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A infecção pélvica ou doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção causada pela ascensão de bactérias do canal vaginal para os órgãos reprodutores superiores femininos: útero, ovários e tubas uterinas.
A principal causa da doença é a complicação de alguma IST (infecção sexualmente transmissível), como clamídia e gonorreia. Se não forem tratadas a tempo, as bactérias causadoras dessas doenças, que inicialmente ficam no canal vaginal, se proliferam e entram nos órgãos internos, provocando a infecção pélvica.
Por esse motivo, a DIP pode causar infertilidade. Neste artigo, explicarei como ela surge, quais são seus sintomas e tratamentos. Acompanhe!
A infecção pélvica se manifesta, principalmente, após a contaminação por contato sexual desprotegido com parceiro infectado com agentes que podem desencadear a DIP, caso a IST não seja tratada, como Neisseria gonorrhoea, Chlamidya trachomatis, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum. Portanto, uma forma de prevenção da doença é o uso de preservativo.
Após o contato sexual, as bactérias ficam no canal vaginal, que tem uma proteção contra invasão de microrganismos nocivos ao organismo. Caso a doença não seja tratada, essas bactérias se multiplicam e começam a entrar pelo colo do útero em direção dos órgãos da pelve, como o próprio útero, as tubas uterinas e os ovários.
Dessa forma, a DIP surge mediante a ação bacteriana que causa infecção nesses órgãos. A inflamação causada na pelve pode danificar as tubas e, com isso, afetar a fertilidade da mulher. As alterações tubárias aumentam também o risco de uma gravidez ectópica, quando a gestação acontece fora do útero e pode gerar graves consequências à mulher.
A DIP pode se manifestar de diversas formas, inclusive sem sintomas. Com isso, algumas mulheres têm a doença e não sabem. Assim, é muito importante procurar um médico e fazer exames para ter certeza de que a causa da infertilidade é mesmo a infecção pélvica.
Os principais sintomas são:
Esses sintomas podem aparecer de forma branda e depois sumirem, mas ainda assim inflamação pode deixar sequelas. Outras vezes, os sintomas podem evoluir rapidamente e levar a uma inflamação aguda, com necessidade de tratamento medicamentoso e até cirúrgico, em alguns casos em que há formação de abscessos na pelve. Caso esteja sentindo alguns desses sintomas, procure um médico. É importante investigar a doença.
O diagnóstico pode ser dado depois do exame físico ginecológico, associado a exames laboratoriais e de imagem, como ultrassom e ressonância da pelve.
Caso a doença seja detectada no início, o tratamento pode ser feito com antibióticos. No entanto, em casos mais agudos da infecção, pode ser necessária a internação da mulher para a administração de antibióticos endovenosos e monitoramento da infecção.
Também pode ser necessária a intervenção cirúrgica para a retirada de abscessos e tratamento direto das tubas uterinas. Nos casos mais graves, pode haver a necessidade de retirar as tubas, o que torna a mulher infértil.
Caso necessite de cirurgia, laparoscopia é a melhor via para tratar casos agudos que não melhoram apenas com medicamentos. Em casos em que houve evolução crônica, com formação de sequelas, a laparoscopia também pode ajudar a liberar aderências e tratar as tubas, em algumas situações.
Durante o tratamento, é importante ficar em repouso e manter abstinência sexual.
A mulher deve ser avaliada novamente depois de alguns dias do início da medicação para que se verifique se o tratamento feito foi bem-sucedido.
O parceiro deve ser tratado também, mesmo que não apresente sintomas, a fim de evitar a recontaminação da paciente que está em tratamento.
A DIP, em graus avançados, pode causar infertilidade feminina. Se houver esse comprometimento e a mulher desejar ter filho, a alternativa é a reprodução assistida, especificamente a fertilização in vitro (FIV), que realiza todo o processo de fertilização em laboratório, eliminando a necessidade da presença das tubas uterinas, nas quais ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
Caso queira engravidar e não esteja conseguindo, pode ser que você apresente infecção pélvica. Por isso, é essencial consultar regularmente um ginecologista, mesmo que não apresente nenhum sintoma. Ao fazer exames ginecológicos, a chance do diagnóstico da infecção ainda no início é maior, facilitando o tratamento da doença.
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