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Teste de receptividade endometrial (ERA): quando é indicado?

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O surgimento da FIV (fertilização in vitro) foi uma revolução para os tratamentos de infertilidade. Considerada um dos principais procedimentos de reprodução assistida, conta com técnicas complementares que visam aumentar as taxas de sucesso. Uma dessas técnicas é o teste de receptividade endometrial (ERA).

Com o avanço da tecnologia e os desenvolvimentos científicos, muitos casais diagnosticados com infertilidade puderam voltar a sonhar em ter filhos.

As técnicas complementares relacionadas à FIV são várias e têm objetivos diferentes, como a análise dos embriões, a fim de determinar quais são os melhores para transferência, análise do tecido endometrial, entre outros. Isso pode auxiliar a resolver problemas que estejam relacionados com a infertilidade, além de impedir que doenças de origem genética sejam transmitidas.

Neste artigo, é abordado o teste de receptividade endometrial (ERA), ressaltando sua importância para a FIV e explicando seu funcionamento.

O que é o ERA?

O tecido endometrial é a camada que reveste o útero internamente. É nesse tecido que o embrião se implanta para que a gestação tenha início.

Para que a implantação do embrião ocorra, é necessário que o endométrio esteja preparado (receptivo) para recebê-lo. Na fecundação natural, essa preparação é feita pelo organismo feminino ao longo do ciclo menstrual.

Primeiro ocorre a ovulação e depois a fecundação. Ao se formar o embrião, são enviados sinais para os órgãos do sistema reprodutor a fim de iniciar a produção dos hormônios que preparam o corpo para a gravidez. Então, o embrião vai em direção ao útero, no qual tenta se implantar.

Quando, no entanto, a fecundação ocorre fora do corpo da mulher, o sistema reprodutor precisa receber estímulos hormonais para iniciar a preparação do tecido endometrial.

Esses estímulos são feitos por medicamentos hormonais, mais especificamente o estrogênio e a progesterona.

É nesse momento que o teste ERA é realizado. Seu objetivo é verificar a janela de implantação, que é o período considerado ideal para o embrião se implantar na parede uterina, processo necessário para o início da gestação.

A transferência é realizada somente quando o endométrio se encontra preparado para receber o embrião. Dessa forma, aumentam-se as chances de uma gravidez. Se a transferência for feita e a janela estiver em período deslocado, a chance de falha de implantação e consequentemente de gravidez é alta.

Indicações

O principal objetivo do ERA é melhorar as taxas de implantação embrionária ao oferecer informações importante para determinar a janela de implantação. Por isso, recomenda-se principalmente a realização do ERA em pacientes com histórico de falhas de implantação.

A falha de implantação pode ocorrer por diversos motivos, por exemplo por patologias uterinas, como a endometriose ou alteração da espessura do tecido endometrial, que, quando muito fino, pode diminuir a receptividade endometrial.

Pacientes do sexo feminino que tenham idade avançada ou tenham sofrido abortos de repetição também podem se beneficiar do teste como forma de determinar com maior exatidão a janela de implantação e, dessa forma, obter mais sucesso no processo de FIV.

Esse teste pode ser feito somente na FIV, uma vez que é somente nesta técnica de reprodução assistida que a fecundação ocorre fora do corpo, sendo possível determinar o momento da transferência dos embriões para o útero da mãe.

Como é feito?

Para fazer o ERA, é necessário realizar uma biópsia endometrial no dia em que o embrião iria, supostamente, ser transferido para o útero da mulher.

Faz-se o preparo endometrial (ou acompanha-se um ciclo natural) como seria feito para uma transferência embrionária. No dia em que o endométrio está pronto, em vez de fazer a transferência, faz-se a coleta do endométrio para a análise de receptividade.

Esse período deve ser determinado pelo médico, que introduz um cateter no útero e recolhe material para que o teste possa ser realizado. Esse material é enviado para o laboratório especializado na realização do ERA para que possa ser analisado. O procedimento de recolha é quase indolor e tem duração aproximada de 15 minutos.

Como são oferecidos os resultados e qual a conduta posterior?

O resultado do teste ficará disponível dias depois, e pode ser positivo ou negativo com relação à receptividade do tecido endometrial. Quando a resposta é positiva, significa que o tecido endometrial se encontra apto para a realização da transferência do embrião, mas isso só pode ser feito no ciclo posterior. Isso orienta a preparação endometrial que será feita.

Quando o resultado é negativo, a janela de implantação da paciente se encontra deslocada. Ela pode já ter ocorrido ou estar ainda por ocorrer. O teste irá classificar o tecido endometrial como pré ou pós-receptivo, de modo que o médico sabe se a janela de implantação foi anterior ou posterior à realização do teste. Esse resultado também orienta o tratamento hormonal que será feito no ciclo seguinte para ajustar a janela de implantação.

Há casos em que embriões considerados de alta qualidade são transferidos para o útero, mas como a mulher não está no período considerado ideal para a implantação a gravidez não ocorre.

O teste indica se deve ser realizada uma nova biópsia ou a quantidade de progesterona que deve ser administrada antes de uma nova tentativa de transferência.

O teste de receptividade endometrial (ERA) é uma importante forma de determinar o melhor momento para a transferência embrionária e, dessa forma, aumentar a possibilidade de uma gravidez. Para saber mais, leia nosso texto específico sobre o ERA.

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