Endometriose profunda: o que é e quais são os sintomas?

A endometriose profunda é uma das manifestações da endometriose, uma das principais causas de infertilidade feminina. Apesar de ser menos frequente do que a endometriose superficial e a ovariana, os seus sintomas podem causar perda de produtividade e problemas na qualidade de vida da mulher. Consequentemente, também pode provocar impactos nos seus relacionamentos e na saúde mental.

A endometriose é definida pela presença de tecido endometrial (que compõe a camada interna uterina) em outros órgãos do corpo da mulher. Por ser estrogênio-dependente, os focos da doença reagem de acordo com a ação do hormônio, provocando um processo inflamatório na região. Com o tempo, a endometriose pode progredir e dificultar a gravidez.

A endometriose pode se manifestar de diferentes formas, por isso mostraremos o que é a endometriose profunda e quais são os sintomas mais característicos dessa doença.

Boa leitura!

Qual é a classificação morfológica da endometriose?

A endometriose atinge milhares de mulheres ao redor do mundo, por isso diversos estudos são realizados para entender como ela pode afetar a saúde feminina. De acordo com os seus aspectos morfológicos, ela é dividida em 3 categorias. São elas: a endometriose superficial, a endometriose ovariana (endometriomas) e a endometriose profunda.

Uma das diferenças entre elas é a profundidade das lesões, porém existe relação entre os tipos. Em muitos casos, a paciente apresenta lesões superficiais e profundas ao mesmo tempo.

Além disso, estudos apontam que a endometriose ovariana (também conhecida como endometrioma) está relacionada à endometriose profunda. Ou seja, é comum entre pacientes que apresentam cistos ovarianos também terem lesões de endometriose profunda.

O que é endometriose profunda?

A principal característica da endometriose profunda é a presença de lesões profundas no ou nos órgãos em que está presente, tornando-a o tipo mais grave da doença. Antes, havia uma determinação de que esses focos tinham que ter mais do que 5 mm para que a endometriose fosse classificada como profunda, mas hoje não há mais essa orientação.

Ela pode ser encontrada no peritônio, intestino, bexiga, reto e nos órgãos do sistema reprodutor. As lesões, em geral, têm a forma de nódulos e são ricas em tecido fibroso, característica que dá um aspecto de cicatriz no local.

A presença dos sintomas característicos da endometriose (que veremos a seguir) e o resultado do exame de toque vaginal realizado no consultório pelo ginecologista levantam as suspeitas da doença. O diagnóstico é confirmado com a realização de exames, em especial a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve.

Quais são os sintomas da endometriose?

A endometriose é uma doença difícil de diagnosticar. Em média, existe um intervalo de 7 anos entre o surgimento dos primeiros sintomas até a confirmação do diagnóstico. Um dos fatores que ajudam a explicar essa realidade é a semelhança dos sintomas da endometriose com outras doenças.

Os problemas intestinais característicos da endometriose profunda intestinal, por exemplo, podem ser confundidos com os sintomas da síndrome do intestino irritável (SII). Assim, ao procurar ajuda médica, a paciente pode receber o tratamento apenas da SII, sem considerar a relação da doença com a endometriose.

A intensidade dos sintomas da endometriose pode variar de acordo com a paciente, e a sua manifestação também depende da região atingida pela doença. Apesar de a maioria dos casos apresentarem sintomas, existem casos assintomáticos.

A seguir, confira a lista dos principais sintomas da endometriose:

• Cólicas menstruais (em alguns casos, as dores podem ser incapacitantes);
• Dor durante a relação sexual;
• Dor pélvica durante a menstruação;
• Alterações intestinais (dificuldade para evacuar, diarreia, constipação);
• Alterações urinárias (desconforto ou dor para urinar e aumento da frequência urinária);
• Infertilidade.

Qual é a relação entre a endometriose profunda e a infertilidade?

A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina, porém não significa que toda paciente diagnosticada com a doença tem dificuldade para engravidar. Cada caso deve ser tratado individualmente.

A infertilidade está relacionada com a gravidade da doença e a presença de aderências e distorções anatômicas nos órgãos da região pélvica. Desse modo, ela pode dificultar a ovulação, a fecundação e a implantação do embrião no útero.

Dependendo de alguns fatores, a reprodução assistida é indicada. Entre as técnicas disponíveis, a fertilização in vitro (FIV) é a mais recomendada para pacientes com endometriose profunda.

Ela é classificada como de alta complexidade e oferece uma alta taxa de sucesso. A fecundação na FIV é realizada em laboratório, após a coleta dos gametas do casal. Para isso, os espermatozoides são inseridos individualmente nos óvulos da paciente por meio da técnica ICSI. Os embriões formados são observados por alguns dias e o embrião ou os embriões de maior qualidade são transferidos para o útero materno.

Neste texto, apresentamos uma visão mais detalhada sobre a endometriose profunda. Para saber mais sobre os outros tipos da doença, confira a nossa página sobre endometriose!