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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

Como avaliamos o útero quando há suspeita de infertilidade?

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A infertilidade por fator uterino, uma das formas de infertilidade feminina, pode ou não desencadear sintomas visíveis, o que torna a avaliação do útero um elemento determinante para o diagnóstico e também para delinear o tratamento mais adequado para cada situação.

Problemas no útero podem ser identificados por meio de uma variedade de exames e procedimentos, e existem várias opções de tratamento disponíveis, incluindo cirurgias e técnicas de reprodução assistida.

Neste artigo, vamos nos aprofundar na importância do útero, como as alterações neste órgão podem estar relacionadas à infertilidade feminina e como essas condições são diagnosticadas.

O útero é um dos principais órgãos do sistema reprodutivo feminino

O sistema reprodutivo feminino é formado pelos ovários, tubas uterinas e, é claro, o útero.

Os ovários, em formato de amêndoa e conectados ao útero pelas tubas, são responsáveis pela produção e liberação dos óvulos (ovulação) e a produção de hormônios, como estrogênios e progesterona.

As tubas uterinas, por sua vez, são dois delicados tubos que conectam os ovários ao útero, como comentamos, e por isso sua função primordial é capturar o óvulo liberado durante a ovulação e fornecer o cenário propício para a fertilização. Se o embrião se forma nas tubas, estas estruturas também são essenciais no transporte do embrião ao útero, onde a maior parte da gestação acontece.

Além de ser o local onde o embrião se implanta e o feto se desenvolve durante toda a gestação, o útero é também um protagonista no processo menstrual, já que a menstruação resulta da descamação do endométrio (camada glandular do útero) e é expelida pelas contrações do miométrio (camada muscular do útero).

Como identificar possíveis sinais de infertilidade por fator uterino?

De forma geral, quando se suspeita de doenças e condições relacionadas à saúde do útero, vários sinais podem ser observados:

As menstruações irregulares, as cólicas menstruais severas e dolorosas (dismenorreia) e a dor pélvica crônica frequentemente apontam para uma variedade de condições uterinas, incluindo infecções, miomas uterinos, pólipos e adenomiose.

As infecções no trato genital, inclusive de órgãos superiores como o útero, também podem provocar corrimentos vaginais com coloração ou odor atípicos, estando associados à endometrite e DIP (doença inflamatória pélvica), doenças que afetam a capacidade do útero em receber e acomodar um possível embrião.

Por isso, a dificuldade de concepção e os abortos espontâneos recorrentes frequentemente podem estar relacionados a várias condições que afetam a forma ou a estrutura do útero, prejudicando a implantação bem-sucedida do embrião e impactando negativamente as chances de gravidez.

Entenda a investigação do útero na avaliação da infertilidade feminina

A primeira etapa da avaliação da infertilidade por fator uterino envolve uma anamnese minuciosa. Durante esta entrevista, o médico aborda a história menstrual e obstétrica da paciente.

A importância desta etapa reside em coletar informações sobre o ciclo menstrual, incluindo duração, regularidade e a presença de menstruações dolorosas, que possam indicar alterações mais específicas.

A história obstétrica também ajuda a identificar possíveis abortos espontâneos anteriores, que podem sugerir problemas no útero.

Exames de imagem: ultrassonografia, histerossalpingografia e histeroscopia

Após a anamnese, a próxima etapa frequentemente envolve a realização de exames de imagem para avaliar o útero.

A ultrassonografia é uma ferramenta valiosa nesse processo. Este exame utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens em tempo real do útero e órgãos circundantes.

Na investigação da infertilidade por fator uterino, a ultrassonografia é particularmente útil para identificar anormalidades estruturais, como miomas, que podem distorcer a cavidade uterina, pólipos e malformações uterinas congênitas.

Para obter uma avaliação mais precisa e detalhada, o procedimento conhecido como histerossalpingografia pode ser recomendado.

Nesse procedimento, um contraste especial é cuidadosamente injetado no útero, agindo como um marcador radiológico, o que significa que ele aparece bem mais claramente nas imagens de raio-X, revelando qualquer irregularidade uterina, como aderências ou outras obstruções que podem afetar a fertilidade.

Em alguns casos, especialmente quando são identificadas anormalidades durante os procedimentos anteriores, mas não de forma conclusiva, a histeroscopia pode ser recomendada.

Este procedimento é feito sob sedação e anestesia local e envolve a inserção de um pequeno aparelho com uma câmera e uma fonte de luz através do canal cervical e dentro do útero, permitindo que o médico visualize diretamente a parede uterina e qualquer anormalidade presente.

Além da observação, a histeroscopia pode ser utilizada para realizar pequenas intervenções no útero, como a remoção de pólipos, miomas submucosos ou aderências. Esta abordagem permite uma avaliação detalhada e, ao mesmo tempo, a correção de problemas que podem estar contribuindo para a infertilidade.

Infertilidade por fator uterino: tratamentos possíveis e a reprodução assistida

Quando se identifica que a infertilidade está relacionada a problemas no útero, várias opções de tratamento podem ser consideradas.

Miomas, pólipos ou anomalias estruturais podem receber indicação para cirurgia, enquanto casos de endometrite, infecções uterinas e DIP, o tratamento antibiótico é geralmente o passo mais importante.

Contudo, quando os tratamentos primários não são eficazes e em alguns casos mais complexos, a reprodução assistida pode ser uma opção promissora para conseguir uma gestação.

Entre as técnicas disponíveis, a FIV (fertilização in vitro) é mais indicada para infertilidade por fator uterino.

Na FIV, os óvulos são coletados, assim como os espermatozoides, e fertilizados em laboratório. Em seguida, os embriões são cultivados e podem ser implantados diretamente no útero ou congelados – o que chamamos “freeze-all” (congelamento de todos os embriões).

Ao optar-se pelo freeze-all, os embriões são criopreservados para permitir que a equipe médica se concentre na preparação mais atenciosa do endométrio, com hormônios, em ciclos posteriores ao tratamento. Quando o útero responde bem ao tratamento, os embriões são descongelados e transferidos no momento mais adequado do ciclo.

Mesmo nas circunstâncias em que o útero não é adequado para a gravidez, a opção da gestação por substituição com a FIV pode ser considerada.

Conheça melhor a histerossalpingografia tocando neste link.

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