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Os miomas uterinos são popularmente conhecidos por serem uma doença que afeta as chances de uma mulher engravidar, chegando até mesmo a provocar infertilidade feminina severa.
Esta, porém, não é uma verdade absoluta: embora alguns tipos de mioma possam oferecer desafios às tentativas de engravidar, nem todos têm a infertilidade como sintoma predominante.
Os miomas são formações tumorais benignas que podem se desenvolver nas 3 camadas do útero. Dependendo da localização, do número e do tamanho dos miomas, os sintomas e as consequências para a fertilidade da mulher variam muito.
Os tipos de mioma que mais afetam a fertilidade são os submucosos, localizados no endométrio, e os intramurais, que se desenvolvem no miométrio, mas principalmente os submucosos.
A infertilidade causada pelos miomas submucosos acontece principalmente quando se projetam para o interior da cavidade uterina, interferindo na receptividade endometrial e diminuindo o espaço disponível para o desenvolvimento do bebê ao longo da gestação.
O tratamento para os miomas costuma apresentar boas taxas de gravidez, porém em alguns casos os planos para a maternidade só podem ser consolidados com os tratamentos de reprodução assistida.
Este texto aborda a relação entre os miomas uterinos e a infertilidade feminina, apresentando as principais formas de reversão desse quadro, inclusive com a reprodução assistida.
Miomas são formações tumorais benignas, com baixo grau de malignização, que surgem no miométrio e podem se projetar para fora ou na direção da cavidade uterina, podendo provocar deformações anatômicas e alterações funcionais, dependendo da localização.
Essas formações são compostas por células musculares do útero. Normalmente são fibrosos, com graus variados de aderência ao tecido em que se desenvolvem.
O crescimento dos tumores está relacionado a desequilíbrios na secreção de estrogênios e, por isso, acomete principalmente mulheres em idade fértil.
Também pelo mesmo motivo tendem a mostrar retrocesso durante a gestação, quando a secreção de progesterona, um hormônio que controla a ação estrogênica, é maior, e podem desaparecer naturalmente após a menopausa.
A classificação dos miomas uterinos depende diretamente de onde estão localizados nas diferentes camadas uterinas e cada tipo de mioma produz sintomas específicos, que afetam de formas e com intensidades diferentes a fertilidade da mulher.
Os miomas subserosos se desenvolvem no perimétrio, camada serosa, mais externa do útero e podem ou não se projetar para a cavidade pélvica. Nesses casos, os sintomas mais comuns são sensação de distensão e peso no baixo ventre e, quando os miomas são maiores, as funções urinárias e intestinais podem também ser prejudicadas. A fertilidade é pouco afetada.
Os miomas localizados predominantemente no próprio miométrio são chamados intramurais, pois esta é a camada uterina localizada entre a serosa e o endométrio. Por ser basicamente composto de fibras musculares, o miométrio é bastante elástico e é responsável, durante a gestação, por adequar o tamanho do útero ao desenvolvimento fetal, e pelas contrações durante o trabalho de parto.
Os miomas intramurais prejudicam essa elasticidade por serem formações celulares fibrosas e a mulher pode ter dificuldades em manter a gestação.
O tipo submucoso corresponde aos miomas que se desenvolvem no endométrio, camada de revestimento interno da cavidade uterina. O endométrio é o tecido que mantém maior contato com a placenta e, por isso, qualquer alteração nele pode levar à infertilidade por afetar a receptividade endometrial, dificultando a implantação dos embriões e o andamento normal da gestação.
Ainda, quando esses miomas crescem muito, podem se projetar para o interior da cavidade uterina, ocupando espaço que estaria destinado ao desenvolvimento do bebê.
Miomas uterinos causam infertilidade por essencialmente dois motivos: alterar a receptividade endometrial e preencher parte ou totalmente a cavidade uterina, inviabilizando o desenvolvimento gestacional.
Ambas as causas de infertilidade em virtude da presença de miomas estão mais relacionadas aos miomas submucosos, já que os tumores afetam a implantação embrionária após a fecundação e podem ocupar a cavidade uterina.
Como o crescimento dos miomas é progressivo, é importante que a mulher conheça os sintomas e busque tratamento quanto antes, para minimizar os danos da doença, especialmente a infertilidade.
Os miomas uterinos podem ser tratados tanto pela abordagem medicamentosa como pela remoção cirúrgica: o que determina a escolha do tratamento é a intensidade dos sintomas e o planejamento familiar da mulher.
Quando a mulher não deseja engravidar e não apresenta sintomas, o mais indicado é simplesmente acompanhar o crescimento dos miomas, já que é esperado que involuam após a menopausa.
Nos casos sintomáticos, é o desejo reprodutivo da mulher o fator determinante para a escolha do tratamento. Caso a mulher não manifeste desejo de engravidar, a abordagem medicamentosa pode ser feita com anticoncepcionais combinados e o tratamento é de longo prazo.
As mulheres que desejam engravidar e aquelas para as quais o tratamento medicamentoso não foi bem-sucedido, geralmente é indicada a miomectomia – remoção cirúrgica dos miomas, por videolaparoscopia. O procedimento é simples e as chances de conseguir uma gestação por vias naturais também são altas.
Os casos muito severos, quando a extensão dos miomas é grande e os tratamentos anteriores não conseguiram nem reverter a infertilidade nem cessar os sintomas, é possível que a mulher precise ser submetida à histerectomia, a cirurgia de retirada do útero, mas esses são casos muito raros.
Nesses casos, a reprodução assistida abre espaço para a cessão temporária de útero, em que a mulher pode ter seus próprios filhos biológicos, mas que são gestados no útero de outra mulher.
Os casos de gestação de substituição só são possíveis pela FIV (fertilização in vitro), uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade que promove a fecundação em laboratório, com posterior transferência dos embriões para o útero de substituição.
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