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A medicina reprodutiva vem se desenvolvendo intensamente e, atualmente, conta com uma série de procedimentos avançados para atender às mais diferentes demandas reprodutivas. Entre as técnicas mais complexas, destaca-se a FIV (fertilização in vitro), em que a fecundação é reproduzida fora do corpo da mulher.
Essa peculiaridade da FIV abre espaço para exames mais refinados, como o PGT (teste genético pré-implantacional), que utiliza a biópsia do embrião para avaliar o material genético dos embriões antes da transferência para o útero.
A biópsia do embrião é essencial para o PGT e só pode ser realizada na FIV, que permite o acesso aos embriões ainda nos estágios iniciais do desenvolvimento, permitindo a detecção de anormalidades genéticas antes de transferir os embriões para o útero.
O PGT é importante para selecionar embriões livres de alterações genéticas e, por isso, é especialmente indicado para casais com histórico de doenças genéticas, aborto de repetição e quando a mulher tem idade avançada.
Neste texto, vamos falar mais especificamente sobre a biópsia do embrião, mostrando como essa etapa é essencial para o PGT. Aproveite!
A biópsia é um procedimento médico utilizado para obter informações detalhadas sobre o estado de um tecido ou órgão específico no corpo humano, com base na análise direta de uma amostra desse tecido ou órgão.
Mais frequentemente realizada quando há suspeitas de tumores, inflamações autoimunes ou infecções graves, a biópsia vem sendo crucial no diagnóstico preciso de diversas condições médicas.
Isso porque, em algumas situações, mesmo quando as alterações podem ser vistas por exames de imagem ou avaliações clínicas, a biópsia pode ser a única forma de identificar com precisão a origem das alterações indicadas pelos exames de imagem.
Um bom exemplo é a confirmação diagnóstica de condições que provocam a formação de massas celulares anormais, como os pólipos endometriais. Neste caso, mesmo vistos por ultrassom e ressonância, se as células do pólipo têm ou não algum potencial de malignização é uma informação que só pode ser obtida pela biópsia.
Existem diferentes tipos de biópsias, cada uma adaptada a diferentes circunstâncias. A biópsia por agulha, por exemplo, utiliza uma agulha fina para coletar amostras de tecido ou fluido, enquanto a biópsia incisional envolve a remoção completa ou parcial de uma lesão para análise.
Além de ser uma ferramenta valiosa no diagnóstico de diversas doenças, a biópsia também é usada na reprodução assistida, mais especificamente nos tratamentos com a FIV em que o PGT é indicado.
Ou seja, a biópsia do embrião é utilizada quando há a necessidade de avaliar detalhadamente suas células, analisando a carga genética antes da transferência do embrião para o útero, com o objetivo de identificar possíveis anormalidades genéticas ou cromossômicas.
O procedimento é realizado nos primeiros estágios do desenvolvimento embrionário, geralmente quando o embrião atinge a fase de blastocisto, que ocorre aproximadamente cinco a sete dias após a fertilização.
Essas células são aspiradas por uma agulha especial e submetidas a análises genéticas específicas, que podem examinar tanto a contagem e a integridade do DNA, quanto a presença de genes ou sequências de genes específicas, que identificam doenças genéticas.
A biópsia do embrião é frequentemente recomendada para casais que têm histórico de doenças genéticas, idade materna avançada, aborto de repetição e insucessos anteriores em tratamentos de fertilidade.
Como foi possível perceber, a biópsia do embrião é imprescindível para o PGT, por ser o único procedimento capaz de fornecer o material celular necessário para este exame.
Como a FIV é o único tratamento de reprodução assistida em que a fecundação é feita fora do corpo da mulher, permitindo a formação dos embriões em laboratório, o PGT só pode ser feito no contexto da FIV.
Dependendo dos motivos pelos quais o casal recebe indicação para FIV com PGT, é possível escolher entre as diferentes modalidades do exame:
Além da prevenção de doenças genéticas e de abortos de repetição, a FIV também é uma técnica utilizada em diversas outras situações – infertilidade feminina e masculina graves, ISCA (infertilidade sem causa aparente), preservação da fertilidade e casais homoafetivos.
A FIV começa com a estimulação ovariana, em que a mulher recebe medicamentos para aumentar a produção de óvulos. Posteriormente, os óvulos maduros são coletados por aspiração folicular e, em laboratório, fertilizados com o esperma do parceiro ou de um doador.
Após a fecundação, os embriões passam pelo cultivo embrionário – momento em que se coleta células para a biópsia do embrião, quando há indicação de PGT – e, em seguida, são transferidos para o útero, onde devem realizar a nidação para iniciar de fato a gravidez.
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