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Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endócrina caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos. É a causa mais comum de infertilidade por anovulação (ausência de ovulação).
De acordo com estudos, pode afetar de 12% a 18% das mulheres em idade fértil – entre a puberdade e a menopausa. A maioria dos casos, cerca de 70%, nunca é diagnosticada.
Neste post, vou abordar os sintomas e tratamentos da doença. O diagnóstico precoce pode mudar o curso natural e prevenir efeitos prejudiciais provocados por ela, tais como a infertilidade, alterações metabólicas ou mesmo os relacionados à imagem corporal. Confira!
Distúrbio hormonal que causa o aumento do tamanho dos ovários e o desenvolvimento de múltiplos cistos pequenos na parte externa deles, a SOP apresenta diversos sinais e sintomas.
A SOP tem como principal característica o hiperandrogenismo, produção em excesso de hormônios andrógenos (masculinos), como a testosterona, que está associada à disfunção menstrual e à presença de múltiplos cistos.
Os principais sintomas de ovários policísticos são:
Em alguns casos de SOP, ocorre, ainda, um padrão familiar, sugerindo um componente genético da doença, embora os genes envolvidos não tenham sido ainda totalmente investigados, assim como não é possível afirmar a interferência de fatores ambientais para o surgimento ou para o desenvolvimento da doença.
Por outro lado, várias condições clínicas apresentam sintomas parecidos, portanto é importante procurar um especialista para confirmar o diagnóstico.
A última definição para os critérios diagnósticos de SOP foi publicada em 2003, baseada no Consenso de Rotterdam, workshop promovido pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) e pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), que reuniu pesquisadores do mundo todo.
Nenhum critério isolado é suficiente para determinar um diagnóstico clínico, sendo, portanto, necessário um diagnóstico de exclusão, ou seja, eliminar a possibilidade de outras doenças que possam se confundir com a SOP.
Após a exclusão de outras causas, deve ser considerada, ainda, a presença de pelo menos dois dos seguintes critérios:
A obesidade também é um fator de risco e está presente em diversos casos de SOP, embora exista um grupo de mulheres magras e com SOP, sem o fenótipo comumente descrito. Todos esses elementos fazem com que essa síndrome seja vista como uma doença de caráter metabólico, com importantes repercussões a longo prazo e probabilidade de desenvolvimento de diversas doenças, entre elas as cardiovasculares, diabetes e câncer de endométrio (mucosa que recobre a face interna do útero).
Além do exame clínico, alguns testes são utilizados para avaliar a fertilidade e os distúrbios hormonais. Entre eles estão os de hormônios femininos: FSH, LH, progesterona, estradiol e prolactina.
Após excluídas outras causas, a ultrassonografia é utilizada para examinar os ovários e identificar cistos. Se for confirmado o diagnóstico de SOP, são realizados outros exames, como perfil lipídico e glicemia, para avaliar possíveis complicações.
Entre as indicações mais importantes para o tratamento de SOP está a mudança de estilo de vida, como a adoção de exercícios físicos e uma reeducação alimentar. A perda de peso em pacientes obesas, por exemplo, pode restaurar a ovulação e a regularidade menstrual, bem como diminuir a resistência à insulina (RI) e a testosterona total, além de aumentar a SHBG, globulina ligadora de hormônios sexuais.
A escolha do tratamento considera o quadro clínico e laboratorial, assim como as necessidades da paciente. As opções de medicamentos incluem anticoncepcionais orais (ACOs), com progestagênios, hormônios esteroides de ação antiandrogênica, ou seja, capazes de bloquear ou inibir os sintomas masculinos.
Já quando há sintomas ou alterações laboratoriais relacionadas à resistência insulínica, geralmente é adotado um agente sensibilizador, que, além de melhorar a sensibilidade, também ajuda a reduzir os sinais de hiperandrogenismo e a irregularidade menstrual.
Apesar de ser a causa mais comum de infertilidade por anovulação (ausência de ovulação), diferentes pesquisas realizadas com pacientes obesas e não obesas portadoras de SOP demonstraram a eficácia do tratamento e a capacidade de restauração da ovulação.
As mulheres que não apresentam quadro de obesidade e desejam engravidar podem optar pela indução da ovulação – estimulação dos ovários por medicamentos, administrados via oral ou injetável.
A ovulação ocorre em cerca de 80% dos procedimentos realizados, porém apenas 20% das mulheres consegue engravidar.
Nesse caso, técnicas de Reprodução Assistida (RA), entre elas a fertilização in vitro (FIV), são as mais indicadas para as mulheres com SOP que pretendem engravidar.
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