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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

DIP: saiba mais sobre os sintomas

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A doença inflamatória pélvica, também denominada pela sigla DIP, é uma patologia feminina
caracterizada por infecção concomitante em vários órgãos do trato reprodutivo. A mulher que
desenvolve essa síndrome clínica tem sério risco de ficar infértil.

O termo “doença inflamatória pélvica” refere-se justamente aos múltiplos processos de
inflamação na pelve. A doença pode afetar a cérvice (colo do útero), o peritônio pélvico
(membrana que recobre os órgãos), o endométrio (camada interna do útero), as tubas uterinas
e os ovários. Respectivamente, desenvolvem-se quadros de cervicite, peritonite, endometrite,
salpingite e ooforite.

Na falta do tratamento correto, a DIP pode acarretar condições crônicas e deixar sequelas nos
órgãos reprodutores, os quais estão associados à infertilidade. Em casos de máxima gravidade,
há ainda riscos de acometimento hepático e sepse (infecção generalizada).
Diante das possíveis consequências, é de suma importância saber identificar os sintomas de
DIP para realizar o diagnóstico e o tratamento o quanto antes. Continue a leitura para saber
quais são esses sintomas!

Quais são as causas da DIP?

 

A DIP é decorrente da ação de agentes infecciosos que migram do trato genital inferior (vagina
e cérvice) para o trato reprodutivo superior (útero, tubas uterinas e ovários). Os patógenos se
espalham por via canalicular.

A natureza dos patógenos que causam a DIP preceitua a realização de exames para o rastreio
de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), visto que abrangem a maior parte das
inflamações pélvicas.

Os principais agentes infecciosos envolvidos são Chlamydia trachomatis e Neisseria
gonorrhoeae, causadores de clamídia e gonorreia — eventualmente, micoplasmas, triconomas e
vírus também causam a DIP.

Outros tipos de bactérias que habitam a microbiota vaginal podem ainda provocar inflamação
pélvica quando ascendem para os órgãos superiores, o que acontece a partir de procedimentos
médicos, como: curetagem pós-aborto, colocação de dispositivo intrauterino (DIU), biópsia
endometrial e cirurgias uterinas em geral.

A prevalência da DIP é incerta. Alguns estudos indicam que cerca de 25% das mulheres em
idade fértil e com vida sexual ativa podem ter a doença; outros afirmam que 20% das pacientes
diagnosticadas com infecção por clamídia apresentam evolução para DIP.

Contudo, a quantidade de casos na forma subclínica ou oligossintomática (com sintomas vagos)
aumenta a falta de diagnóstico e a subestimação da doença, afetando a prevalência real da DIP.

 

Quais sintomas a DIP provoca?

A DIP tem uma variedade de apresentações clínicas. Os sintomas nem sempre são específicos,
uma vez que também fazem parte da sintomatologia de outras doenças ginecológicas.
De modo geral, os sintomas de DIP reúnem:

• dor na região inferior do abdômen;
• secreção vaginal purulenta;
• dor no fundo da vagina na relação sexual (dispareunia de profundidade), que aumenta
com a movimentação peniana;
• dor durante o exame de toque, na consulta ginecológica;
• sangramento anormal;
• febre e outros sintomas típicos de infecção, como náuseas, calafrios e mal-estar.

Os sintomas agudos de DIP duram até duas semanas. Quando a avaliação diagnóstica e o
tratamento são feitos durante esse período, os resultados são efetivos. Entretanto, se a mulher
não manifestar, ou ignorar os sintomas, e não buscar intervenção médica, a doença pode deixar
sequelas nos órgãos reprodutores.
Portanto, saber identificar os sintomas de DIP é fundamental para o diagnóstico precoce.
Ademais, mesmo que não sejam manifestações de DIP, tais sintomas indicam que pode existir
alguma afecção no trato genital necessitando de atenção.
O diagnóstico de DIP é feito a partir da avaliação clínica. Os critérios mínimos incluem a presença
de dor abdominal baixa, dor à mobilização do colo do útero e dor anexial (nos anexos uterinos,
ao lado do órgão) — pelo menos um desses sintomas. Análises de sangue e da secreção cervical
também são necessárias, assim como exames de imagem

 

Por que a DIP causa infertilidade?

 

Podemos falar sobre a infertilidade como um dos sintomas de DIP — na verdade, uma
consequência. As disfunções reprodutivas resultantes dessa doença são várias, mas as principais
são endometrite e salpingite.

A endometrite é caracterizada por um processo inflamatório no endométrio que, como vimos no
início do post, é a camada interna do útero. É no tecido endometrial que o óvulo fecundado se
implanta para dar início à gravidez. No entanto, a inflamação uterina, causada pela DIP, reduz
a receptividade endometrial, levando a falhas de implantação embrionária.

Salpingite é a inflamação das tubas uterinas que, se tiver complicação, resulta em hidrossalpinge
— dilatação da tuba devido a um acúmulo de líquido. Isso prejudica a patência tubária,
interferindo, por conseguinte, na movimentação dos espermatozoides e no transporte do óvulo
fecundado para o útero.

 

Qual é o papel da reprodução assistida nos casos de DIP?

A DIP requer tratamento com antibióticos para anular a ação dos agentes patogênicos, bem
como medicamentos para reduzir a presença de substâncias pró-inflamatórias na região pélvica.
Mulheres com histórico de DIP que seguem enfrentando dificuldades para engravidar podem
aumentar suas chances de ter filhos com as técnicas de reprodução assistida. A fertilização in
vitro (FIV) é a mais indicada nesses casos, pois geralmente há comprometimento uterino e
obstrução tubária.

Quer saber mais sobre as doenças femininas que dificultam a gravidez? Leia nosso texto sobre
infertilidade feminina!

 

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