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O espermatozoide é a célula reprodutiva masculina responsável por fertilizar o óvulo e iniciar o processo de formação de um embrião. Ele é produzido nos testículos e, ao ser ejaculado, mistura-se com outras substâncias para formar o sêmen.
O sêmen, por sua vez, é uma mistura de espermatozoides e fluidos produzidos pelas glândulas sexuais masculinas. Ele é expelido durante a ejaculação e serve como meio de transporte para os espermatozoides.
A fertilidade masculina está diretamente relacionada à produção, qualidade e quantidade de espermatozoides presentes no sêmen. Quando algum desses fatores está comprometido, o casal pode receber o diagnóstico de infertilidade masculina.
Uma das possíveis causas da infertilidade masculina é a fragmentação do DNA espermático. Isso ocorre quando o DNA dos espermatozoides é danificado, comprometendo a capacidade de fertilização. Essa fragmentação pode ser causada por diversos fatores, como radiação, estresse oxidativo e inflamação.
Para entender melhor a fragmentação do DNA espermático e como ela pode afetar a fertilidade masculina, continue a leitura deste artigo. Saiba como é feito o diagnóstico, quais são os tratamentos disponíveis e como prevenir esse problema. Não perca!
Após a puberdade, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos masculinos.
Durante a espermatogênese, as células germinativas sofrem uma série de divisões celulares que resultam na formação dos espermatozoides. É nesse processo que o DNA dos espermatozoides é formado, por meio de uma divisão celular conhecida como meiose, que ocorre somente em células germinativas.
O resultado da meiose sempre são células filhas com metade do número de cromossomos das células-mãe – o que, no caso dos espermatozoides, significa que o DNA espermático tem metade do número de cromossomos do indivíduo, ou seja, 23 cromossomos, sendo um representante de cada par.
Após a formação do DNA, os espermatozoides ainda precisam adquirir motilidade, o que ocorre nos epidídimos – um sistema de túbulos localizado na parte posterior dos testículos. Finalmente, os espermatozoides são transportados pelos ductos deferentes, onde se misturam com os fluidos produzidos pelas glândulas sexuais masculinas para formar o sêmen.
O sêmen é ejaculado durante o ato sexual e a masturbação e serve como meio de transporte e proteção para os espermatozoides chegarem ao óvulo e iniciarem o processo de fertilização.
A fragmentação do DNA espermático é definida pela quebra das fitas de DNA que compõem o material genético do espermatozoide – e pode ocorrer em diferentes regiões do DNA, oferecendo riscos à integridade genética do espermatozoide.
Diferentes fatores podem levar à fragmentação do DNA espermático, como lesões, infecções, exposição a substâncias tóxicas, estresse oxidativo, idade avançada e disfunção testicular.
Esses fatores normalmente estão associados a uma produção inadequada de enzimas antioxidantes, que protegem o DNA espermático, aumentando a taxa de fragmentação do DNA espermático.
Problemas estruturais no esperma, como varicocele (dilatação das veias testiculares), criptorquidia (não descida dos testículos para a bolsa escrotal), obstrução do ducto ejaculatório e deficiência de vitamina E também podem estar associados ao aumento na taxa de fragmentação do DNA espermático.
A fragmentação do DNA espermático é um problema que pode ter um impacto significativo na fertilidade masculina, uma vez que o DNA danificado pode levar a problemas na fertilização e na formação do embrião.
Além disso, a fragmentação do DNA espermático também pode estar associada a uma série de doenças, incluindo varicocele, infecções genitais e exposição a agentes tóxicos e estresse oxidativo anormal.
Embora o espermograma seja o exame padrão para avaliar a qualidade do esperma, ele não consegue identificar o aumento na fragmentação do DNA espermático – identificado por exames específicos, como o teste de fragmentação do DNA espermático.
Este exame laboratorial é um teste não invasivo em que o sêmen é coletado por masturbação e, em seguida, são realizadas diversas etapas de preparação das amostras para que seja possível avaliar a integridade do DNA dos espermatozoides.
Após a preparação das amostras, geralmente se realiza uma citometria de fluxo, que permite a análise individual de cada espermatozoide em relação à integridade de seu DNA. Os espermatozoides são classificados em diferentes grupos, dependendo do grau de fragmentação do DNA espermático.
O resultado é expresso em porcentagem de células reprodutivas com fragmentação do DNA espermático em relação a um determinado valor de corte: valores acima de 30% são considerados elevados e indicam um risco aumentado de infertilidade masculina.

A alta taxa de fragmentação do DNA espermático tem sido relacionada à infertilidade masculina, como comentamos, principalmente porque a elevada taxa de fragmentação pode causar a formação de embriões de baixa qualidade, levando a falhas na implantação e abortos espontâneos.
Diante da infertilidade causada pela alta fragmentação do DNA espermático, a reprodução assistida tem se mostrado uma opção eficaz, especialmente a FIV (fertilização in vitro) – um dos principais tratamentos disponíveis para casais que enfrentam dificuldades para conceber naturalmente.
No entanto, é importante ressaltar que a qualidade seminal é fundamental para o sucesso do tratamento e, nesse sentido, é preciso um preparo seminal adequado para minimizar as consequências da alta fragmentação do DNA espermático.
Além disso, as técnicas de recuperação espermática podem ser utilizadas, permitindo a obtenção de espermatozoides para uso em tratamentos de reprodução assistida, mesmo em situações em que a produção seminal é limitada.
Leia mais sobre o teste de função espermática neste link para entender como diagnosticar a fragmentação do DNA espermático.
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