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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

Como o histórico de doenças influencia a fertilidade?

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A influência do histórico de doenças na fertilidade é um dos principais assuntos da anamnese, parte da consulta inicial na medicina reprodutiva – e na realidade, da maior parte dos atendimentos médicos, independente da área.

Nesse momento, é possível também entender melhor como foi o tratamento das condições relatadas no histórico de doenças, destacando eventos de tratamento negligenciado ou tardio, que possam favorecer sequelas permanentes à fertilidade.

Ao longo deste artigo, mostraremos o impacto direto da abordagem do histórico de doenças na capacidade reprodutiva, ressaltando como certas condições podem se transformar em obstáculos muito complexos se não forem abordadas de maneira eficiente e precoce.

Aproveite a leitura!

O que é histórico de doenças?

O histórico de doenças faz parte da anamnese, um termo que se refere à coleta detalhada de informações sobre o histórico médico e de vida do paciente. É nesse contexto que começamos a entender não apenas os episódios de doenças já enfrentados, mas também os fatores que moldaram a trajetória de saúde do indivíduo até aquele momento.

As perguntas para abordar o histórico de doenças incluem questões sobre doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares – que podem impactar outros aspectos da saúde, incluindo a fertilidade –; e doenças genéticas, que podem ser transmitidas de geração em geração e, em alguns casos, manifestam-se somente na idade adulta.

Além das doenças crônicas e genéticas, é importante destacar as perguntas sobre doenças adquiridas ao longo da vida, que podem deixar sequelas especialmente sem tratamento adequado.

Uma infecção cujo tratamento foi tardio, por exemplo, pode deixar cicatrizes e alterações que prejudicam os órgãos e sistemas afetados, comprometendo suas funções naturais.

Quais condições do histórico de doença podem impactar a fertilidade?

Doenças crônicas

A varicocele, por exemplo, pode ter sido diagnosticada e tratada na infância (mais comum), mas ter deixado consequências sobre a produção de espermatozoides, criando quadros como azoospermia e oligozoospermia, que prejudicam e até mesmo impedem a gestação.

Entre as condições mais relatadas na abordagem do histórico de doenças de casais inférteis é a endometriose, que pode prejudicar a função de órgãos reprodutivos como as tubas uterinas e os ovários.

Enquanto a endometriose tubária oferece risco de obstrução das tubas, em função dos focos de endométrio ectópico e da inflamação, os endometriomas (cistos formados nos ovários quando a endometriose afeta esse órgão) não somente prejudicam a ovulação, como podem reduzir a reserva ovariana (estoque de óvulos com os quais a mulher pode engravidar)

Um histórico de doenças que inclui miomas uterinos ou pólipos endometriais, ambos tumores não cancerosos que crescem em lugares diferentes do útero, pode sugerir que as dificuldades reprodutivas possam ter a ver com receptividade ao embrião, favorecendo perdas gestacionais.

Outra condição que oferece prejuízos à fertilidade é a SOP (síndrome dos ovários policísticos), associada a ciclos menstruais irregulares, aumento de pelos e acne, é outra condição que pode afetar a ovulação e a qualidade dos óvulos, repercutindo na fertilidade.

ISTs (infecções sexualmente transmissíveis)

ISTs como clamídia e gonorreia têm o potencial de causar cicatrizes nas tubas uterinas e no cordão espermático, o que pode resultar em obstruções.

Quando ocorrem essas infecções, o processo inflamatório resultante pode levar à formação de tecido cicatricial nas tubas uterinas, dificultando a trajetória dos óvulos em direção ao útero.

Da mesma forma, nos homens, o cordão espermático pode ser afetado, especialmente os epidídimos, prejudicando a liberação adequada de espermatozoides para integrar o sêmen.

Essas obstruções podem, portanto, ser responsáveis por dificuldades no encontro e na fertilização dos gametas, constituindo um desafio significativo para a concepção bem-sucedida.

Quando o tratamento precoce pode ser determinante

O tratamento precoce de cada uma das condições mencionadas — varicocele, endometriose, miomas, pólipos uterinos, SOP e especialmente as ISTs — tem potencial para evitar problemas maiores sobre a capacidade reprodutiva.

Ao tratar precocemente a varicocele, é possível corrigir a dilatação das veias do cordão espermático, melhorando a função testicular e preservando a qualidade do esperma, ao passo que a endometriose, quando abordada precocemente por meio de cirurgias ou terapias medicamentosas, pode evitar o comprometimento das tubas uterinas e dos ovários.

Da mesma forma, a remoção cirúrgica de miomas uterinos e pólipos endometriais precoce evita complicações que poderiam prejudicar a implantação do embrião e, consequentemente, a fertilidade.

Além disso, é principalmente o tratamento precoce das ISTs uma atitude essencial para evitar consequências permanentes à fertilidade de homens e mulheres, com a administração oportuna de antibióticos específicos para combater os agentes microbianos.

O histórico de doenças pode influenciar mesmo a escolha da técnica de reprodução assistida

Mesmo que frequentemente o diagnóstico e o tratamento precoces possam diminuir consideravelmente as chances de infertilidade, algumas condições podem receber indicação direta para a reprodução assistida – como a SOP, cujo tratamento inicial existe, mas é feito com medicação contraceptiva, o que é inconveniente ao casal que está tentando engravidar.

Além disso, é preciso considerar as abrangências e limitações das técnicas e as demandas específicas de cada condição médica. A seleção da técnica adequada leva em conta não apenas a eficácia, mas também a segurança e a resposta individual do casal.

Em casos de problemas “leves” de fertilidade masculina, como baixa qualidade do sêmen, e de infertilidade feminina, como a SOP, técnicas como a IA (inseminação artificial) podem ser consideradas inicialmente, mas se a condição for mais complexa, técnicas avançadas, como a FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), podem ser mais vantajosas.

Para mulheres com histórico de endometriose, que pode afetar a qualidade dos óvulos e o funcionamento das tubas uterinas – assim como para os casos de infertilidade em decorrência de obstruções tubárias por ISTs – a FIV é, na realidade, a única escolha possível.

Isso porque a técnica permite a fecundação fora do corpo com a posterior transferência do embrião, contornando o papel das tubas uterinas na fecundação e condução do embrião ao útero.

Leia mais sobre infertilidade feminina tocando neste link.

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