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A DIP (doença inflamatória pélvica) é uma condição que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Caracterizada por uma infecção nos órgãos reprodutivos femininos, a DIP pode ter diversas consequências, sendo uma delas a infertilidade.
É importante reconhecer os sintomas da DIP, buscar diagnóstico e tratamento adequados o mais cedo possível para evitar complicações. Ainda assim, nos casos mais complexos, em que a infertilidade é uma consequência concreta da DIP, a reprodução assistida oferece esperança e soluções para casais que desejam ter filhos.
Neste artigo, vamos explorar mais sobre a relação entre a DIP e a infertilidade, compreendendo suas causas, evolução, diagnóstico e tratamento, incluindo as possibilidades apresentadas pela reprodução assistida.
A DIP é uma condição que afeta os órgãos reprodutivos femininos e é geralmente causada pela ascensão de bactérias pelo trato genital. Essas bactérias podem atingir o útero, as tubas uterinas e os ovários, causando inflamação e infecção.
Por isso, as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) são as principais causas da DIP. Entre as bactérias mais comuns envolvidas estão a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae, responsáveis pela clamídia e gonorreia, respectivamente.
Transmitidas principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas, essas ISTs podem passar despercebidas, pois muitas vezes não apresentam sintomas óbvios iniciais, mas a evolução dessas infecções pode resultar no quadro maior de DIP.
Ainda assim, é importante destacar que nem todas as mulheres que contraem ISTs desenvolvem DIP, já que alguns aspectos podem ser determinantes para a progressão da doença, como a imunidade, a presença de outros fatores de risco e a prontidão em buscar tratamento adequado para as ISTs.
Em alguns casos, a DIP pode apresentar uma evolução favorável, especialmente quando diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada.
Isso porque, com o uso dos antibióticos apropriados, a infecção pode ser controlada e eliminada, evitando danos significativos aos órgãos reprodutivos. Nesses casos, os sintomas costumam diminuir na medida em que a inflamação é reduzida, e a mulher se recupera completamente, sem sequelas ou complicações futuras.
No entanto, em situações mais graves, a DIP pode evoluir de forma crônica ou recorrente. Isso significa que a infecção persiste por um longo tempo ou retorna após períodos de remissão. Essa condição prolongada de inflamação e infecção contínua é um dos principais fatores para complicações mais sérias e associadas à infertilidade.
A DIP é uma infecção que pode afetar destacadamente cada um dos órgãos reprodutivos femininos, acomodados na pelve: útero, tubas uterinas e ovários.
No início da infecção, a DIP pode se manifestar como endometrite, uma inflamação do endométrio, que é a camada de revestimento da cavidade uterina. A endometrite é caracterizada por sintomas como dor pélvica, corrimento vaginal anormal, febre e desconforto durante as relações sexuais.
Se a infecção atinge as tubas uterinas, a DIP pode estar associada à salpingite. As tubas têm um papel fundamental na reprodução, pois são responsáveis por capturar o óvulo liberado pelo ovário e sediar a fecundação (encontro desta célula com o espermatozoide).
A salpingite pode causar sintomas semelhantes aos da endometrite, além de dor abdominal intensa, sensibilidade ao toque na região pélvica e infertilidade – devido, principalmente, à obstrução das tubas, que dificulta a fecundação e o transporte do embrião para o útero.
Nos casos mais graves da DIP, a infecção pode progredir para a ooforite, que é a inflamação dos ovários – uma condição séria, que pode resultar em danos significativos inclusive à reserva ovariana.
Além dos sintomas comuns da DIP, a ooforite pode causar alterações na função ovariana, como a diminuição da produção e liberação de óvulos saudáveis, dificultando ainda mais a fertilidade.
É importante destacar que a DIP pode progredir ao longo do tempo e que nem todas as mulheres apresentam todos os estágios descritos: a gravidade e a sequência dos quadros podem variar de acordo com as especificidades de cada caso.
Diante da relação direta entre a DIP e a infertilidade, é fundamental frisar a importância da prevenção, que acontece principalmente com o uso de métodos contraceptivos de barreira (camisinhas feminina e masculina) e a realização regular dos exames ginecológicos de rotina.
O diagnóstico da DIP é essencial para identificar a infecção e iniciar o tratamento adequado. Para isso, são realizados exames clínicos e laboratoriais.
O exame pélvico é um dos principais métodos utilizados, ao examinar a região pélvica em busca de sinais de inflamação, como sensibilidade ao toque, dor ou desconforto. Além disso, são coletadas amostras cervicais para análise laboratorial, com objetivo de identificar a presença das bactérias mais comumente associadas à DIP.
Uma vez confirmado o diagnóstico de DIP, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível para evitar complicações e reduzir o risco de infertilidade.
O tratamento da DIP é baseado na administração de antibióticos para eliminar a infecção e anti-inflamatórios para os sintomas dolorosos. Considerando a origem da DIP, é comum que o parceiro sexual também seja tratado, para evitar novas infecções.
É importante ressaltar que, nos casos mais graves de DIP, a hospitalização pode ser necessária.
A reprodução assistida tem se mostrado uma opção eficaz para contornar os problemas reprodutivos causados pela DIP, especialmente com a FIV (fertilização in vitro), por permitir a fecundação e a gestação mesmo nos casos de obstruções tubárias, que são frequentemente uma consequência da infecção.
Isso porque, na FIV, a fertilização ocorre em laboratório: os óvulos são coletados por aspiração folicular, após a estimulação ovariana e indução da ovulação, e fertilizados com o esperma do parceiro. Após a fertilização, os embriões saudáveis resultantes são selecionados para serem transferidos diretamente para o útero, dispensando o papel das tubas.
A FIV é uma técnica indicada para os mais diversos casos de infertilidade.
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