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O útero é formado por três camadas: endométrio (interna), miométrio (intermediária) e
perimétrio (externa), que é uma camada serosa. Cada camada tem uma função tanto no ciclo
menstrual como na gestação. No entanto, doenças como mioma podem prejudicar o
funcionamento adequado do útero.
O endométrio é a camada em que o embrião se implanta para iniciar a gestação. O miométrio é
responsável pelas contrações uterinas e o perimétrio envolve o útero, dando-lhe sustentação na
cavidade pélvica. Doenças que o afetam, portanto, podem levar à infertilidade.
O mioma é, muitas vezes, assintomático, o que pode dificultar o diagnóstico. Esse quadro pode
ser consequência de diferentes fatores, e seu diagnóstico é importante para a indicação do
tratamento mais adequado.
Leia o texto até o final para saber mais sobre miomas. Nele abordamos os tipos, diagnóstico e
tratamento da doença. Boa leitura!
Dá-se o nome de mioma aos tumores benignos que se desenvolvem a partir da multiplicação
desordenada de células do miométrio. Ele pode ocupar outras camadas e partes do útero e,
dependendo de sua localização, aumenta os riscos de infertilidade.
Os miomas são tumores benignos, cuja classificação é feita de acordo com o local em que estão.
Há três tipos principais de mioma: subseroso, submucoso e intramural. Qualquer um deles
surge no miométrio, mas podem crescer em direção ao interior ou ao exterior do útero.
Os miomas submucosos são assim chamados por crescerem em direção ao endométrio, que é
uma mucosa. Esse mioma pode pressionar o endométrio e ocupar parte da cavidade uterina e
são os que oferecem mais risco de infertilidade. Os intramurais crescem no próprio miométrio.
Já os subserosos crescem pressionando o perimétrio (camada serosa) e, por terem mais espaço
para se desenvolver, podem pressionar os órgãos próximos.
Estima-se que de 20% a 40% das mulheres em idade reprodutiva tenham miomas, que por
serem dependentes de hormônio tendem a regredir quando se atinge a menopausa devido à
redução dos níveis hormonais. Eles têm a tendência de regredir também durante a gestação.
Embora sejam geralmente assintomáticos, principalmente em estágios iniciais de
desenvolvimento, em tamanhos ou quantidade maiores podem provocar diferentes sintomas, e
esses sintomas podem comprometer a qualidade de vida.
De forma geral, associa-se a doença à infertilidade. Isso pode, sim, acontecer, mas não em
todos os casos. A dificuldade de engravidar está mais relacionada ao mioma submucoso, que,
por crescer próximo ao endométrio, pode comprometer a implantação do embrião ou reduzir o
espaço de desenvolvimento do feto.
O mioma intramural, em tamanhos maiores, também pode dificultar o desenvolvimento da
gravidez, pois tendem a causar distorções na anatomia uterina, mas o risco de infertilidade
nesses casos é menor.
Além da infertilidade, aumento do fluxo menstrual e sangramento entre os períodos estão entre
os sintomas provocados por miomas.
Os miomas subserosos, por outro lado, podem levar a uma alteração no funcionamento de
órgãos próximos, como é o caso da bexiga e do intestino, podendo causar micção frequente e
urgente ou constipação, por exemplo.
A presença de sintomas aumenta as chances de um diagnóstico precoce, pois geralmente levam
a paciente a procurar um médico. No entanto, como a maioria das mulheres com miomas não
apresenta sintomas, o diagnóstico geralmente acontece durante os exames de rotina e nem
sempre são uma preocupação.
Os exames ginecológicos de rotina podem ser eficientes para detectar os miomas e, dessa
forma, é essencial que mulheres em idade reprodutiva consultem regularmente um
ginecologista. Isso possibilita a detecção de possíveis irregularidades uterinas.
A suspeita de miomas pode ser confirmada por exames de imagem como a ultrassonografia
transvaginal, a histerossonografia (uma variação com a utilização de soro fisiológico para
expandir o útero e facilitar a visualização), a histerossalpingografia e a histeroscopia
ambulatorial, que possibilitam a avaliação da cavidade uterina.
O tratamento dos miomas varia de acordo com os resultados diagnósticos e com os planos da
paciente. Em alguns casos, quando a mulher não apresenta sintomas, pode-se realizar apenas
um acompanhamento ginecológico a fim de ir verificando o desenvolvimento da doença.
Medicamentos hormonais podem ser usados para inibir a ação do estrogênio, o que leva a uma
regressão dos miomas e alívio dos sintomas. Porém, quando o tratamento é descontinuado, os
miomas tendem a crescer novamente.
Por isso, para mulheres que têm o desejo de engravidar ou quando os sintomas são mais severos
e comprometem a qualidade de vida, geralmente é indicada a remoção cirúrgica. O procedimento
é chamado miomectomia e é realizado na maioria das vezes por histeroscopia cirúrgica, método
de preferência para remoção dos miomas submucosos.
Em alguns casos, quando atingem maiores dimensões, a videolaparoscopia também pode ser
uma opção. Ambas as técnicas são minimamente invasivas. Mais raramente, pode ser ainda
necessária a remoção total ou parcial do útero, procedimento chamado histerectomia.
Quase sempre o tratamento de miomas restaura a capacidade reprodutiva da mulher. Porém,
se ainda existirem dificuldades, a fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução
assistida, pode ser indicada. No entanto, antes dessa indicação o casal precisa passar por uma
investigação detalhada de sua saúde reprodutiva.
Os miomas são tumores benignos que ocorrem no útero e podem levar à infertilidade em alguns
casos. Para mais informações sobre a doença, toque aqui!
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