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O sistema reprodutivo feminino é complexo. Qualquer anormalidade pode desequilibrar seu funcionamento e criar obstáculos para consolidar a gravidez. A histerossalpingografia (HSG) se tornou um exame importante na investigação básica da infertilidade, devido à possibilidade de diagnóstico precoce e alta precisão.
Neste texto, abordarei o que é histerossalpingografia, como é realizada, quais doenças o exame pode identificar e qual é sua relação com a infertilidade. Continue lendo para entender a importância do exame na investigação da infertilidade feminina.
A HSG é um exame de imagem usado na avaliação das tubas uterinas, estruturas antigamente chamadas de trompas de Falópio, do canal endocervical e do útero. Tem papel relevante na identificação precoce e de alta precisão de anomalias no canal reprodutor feminino.
Geralmente, é aliado a outros exames para avaliar uma grande variedade de problemas ginecológicos, como: as malformações congênitas (como útero bicorno), endometriose e a hidrossalpinge. É comumente solicitada em consultórios ginecológicos nas investigações básicas para avaliar o tipo e o grau de infertilidade feminina, pois são diversas as possibilidades a serem pesquisadas.
A HSG é um exame por imagem que utiliza contraste e raio-X para mapear as estruturas internas da mulher. A paciente deita em posição ginecológica, então o médico realiza um rápido exame da pelve para inserir um espéculo vaginal. Um fino cateter é introduzido no orifício do colo do útero, por onde é injetado uma pequena quantidade de contraste com iodo.
Essa injeção irá delinear as cavidades cérvico-corporais, as cavidades tubárias até a difusão do contraste na cavidade pélvica. Na sequência, o aparelho de raio-X registra as imagens de diferentes ângulos da pelve pela região abdominal inferior, revelando a morfologia dos órgãos reprodutores femininos e a permeabilidade tubária.
O contraste injetado deve percorrer todo o canal reprodutor feminino, marcando as condições anatômicas. Por exemplo, se houver malformação ou se não houver livre circulação do contraste pelas tubas, significa que existe algum problema.
A HSG é conhecido como um procedimento doloroso. Atualmente, algumas modificações foram realizadas para melhorar a precisão do exame e torná-lo mais tolerável. O exame completo dura em média 45 minutos e não requer anestesia geral, mas o médico pode orientar a paciente a usar uma medicação analgésica ou anti-inflamatória com o objetivo de amenizar o desconforto.
Hoje, são utilizados os contrastes hidrossolúveis, que são absorvidos e eliminados pelos rins num curto espaço de tempo, e cânulas que geram menos dor e evitam o refluxo do contraste. Antes eram usados os contrastes iodados oleosos, que era absorvido lentamente e gerava, em alguns casos, granulomas do tipo corpo estranho.
O radiologista examinará as imagens de raios-X e enviará um relatório ao médico, que irá comentar sobre os resultados e explicar se mais testes são necessários.
Se o relatório mostra que as tubas uterinas estão bloqueadas, talvez seja necessário um procedimento chamado de laparoscopia ou a fertilização in vitro (FIV). O médico especialista irá analisar e recomendar as melhores opções para cada caso.
A HSG pode detectar uma série de anomalias e doenças do trato genital feminino. Veja algumas:
A infertilidade é definida como a incapacidade de engravidar após 12 meses de relações sexuais sem sucesso. Aproximadamente 15% dos casais são afetados por ela.
Para uma mulher engravidar, o sistema reprodutivo deve estar funcionando corretamente. Isso significa que os ovários precisam produzir um óvulo todo mês (ovulação), o útero deve estar em boa forma e as tubas uterinas devem estar abertas e saudáveis.
Se qualquer uma dessas partes importantes não estiver funcionando corretamente, a mulher pode ter problemas para engravidar. Por exemplo, quando as tubas estão bloqueadas, elas não são capazes de permitir a passagem do óvulo, nem o possível óvulo fertilizado poderá entrar no útero.
A HSG representa um importante papel no diagnóstico da infertilidade humana, especialmente relacionado à análise de infertilidade devido ao fator tubário. Por meio desse exame é possível demonstrar as alterações da anatomia interna das tubas, diagnosticando se estão obstruídas, dilatadas ou com trajeto alterado.
Como em um mapa, a HSG revela o caminho a ser vencido pelo espermatozoide na sua viagem do canal vaginal até as tubas uterinas, assim como a condição do útero. Caso não haja livre circulação do contraste, é revelada a anormalidade, que pode estar relacionada com a infertilidade do casal.
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