38669
O hCG – ou gonadotrofina coriônica humana – é mais conhecido por seu papel nos testes de gravidez, que medem a concentração desse hormônio na urina da mulher. Se há gravidez, a mulher apresenta hCG na urina – mas se não há gravidez, não há qualquer resquício de hCG na urina.
Isso porque o hCG é um hormônio produzido exclusivamente pela interação de células específicas do embrião com o endométrio – camada de revestimento da cavidade uterina, onde a nidação acontece.
Ou seja, só existe hCG se existe interação entre o endométrio e o embrião – a gravidez propriamente dita.
Mas as funções do hCG não param por aqui. Quer entender melhor o que é este hormônio e quais são suas funções, além da participação nos exames de gravidez?
Então continue conosco e aproveite a leitura!
A gonadotrofina coriônica humana ou hCG é um hormônio estruturalmente semelhante às gonadotrofinas hipofisárias – FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) – com uma diferença fundamental: é produzida exclusivamente pelas células do sinciciotrofoblasto, que compõem o blastocisto.
Em cada ciclo menstrual, o FSH e o LH interagem com as células dos folículos ovarianos para a produção de hormônios: antes da ovulação, essa interação resulta na produção de estrogênios e no amadurecimento do folículo dominante, e após a ovulação, com a formação do corpo-lúteo, o LH induz essa estrutura a produzir progesterona.
A progesterona controla algumas funções na fertilidade: diminui a atividade dos estrogênios, tornando o endométrio estável e estratificado, com maior vascularização, e inibe a produção das gonadotrofinas hipofisárias, para evitar que novas gestações aconteçam.
Se não há fecundação, o corpo-lúteo regride e interrompe a produção de progesterona e estrogênio, finalizando o ciclo com a descamação do endométrio e a chegada de uma nova menstruação.
Quando a mulher engravida, o embrião forma-se nas tubas e segue para o útero, onde a gestação propriamente dita acontece.
Na nidação, que ocorre na primeira semana após a fecundação, o embrião busca o melhor local no endométrio para fixar-se e dar início à formação dos anexos embrionários, como a placenta.
As células do sinciciotrofoblasto são aquelas que abrem caminho no endométrio para a fixação do embrião na nidação, mas além disso são também as células que produzem o hCG.
Assim como o LH, uma das gonadotrofinas hipofisárias, também o hCG atua para a manutenção do corpo-lúteo, cuja principal função é produzir progesterona – um hormônio essencial para manter a estabilidade do endométrio nessas primeiras etapas da gravidez.
Após a segunda semana de gestação, as células do sinciciotrofoblasto unem-se a outros tipos celulares específicos (citotrofoblastos e a mesoderme) para formar o córion, que também produz hCG e é uma estrutura precursora da placenta.
Quando a placenta se forma, uma de suas principais funções é a produção de alguns hormônios – além de proteger o embrião e o feto e permitir trocas entre o corpo do bebê e da mãe –, entre eles o hCG.
Além do hCG, a placenta também produz outros hormônios essenciais não somente para a estabilidade do útero, mas para a formação de estruturas importantes do embrião e do feto, como:
O hCG é essencial para a manutenção da produção de progesterona e a estabilidade da gestação, especialmente no primeiro trimestre, mas como este hormônio é identificado na urina da mulher, nos testes de gravidez?
Isso acontece porque a molécula de hCG é, na realidade, formada por duas subunidades: α e β. No metabolismo do hCG, a subunidade β – ou β-hCG – circula na corrente sanguínea e é eliminada pela urina.
Por isso, tanto nos testes de gravidez que analisam a urina, como nos exames de sangue para identificar a gestação, a β-hCG é identificada por especificidade antigênica, com alta taxa de eficácia.
Além de seu papel na fertilidade natural, o hCG também é utilizado na reprodução assistida, em praticamente todas as técnicas – RSP (relação sexual programada), IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) – ao final da estimulação ovariana, especialmente por ser capaz de induzir a ovulação.
Nas técnicas de baixa complexidade (RSP e IA), a estimulação ovariana é leve e o hCG induz a ovulação para melhorar as chances de que a fecundação aconteça nas tubas após as relações sexuais programadas, no caso da RSP, e após a inseminação do sêmen, na IA.
Já na FIV, por ser uma técnica de alta complexidade, a fecundação é reproduzida em laboratório e não nas tubas uterinas, como a RSP e a IA. No entanto, para isso, é necessário que a estimulação ovariana seja mais intensa, induzindo o crescimento de mais de um folículo dominante para que seja possível fazer mais de uma fertilização.
A coleta de óvulos é feita ao final da estimulação ovariana, quando o monitoramento da ovulação indica que os folículos estão prontos. Nesse momento, a mulher recebe uma dose única de hCG, para induzir a ovulação antes da coleta.
Toque neste link e entenda melhor o que é a FIV e sua importância na reprodução assistida hoje.
Compartilhe:
Último Post: