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A reprodução humana envolve diversos processos no corpo e depende de aspectos importantes de fertilidade. Trata-se de um caminho complexo, e homens e mulheres devem ser férteis para conseguir ter um filho naturalmente.
No caso dos homens, as células sexuais são os espermatozoides, que fecundam o óvulo nas tubas uterinas. Quando esses gametas não têm a qualidade adequada, o homem pode ser diagnosticado com infertilidade masculina.
Algumas doenças, lesões, obstruções, alterações hormonais ou condições podem afetar a produção e/ou a liberação dos gametas, reduzindo as chances de gestação. Nesses casos, a reprodução assistida pode ser indicada.
Um dos procedimentos utilizados pela medicina reprodutiva para aumentar as chances de gravidez é o preparo seminal, que é uma das etapas da inseminação artificial (IA) e da fertilização in vitro (FIV), duas técnicas que podem ser indicadas para casos de infertilidade masculina.
Homens que enfrentam esse tipo de problema podem, sim, realizar o sonho de ter filhos. No texto a seguir, saiba como o preparo seminal pode auxiliar nesses casos e quando pode ser realizado.
O preparo seminal é um dos procedimentos feitos na IA e na FIV com o objetivo de selecionar os melhores espermatozoides para o tratamento.
Os gametas masculinos são produzidos nos testículos, mais especificamente nos túbulos seminíferos, e a próstata e as vesículas seminais produzem o fluido seminal, que se une aos espermatozoides para formar o sêmen.
Existem algumas condições e doenças que podem afetar a produção dos espermatozoides, assim como o transporte deles pelo sistema reprodutor. Uma das principais causas da infertilidade masculina é a azoospermia, quando não há gametas (espermatozoides) no sêmen ejaculado por falha na produção ou no transporte.
Por meio de diferentes métodos de preparo seminal, que seleciona os melhores espermatozoides e elimina os de baixa qualidade, é possível potencializar a fertilidade masculina.
A IA e a FIV são técnicas avançadas de medicina reprodutiva, utilizadas em diferentes situações de dificuldades para engravidar. A primeira é considerada de baixa complexidade devido ao fato de a fecundação acontecer naturalmente dentro do corpo, nas tubas uterinas. Já a segunda é mais complexa, porque a maioria das etapas é feita em laboratório.
O preparo seminal é uma das etapas dessas duas técnicas de reprodução assistida. A IA pode ser indicada quando os fatores de infertilidade masculina são leves. O sêmen é coletado por masturbação e depois passa pelo preparo seminal para que só os melhores espermatozoides sejam utilizados. Na última etapa, por meio de um cateter, esses gametas são inseridos no útero da mulher durante o período fértil para que fecundem o óvulo em uma das tubas uterinas.
Já a FIV pode ser indicada para qualquer caso de infertilidade, tanto masculina como feminina. Isso acontece depois de uma avaliação detalhada da fertilidade conjugal, incluindo a investigação da qualidade do sêmen e dos espermatozoides.
A FIV é feita em 5 etapas, sendo uma delas a coleta e o preparo do sêmen, quando também são selecionados os melhores. Eles então são colocados em um meio de cultivo com os óvulos. A etapa seguinte é a fecundação, feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que o espermatozoide é coletado individualmente por uma agulha e inserido diretamente no citoplasma do óvulo.
Dessa forma, o preparo seminal é feito em todos os ciclos de tratamento com IA e com FIV, independentemente da fertilidade do homem, uma vez que é fundamental para melhorar as chances de gravidez.
Este mecanismo pode ser realizado, basicamente, de duas formas:
Neste método, a amostra de sêmen é colocada em um tubo de ensaio, que tem um meio de cultura apropriado para realização da técnica. Então é feita a centrifugação, e os melhores gametas ficam na parte superior do meio de cultura e podem ser coletados e utilizados no tratamento de reprodução assistida.
Essa técnica utiliza a força centrífuga e uma substância com densidades diferentes para selecionar os melhores gametas. Ao final da técnica, os espermatozoides de melhor qualidade ficam no fundo do tubo de ensaio e os de baixa qualidade, assim como outras substâncias desnecessárias à reprodução humana, ficam na parte superior.
Quando o homem tem diagnóstico de azoospermia, por exemplo, que é a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado, podem ser indicadas técnicas para coleta dos espermatozoides diretamente dos epidídimos (PESA e MESA) ou dos testículos (TESE e Micro-TESE).
O preparo seminal é muito importante na reprodução assistida, pois seleciona os melhores gametas para a fecundação, tanto na IA como na FIV. Isso aumenta as chances de gravidez.
Se você ainda tem alguma dúvida sobre o assunto, leia também nosso texto completo sobre o preparo seminal e saiba todos os detalhes do procedimento.
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