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SOP: conheça os critérios para diagnóstico

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Você já ouviu falar sobre a síndrome dos ovários policísticos (SOP)? Antes de abordarmos em específico o que é essa condição, é importante entendermos como funciona o corpo da mulher durante a ovulação, que é fundamental para o seu período fértil e para a gravidez acontecer.

Quando a mulher está ovulando, o corpo faz a liberação de um óvulo, que fica nos ovários, dentro de um folículo, uma espécie de “saco”. Os folículos levam algum tempo para estarem prontos para liberar o óvulo. Cada folículo tem apenas um óvulo e, em alguns casos, pode não ter nenhum.

Após esse processo de liberação, o óvulo é capturado pela tuba uterina, antigamente chamada de trompa de Falópio. Como o ciclo pode variar, pode acontecer de a mulher não ter a ovulação naquele mês.

O óvulo chegou à tuba uterina. Agora, ele tem até cerca de 24 horas para ser fertilizado por um espermatozoide. Se não for fertilizado, acontece a sua degradação e a menstruação ocorre. Porém, se o espermatozoide fertiliza o óvulo, forma-se o zigoto, que evolui para embrião, o qual, por sua vez, segue até o útero, em uma “viagem” de mais de 10 dias. Ao chegar ao útero, ele se implanta no endométrio e começa a gravidez.

Durante esse processo inicial de crescimento dos folículos, também chamado de fase folicular do ciclo menstrual, não há como saber exatamente de qual dos dois ovários o óvulo sairá, embora haja alternância entre os ovários a cada ciclo menstrual.

A SOP pode ser uma condição que afeta os resultados desse processo no corpo feminino. Continue a leitura e compreenda melhor o que é essa síndrome, como é feito seu diagnóstico e sua relação com a infertilidade. Acompanhe a seguir.

O que é SOP?

Uma condição que pode contribuir para problemas de fertilidade da mulher é a SOP, síndrome dos ovários policísticos. Ela geralmente provoca a formação de pequenos cistos nos ovários, causados por deficiências hormonais. Os folículos crescem, mas não se rompem para liberar o óvulo. Isso acontece repetidamente, o que revela o aspecto de diversos cistos nos ovários.

Estima-se que cerca de 10% das mulheres com idade fértil são acometidas pela SOP.

Quais são as causas da SOP?

A SOP não tem uma causa específica conhecida e diversos fatores podem contribuir para uma mulher desenvolvê-la, podendo variar de caso a caso. Há estudos que apontam que pode haver relação com a genética da família, com o estilo de vida e, até mesmo, com o ambiente, como poluição do ar e contato com cigarros ou pessoas tabagistas.

Entretanto, os estudos da síndrome, ao longo do tempo, apontam que ela está relacionada, possivelmente, com uma desordem na produção de hormônios, podendo ser genética ou não.

Critérios para diagnóstico da SOP: quais são os principais sinais e sintomas?

Entre os principais sintomas da SOP estão: irregularidade nos ciclos menstruais (distúrbios no cronograma da menstruação, podendo ocorrer períodos em que a mulher menstrua frequentemente ou até não menstrua), dificuldades para engravidar, ganho de peso (principalmente aumento de gordura abdominal), depressão, aumento dos pelos corporais e acne.

Uma das principais características da SOP é a resistência à insulina, que colabora para o problema de desregulação nos hormônios. Com isso, a SOP causa desordem diretamente na produção de hormônios esteroides androgênicos: testosterona e dehidroepiandrosterona (DHEA). A mulher com SOP pode apresentar também mais acne e pelos.

É importante ressaltar que a SOP também pode provocar a formação de cistos. Isso porque, como para ocorrer a liberação dos óvulos precisa-se do rompimento dos folículos, a SOP atrapalha esse processo e ocasiona um acúmulo nos ovários, gerando diversos desses cistos.

Os sintomas manifestados são investigados pelo médico para o diagnóstico. Na consulta, o profissional fará uma investigação clínica para compreender quais sinais a paciente apresenta, seu histórico, entre outras coisas. Também contribui para o diagnóstico um exame físico.

A partir disso, já será possível ter suspeitas de se tratar ou não de SOP. Porém, será preciso eliminar a possibilidade de outras condições para se chegar a uma conclusão.

Por isso, é comum que exames complementares sejam solicitados, incluindo ultrassonografia transvaginal e avaliação hormonal e metabólica.

Os critérios diagnósticos ainda hoje considerados são os de Roterdã:

  1. Oligomenorreia e/ou anovulação;
  2. Sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo, com exclusão de outras etiologias, como hiperplasia congênita adrenal, tumores secretores de androgênios e síndrome de Cushing;
  3. Ovários policísticos: presença de 12 ou mais folículos em cada ovário medindo de 2 a 9 mm e/ou volume ovariano aumentado (>10 ml).

Se houver 2 desses 3 achados, a SOP pode ser diagnosticada.

Como é o tratamento de SOP?

Após o diagnóstico, a condição tem alternativas para tratamento, conforme o caso de cada mulher. Para as pacientes que buscam engravidar e têm dificuldade devido à SOP, o acompanhamento médico é fundamental.

Há opções de medicação, como anticoncepcionais para ajudar na regulação dos hormônios. Entretanto, para quem quer ter filhos, essa pode não ser a opção ideal – para as tentantes, o tratamento pode ser alguma técnica de reprodução assistida. A mulher precisa ser avaliada de forma detalhada para que a melhor técnica seja indicada, como a relação sexual programada (RSP) ou a fertilização in vitro (FIV).

Mudança no estilo de vida também é necessário: a alimentação mais equilibrada e exercícios físicos podem contribuir para a melhora do quadro das pacientes.

SOP e infertilidade: qual é a relação?

Como vimos, em pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP), há um desequilíbrio hormonal que pode impedir o desenvolvimento e a liberação de óvulos maduros. Sem um óvulo maduro, nem a ovulação nem a gravidez poderão ocorrer.

E, ainda que ocorra a ovulação, um desequilíbrio hormonal pode impedir que o endométrio, que é o revestimento interno do útero, se desenvolva adequadamente para permitir a implantação do óvulo maduro.

Entretanto, a condição não leva, necessariamente, à infertilidade, embora seja uma causa comum de infertilidade da mulher.

Para a infertilidade causada por SOP, o tratamento para quem quer ter filhos geralmente é a reprodução assistida.

Continue aprofundando-se neste tema. Leia também o conteúdo completo que preparamos sobre a SOP em nosso blog.

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