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Idade feminina: relação com abortamentos e síndromes

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É amplamente conhecido que a idade feminina influencia diretamente a fertilidade e a saúde reprodutiva do casal: à medida que as mulheres envelhecem, o risco de enfrentar desafios – como abortamentos espontâneos e a possibilidade de síndromes genéticas no bebê – aumenta.

Por isso, é importante que as mulheres que desejam adiar a maternidade estejam cientes dos desafios potenciais dessa decisão. A compreensão dos fatores associados à idade feminina e a busca por orientação médica adequada são passos essenciais para quem deseja iniciar uma família nessa fase da vida.

Neste artigo, exploraremos em detalhes a conexão entre a idade feminina e questões como abortamentos e síndromes, buscando compreender melhor os desafios da fertilidade e o papel da reprodução assistida nesses contextos.

Consumo da reserva ovariana e a idade feminina

Para compreender adequadamente a relação entre a idade feminina e a fertilidade, é essencial compreender a maneira como os óvulos se formam e como a reserva ovariana é afetada à medida que os anos passam.

A formação dos óvulos acontece no início do desenvolvimento embrionário e, ao nascer, a mulher já possui uma reserva ovariana estabelecida, ou seja, um número finito de óvulos que estará disponível para que ela possa engravidar e ter filhos.

Os ciclos menstruais, que normalmente começam na adolescência e se estendem até a menopausa, representam o processo cíclico de maturação e liberação dos óvulos. A cada ciclo, uma quantidade variável de folículos é ativada, participando da dinâmica dos hormônios sexuais, embora apenas um deles se desenvolva completamente, produzindo um óvulo maduro que pode ser fertilizado.

Conforme a idade feminina avança, esse mecanismo leva ao consumo da reserva ovariana, diminuindo a qualidade e a quantidade dos óvulos disponíveis significativamente a partir dos 37 anos. Na 5ª década de vida, a reserva ovariana se esgota e a mulher não pode mais ter filhos devido à menopausa.

Idade feminina e a qualidade dos óvulos

O processo de envelhecimento reprodutivo é influenciado por uma série de fatores, sendo um dos principais a redução gradual da reserva ovariana, como discutido anteriormente. No entanto, a qualidade genética e estrutural dos óvulos também é afetada pelo envelhecimento, e isso ocorre devido a diversos fatores intrínsecos à própria natureza do DNA.

É importante compreender que ao contrário de outras células do corpo, que se renovam constantemente, os óvulos não se formam senão no período embrionário. Isso faz com que os impactos do tempo provoquem danos genéticos e estruturais cumulativos e permanentes nessas células.

Síndromes genéticas e idade feminina

O processo de envelhecimento impacta diretamente a qualidade dos óvulos. Com o tempo, essas células podem acumular mutações cromossômicas ou erros na distribuição dos cromossomos, levando à formação de óvulos com trissomias (quando há um cromossomo extra) ou monossomias (quando falta um cromossomo).

Essas alterações cromossômicas são um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de síndromes genéticas em bebês, que afetam o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças.

Compreendendo algumas condições cromossômicas, podemos destacar:

É importante destacar que existem também alterações cromossômicas incompatíveis com a vida. Nestes casos, as alterações nos cromossomos impedem o desenvolvimento embrionário, levando a uma interrupção precoce da gravidez – ou abortamento espontâneo.

Abortamento e idade feminina

Como comentamos, a probabilidade de experimentar abortamentos espontâneos aumenta consideravelmente com o avanço da idade feminina, considerando os complexos processos biológicos envolvidos na implantação do embrião no útero.

A gravidez só tem início quando um embrião é capaz de interagir com o endométrio do útero materno e realizar a nidação – um processo no qual o embrião se fixa na parede do útero, possibilitando o desenvolvimento da placenta e da gestação.

A qualidade dos óvulos é vital para o sucesso da implantação embrionária e quando os óvulos apresentam mutações genéticas ou problemas estruturais, isso pode levar a falhas na implantação e dificuldade para engravidar.

Entretanto, à medida que a idade feminina avança, não só a nidação pode ser prejudicada, mas também o desenvolvimento do embrião nas primeiras 22 semanas, um dos períodos mais delicados da gestação, provocando abortamentos espontâneos, inclusive de repetição.

Idade feminina, infertilidade e tratamentos

Para as mulheres que desejam concretizar o sonho da maternidade e enfrentam desafios relacionados à idade, a FIV (fertilização in vitro) com PGT (teste genético pré-implantacional) pode ser indicada por ser um tratamento avançado que permite a concepção de forma assistida.

A FIV é uma opção eficaz para mulheres que enfrentam desafios relacionados à qualidade e quantidade de óvulos devido à idade avançada pela possibilidade da estimulação ovariana, para o acesso às células reprodutivas, e pelo fato de reproduzir a fecundação em laboratório, o que permite a seleção de embriões livres de alterações genéticas associadas com síndromes e abortamentos espontâneos.

Uma alternativa importante para mulheres que desejam adiar a maternidade com segurança é a preservação da fertilidade, um procedimento permite que óvulos ou tecido ovariano sejam coletados e congelados para uso futuro.

A preservação da fertilidade oferece a flexibilidade de adiar a maternidade enquanto preserva a qualidade dos óvulos, sendo particularmente útil para mulheres que desejam focar em suas carreiras ou enfrentam outros desafios que as levam a adiar a gravidez.

Toque neste link e leia nosso conteúdo completo sobre infertilidade feminina.

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