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Nidação e fertilidade são questões relacionadas entre si e de grande relevância para quem pretende engravidar, ou seja, casais que estão à espera de um teste positivo de gravidez devem se informar sobre isso.
A nidação é parte fundamental do processo de gravidez, mas somente acontece se houver receptividade endometrial — outro ponto que merece atenção, sobre o qual falaremos neste post. Muitas das causas de infertilidade feminina resultam de falhas de nidação.
Implantação embrionária, nidação e até fixação do embrião são termos sinônimos. Não são tão conhecidos do público em geral, por isso é válido aprofundar seu conhecimento sobre esse assunto — começando pelo entendimento do que é receptividade endometrial.
Então, leia com atenção as informações que reunimos neste post!
Para começar a falar sobre nidação e fertilidade, necessariamente temos que explicar o que é receptividade endometrial. Antes disso, ainda, precisamos deixar claro o que é o endométrio: trata-se do tecido que reveste a parede uterina por dentro, justamente onde ocorre a nidação.
Receptividade endometrial significa que o útero está em condições apropriadas para receber um embrião. O tecido intrauterino se torna receptivo com o estímulo dos hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona.
A ação estrogênica promove a proliferação das células, aumentando a espessura do endométrio, ao passo que a progesterona ativa a secreção endometrial e mantém o tecido com fenótipo receptivo. Isso significa que as condições do ambiente intrauterino são ideais para a sincronização fisiológica com o embrião.
Várias alterações podem ocasionar baixa receptividade endometrial e, por consequência, falhas de nidação e infertilidade. Exemplos são:
Nidação se refere à etapa do processo reprodutivo em que o óvulo fecundado, agora desenvolvido em estágio de blastocisto, adere ao tecido endometrial. Após a implantação do embrião no endométrio, tem início a produção do hormônio hCG — gonadotrofina coriônica humana. A análise da concentração desse hormônio permite a confirmação da gravidez.
A função do hCG é manter o corpo-lúteo ativo, produzindo a quantidade necessária de progesterona. Após os primeiros meses de gestação, os hormônios reprodutivos passam a ser secretados pela placenta, de forma que os níveis de hCG estabilizam, depois reduzem.
Vamos voltar um pouco nas etapas da reprodução para apresentar, de forma breve, o que acontece antes da nidação:
Uma nidação bem-sucedida depende da qualidade embrionária e da receptividade endometrial para que ocorra a sincronização entre embrião e endométrio. A ação hormonal é fundamental para isso, promovendo a “janela de implantação” — período em que o útero está pronto para iniciar a gestação.
Depois de estabelecida a nidação, o local onde o embrião penetrou é recoberto por células uterinas. Então, a reação decidual impede que o concepto seja considerado um corpo estranho e que seja expulso pelo organismo materno.
Acima, vimos como a nidação é importante para a fertilidade e como isso acontece em gestações espontâneas. Uma dúvida que muitas pessoas podem ter quando buscam as técnicas de reprodução assistida é sobre as possíveis diferenças no processo reprodutivo, devido às intervenções médicas que são feitas.
A nidação acontece da mesma maneira na reprodução natural e nos processos medicamente assistidos. As diferenças estão nas fases anteriores à implantação embrionária, a começar pelo desenvolvimento dos óvulos.
Nesse contexto, precisamos diferir as técnicas de baixa e alta complexidade para explicar com mais clareza. A relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) são as técnicas de baixa complexidade.
Nesses tratamentos, tanto a nidação quanto a fecundação do óvulo ocorrem da mesma forma que na concepção natural. As intervenções anteriores incluem apenas a estimulação ovariana, para obter mais óvulos maduros, e, na IA, também é feita a preparação seminal.
A fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade, demanda uma série de intervenções médicas e procedimentos laboratoriais para possibilitar a fecundação. Os gametas femininos e masculinos são coletados e preparados e os óvulos são fertilizados em laboratório. Alguns dias de cultivo embrionário são necessários antes que os embriões sejam transferidos para o útero materno.
Entre 3 e 5 dias após a fertilização, os embriões são colocados na cavidade uterina e um deles deve se implantar no endométrio, assim como ocorre na gestação espontânea.
Um ponto importante nos tratamentos de reprodução assistida é o suporte à fase lútea, ou seja, progestagênios são administrados antes da etapa de implantação embrionária para melhorar a receptividade endometrial.
O teste de receptividade endometrial (ERA) é outro importante recurso de apoio na FIV, indicado para analisar as características do endométrio quando a paciente apresenta falhas repetidas de nidação.
Acompanhe também nosso texto principal sobre fertilização in vitro e conheça todas as etapas dessa técnica!
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