Blastocisto e FIV: qual é a relação?

O processo de desenvolvimento do embrião passa por várias fases, entre elas o blastocisto. Esse estágio é muito importante porque marca o momento ideal para o embrião se fixar no útero. A presença de problemas nessa etapa de implantação embrionária dificulta a gravidez, podendo causar infertilidade.

Em uma gestação natural, o embrião formado nas tubas uterinas chega ao útero na fase de blastocisto, que ocorre 5 dias após a fecundação. Em seguida, ocorre a nidação, o processo de implantação/fixação do embrião no endométrio que dá início à gravidez. Na fertilização in vitro (FIV), o estágio de blastocisto também acontece, mas de forma um pouco diferente.

Continue a leitura para descobrir a relação entre a FIV e o blastocisto. Vamos lá?

O que é FIV?

A FIV é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade. Ao contrário da relação sexual programada (RSP) e da inseminação artificial (IA), em que a fecundação acontece dentro do corpo da mulher, a maior parte da FIV é realizada em laboratório.

Ela é indicada para diversas causas de infertilidade conjugal (tanto por fatores femininos, quanto masculinos), mulheres com mais de 35 anos e casos de infertilidade sem causa aparente (ISCA). E ainda, para casais homoafetivos e após tentativas frustradas com técnicas de baixa complexidade.

Além de ser o método mais moderno disponível atualmente, o uso de técnicas complementares é um dos seus maiores diferenciais. Elas são utilizadas quando a FIV por si só não é suficiente para o casal engravidar. A doação de gametas, a criopreservação e o teste genético pré-implantacional (PGT) são alguns exemplos que aumentam as chances de sucesso da técnica.

O blastocisto é um estágio do embrião que ocorre em uma das etapas da FIV. A seguir, mostraremos essa relação com mais detalhes.

Qual é a relação entre a FIV e o blastocisto?

A FIV é dividida em 5 etapas. São elas: a estimulação ovariana e indução da ovulação, a punção dos óvulos e preparo seminal, a fecundação, o cultivo embrionário e a transferência embrionária. Antes de chegar à fase de blastocisto, várias etapas precisam acontecer, como vamos apresentar a seguir.

Ela começa com a estimulação ovariana e a indução da ovulação. Durante 10 a 12 dias, a paciente recebe medicação hormonal para estimular o crescimento do maior número possível de folículos ovarianos. Os óvulos se desenvolvem dentro dessas estruturas, por isso, quanto mais folículos se desenvolverem, mais chances de a FIV ser bem-sucedida.

Quando atingem o tamanho adequado, outro medicamento hormonal é administrado para finalizar o amadurecimento dos folículos e induzir a ovulação. Cerca de 35 horas depois, a punção dos óvulos é feita para coletar os folículos para que os gametas femininos sejam separados no laboratório.

No mesmo dia, o parceiro faz a coleta do sêmen, em geral por masturbação. Os espermatozoides passam por um preparo seminal para capacitar os gametas e utilizar na próxima etapa apenas os de maior qualidade.

Com os gametas femininos e masculinos coletados, a fecundação é realizada em laboratório por meio da técnica ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide). Nela, o espermatozoide é inserido diretamente no óvulo, processo que também aumenta as chances de sucesso da FIV.

Da fecundação à formação do blastocisto

Com o encontro entre os gametas, o óvulo fecundado dá origem ao zigoto. A partir desse momento, as divisões celulares (que são chamadas de clivagem) se iniciam e o embrião começa a se desenvolver.

As sucessivas clivagens aumentam o número de células do embrião e, no 5º dia após a fecundação, ele atinge o estágio de blastocisto. As suas células internas formam os tecidos e os órgãos do corpo humano, enquanto as externas do blastocisto dão origem à placenta.

Na etapa de desenvolvimento embrionário, eles são avaliados pelos médicos para que os embriões mais viáveis sejam transferidos para o útero da paciente. A transferência pode ocorrer no terceiro dia (D3) ou no quinto dia (blastocisto) e a decisão deve ser tomada de acordo com cada caso. Por fim, os embriões são transferidos para o útero da paciente, e a nidação acontece.

O estágio de blastocisto também é importante para a realização de testes genéticos, como o PGT (teste genético pré-implantacional). Ele é indicado quando há um histórico de doenças genéticas na família.

Os embriões que apresentarem alterações são descartados, reduzindo o risco de transmissão de doenças genéticas e cromossômicas ao descendente.

Quando o PGT é feito, todos os embriões precisam ser congelados para que possam ser transferidos apenas no ciclo seguinte, já que os resultados do PGT geralmente demoram alguns dias.

Qual é a taxa de sucesso da FIV?

A FIV tem uma taxa de sucesso entre 40% e 60% por ciclo, tornando-a a técnica de reprodução assistida mais bem-sucedida. Vários fatores influenciam esse índice, como a qualidade dos embriões, a idade da mulher, a receptividade endometrial, entre outros. Portanto, cada caso deve ser avaliado individualmente.

A transferência embrionária no estágio de blastocisto está associada a uma maior taxa de gestação, pois os embriões que chegam a essa fase passam por um tempo maior de desenvolvimento. Assim, é possível fazer uma análise mais criteriosa para escolher quais embriões serão transferidos.

Porém, também existem vantagens em transferi-los antes dessa fase, principalmente quando o número de embriões formados é baixo. O momento ideal depende de cada caso, e essa decisão é tomada considerando diversos fatores.

Na gestação natural, o embrião chega ao útero para se fixar no endométrio na fase de blastocisto, que ocorre cerca de 5 dias após a fecundação. Com a FIV, o processo inicial de desenvolvimento embrionário acontece no laboratório, onde eles atingem o estágio de blastocisto. Em geral, a transferência dos embriões para o útero da paciente acontece nessa fase.

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