeta cada espermatozoide em cada óvulo, utilizando um micromanipulador de gametas.
Os embriões são cultivados em laboratório por 2 ou 3 dias, estágio de clivagem, quando apresenta poucas células, ou até 6 dias, estágio de blastocisto, em que já tem um número maior de células desenvolvidas.
Atualmente, o mais indicado é um cultivo em blastocisto, uma vez que as taxas de sucesso são maiores quando o embrião é transferido nesse estágios, principalmente devido a uma maior sincronização fisiológica, pois é nesse estágio que ocorre a implantação na gestação natural, reduzindo, assim, possíveis falhas.
Durante esse período eles podem ser avaliados pelo PGT para que apenas os mais saudáveis sejam transferidos.
A transferência dos embriões para o útero pode ocorrer em dois momentos: após 2 a 3 dias de cultivo ou após 5 a 6 dias. Nem todos os embriões sobrevivem até o sexto dia, principalmente quando a qualidade dos gametas é baixa por qualquer fator, por isso a decisão sobre qual é o momento certo para fazer a transferência é muito importante.
A quantidade de embriões que será transferida para o útero varia entre 2 e 4, de acordo com a idade da mulher. O procedimento é indolor e pode ser realizado na própria clínica de reprodução assistida.
A FIV tem a maior taxa de sucesso entre os métodos de reprodução assistida, em média 40%. Alguns fatores podem influenciar os percentuais, proporcionando uma variação acima ou abaixo da média, incluindo a idade da mulher e a qualidade dos gametas utilizados no procedimento.
A FIV é a técnica mais avançada de reprodução assistida. Ela é indicada como tratamento para diversos casos de infertilidade, sendo, muitas vezes, a única opção viável para que casais inférteis possam engravidar.
Deseja saber mais detalhes? Leia o nosso artigo completo sobre a FIV.
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