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O desenvolvimento da reprodução assistida demonstra um avanço da ciência e da tecnologia que revolucionou o tratamento da infertilidade humana. A relação entre as diferentes técnicas e suas formas de realizá-las, como a FIV e ICSI, ilustra a evolução desse conhecimento que possibilitou a gestação de casais inférteis.
A experiência da infertilidade pode, por vezes, ser vivenciada com um dano que tem impacto emocional no bem-estar do casal. Dentre os tratamentos feitos com mais frequência, a fertilização in vitro (FIV) se destaca devido ao seu alto grau de eficiência para obtenção de uma gravidez.
A FIV mudou a forma como casos de infertilidade são tratados e a ICSI aumentou ainda mais as taxas de sucesso do tratamento. Para entender qual a relação entre FIV e ICSI continue a leitura até o final!
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida desenvolvida na década de 1970. Em 1978 nasceu o primeiro bebê com a sua utilização na Inglaterra, uma menina de nome Louise Brown. Já o primeiro bebê brasileiro nasceu no ano de 1984, seis anos após, data que se tornou um marco na história da reprodução assistida no país.
Hoje, a FIV é a técnica que apresenta as maiores taxas de sucesso dentre as demais opções de reprodução assistida. Por meio dela é possível reproduzir o processo natural pelo qual o organismo feminino e masculino passam etapa por etapa até culminar na gravidez e realizar o acompanhamento de cada fase pré gestação.
A primeiro etapa do tratamento é a estimulação ovariana, procedimento realizado para induzir o desenvolvimento de mais do que um folículo, que contém o óvulo imaturo, em um mesmo ciclo menstrual. No processo natural, ainda que vários sejam recrutados, apenas um se desenvolve e amadurece o suficiente, rompendo e liberando o óvulo para fecundação.
Os folículos maduros são então coletados, ao mesmo tempo em que ocorre a coleta do sêmen e para seleção dos melhores espermatozoides.
Esses gametas são selecionados em laboratório para a fecundação. Os embriões obtidos se desenvolvem também em laboratório durante a etapa de cultivo embrionário. Assim, é possível acompanhar esse processo e determinar os de melhor qualidade para serem transferidos ao útero materno.
Até a década de 1990 a fecundação no contexto da FIV era realizada apenas pelo modo clássico, em que óvulos e espermatozoides são colocados juntos em uma placa de cultura para que aconteça naturalmente, simulando o processo que ocorreria no organismo feminino.
Ainda que esse método tenha permitido contornar diferentes problemas de infertilidade feminina, sua eficiência se tornava menor quando existiam fatores de infertilidade masculina de maior gravidade, o que foi solucionado com o desenvolvimento da ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) em 1992.
Na fecundação com a utilização da ICSI, como o nome da técnica sugere, cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo facilitando o processo, o que aumentou as chances de sucesso.
Além disso, apesar de os gametas masculinos serem previamente selecionados pelo preparo seminal, técnica que os capacita por diferentes métodos, a ICSI possibilita, ainda, a avaliação individual de cada um, em movimento, confirmando dessa forma sua saúde antes de a fecundação ser realizada.
Isso significa gerar embriões de alta qualidade e, como consequência, aumentar as chances de implantação embrionária, fundamental para a gravidez ser bem-sucedida.
A relação entre FIV e ICSI foi inicialmente idealizada como forma de tratar especificamente casos de infertilidade por fator masculino mais graves, como alterações na forma ou movimento dos espermatozoides, baixa concentração ou ausência dos gametas no sêmen ejaculado, condições respectivamente denominadas oligozoospermia e azoospermia.
Posteriormente, a técnica passou a ser indicada também para casais com sucessivas falhas em tratamentos de reprodução assistida. No entanto, atualmente, devido às suas altas taxas de sucesso, a ICSI tem sido a forma de fecundação mais realizada no contexto da FIV no mundo todo.
As taxas do sucesso da FIV e ICSI são as melhores dentre todas as técnicas de reprodução assistida. Os percentuais registrados são, em média 40 % por ciclo de tratamento, enquanto nas técnicas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP)e inseminação artificial (IA), em que a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas, acompanham as da gestação natural: 20% por ciclo.
A FIV e ICSI são uma revolução no tratamento da infertilidade, possibilitando que casais inférteis possam atingir a maternidade ou paternidade.
Hoje, a FIV conta ainda com técnicas complementares que possibilitaram a solução de diversos problemas, além de ter se tornado também um recurso importante para que casais homoafetivos e pessoas solteiras possam realizar o sonho de ter filhos biológicos, independentemente de problemas de fertilidade.
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